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Estrada circular começa a ganhar consistência

Por admin

A Estrada Circular de Maputo, uma via que poderá reduzir congestionamentos na EN1 e outras vias de acesso à capital, está a transformar-se numa realidade. Dentro de dois anos, Maputo terá

 um troço de raiz e com características diferentes. O nosso jornal efectuou uma visita às obras e conta como está a ser a materialização de um projecto com vista à resolução do problema da mobilidade e transitabilidade na capital do país e na Matola.

 

A construção da estrada circular foi dividida em seis secções e o empreiteiro, a China Road and Bridge Corporation está a trabalhar com grande incidência em quase todos os pontos da futura via.

A primeira secção estende-se desde o Hotel Radinson até à ponte da Costa do Sol; a segunda vai desde a ponte da Costa do Sol até Marracuene; a terceira entre Chiango e “Drive In”; a quarta desde Marracuene até “Drive In”; a quinta entre “Drive In” e Tchumene, na Matola, e, a sexta, desde o nó da Machava até “Nwancacana”, na cidade de Maputo.

Na secção 1, o empreiteiro já concretizou os necessários afastamentos com vista à ampliação da Avenida da Marginal. Foram feitas demolições de infra-estruturas, o que vai permitir se efectuar a ampliação da única estrada que temos junto à Marginal de Maputo.

Por sua vez, na secção 2, zona onde não foi necessário fazer muitos reassentamentos de famílias, o trabalho está mais acelerado e o empreiteiro está a preparar a base da estrada para receber asfalto. O mesmo trabalho de preparação está a suceder na secção 3, entre Chiango e “Drive In”, e em grande parte da secção cinco.

Em breve, conforme apuramos, as secções quatro e seis deverão começar a ser trabalhadas com vista à transformação de duas áreas de Maputo e da Matola, conferindo-as um aspecto diferente.

Há quem vaticina que Maputo e Matola, no final dos trabalhos de construção da via circular, vão parecer diferentes, como se tivessem crescido. A julgar pelas maquetes do projecto, aliando-se ao facto de o empreiteiro possuir um outro modelo de construção, é fiável que no final da obra tenhamos uma estrada com um modelo completamente entusiasmante.

 

UMA VIA IMPORTANTE

A estrada circular permitirá que o tráfego que seja proveniente da zona Norte de Maputo não tenha que necessariamente passar pela EN1, como sucede actualmente.

Para quem venha de Marracuene, por exemplo, poderá, a partir daquele ponto da província de Maputo entrar para a estrada circular e chegar à baixa da capital, percorrendo toda a zona costeira, podendo o mesmo suceder para com os automobilistas que residem nos bairros como Chiango, Albazine, Zimpeto, Mahotas, Laulane, entre outros.

No caso de automobilistas que queiram se dirigir à Matola ou à fronteira de Ressano Garcia, em direcção ao Norte de Maputo, não necessitarão de entrar pela EN1, passando pelo George Dimitrov (Benfica) e pela ex-Brigada Montada, pois poderão fazê-lo a partir do desvio que irá surgir na zona de “Drive In” e seguir em rumo à Estrada Nacional nº 4, cujo ponto de intercepção será “Tchumene”.

Analistas entendem que o intenso tráfego que entra para a cidade de Maputo e Matola não necessitará de recorrer única e exclusivamente à EN1 como acontece actualmente.

 

CARACTERÍSTICAS DA ESTRADA

O projecto de implantação da via circular ligando Maputo e Matola compreende uma extensão de 74 quilómetros e está avaliado em 315 milhões de dólares, comparticipados pelos governos de Moçambique ( em 15 milhões de dólares) e o da China (em 300 milhões de dólares).

Sob a coordenação central da Administração Nacional de Estradas (ANE), em representação do Governo moçambicano, o projecto será monitorado localmente pelas respectivas autoridades, designadamente os conselhos municipais de Maputo e da Matola, assim como pelo governo distrital de Marracuene, na província de Maputo.

Em termos práticos, dos 74 quilómetros de via que beneficiarão de intervenção, apenas 52 quilómetros serão construídos de raiz, enquanto os restantes 22 compreenderão obras de reabilitação, ampliação e modernização.

Nas seis secções, a maior parte da via terá duas faixas de rodagem, com duas pistas de circulação cada, separador central, passeios e sinalização de acordo com os padrões definidos para as auto-estradas.

A primeira secção, por sinal a que será mais ampla em termos de largura, entre o Hotel Radisson e a ponte da Costa do Sol, a estrada terá uma extensão de 6.3 quilómetros e a ampliação será até 32 metros. 

A secção seguinte, desde a ponte da Costa do Sol até à vila de Marracuene, com um total de 19.9 quilómetros, a ampliação da estrada será de 28 metros. Desde a zona de Chiango até ao ponto de intercepção da EN1 e a Avenida Grande Maputo, localizada entre os bairros Kumbeza e Zimpeto, junto ao Estádio Nacional, o troço terá 10.5 quilómetros de extensão e 28 metros de largura.

Outra secção, considerada a mais vital em termos de ligação Norte e Sul de Moçambique, compreenderá a ampliação do troço da EN1 entre Marracuene e Zimpeto para uma largura de 24 metros.

Desde Zimpeto até Tchumene, que corresponde à quinta secção, e estender-se-á desde a intercepção da Avenida Grande Maputo e a EN1, próximo do “Drive-In”, a estrada irá possuir 16.3 quilómetros de extensão e 24 metros de largura.

A sexta secção, que tem a ver com uma nova linha de entrada para a cidade de Maputo, a partir da Matola, será construída uma via paralela à EN4, desde a rotunda do Nó da Machava, próximo da Portagem de Maputo, até à Praça 16 de Junho, junto ao recinto dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

Apenas nos troços compreendidos entre o Hotel Radisson e a Ponte da Costa do Sol, Ponte da Costa do Sol-Chiango, Chiango-Zimpeto e nó da Machava-Praça 16 de Junho é que será colocado o separador central físico, enquanto nos restantes o trânsito será regulado por via de sinalização e de reflectores no pavimento.

No que diz respeito à iluminação pública, o projecto contempla que ao longo das secções apenas serão colocadas luzes nos troços localizados em áreas urbanizadas, limitando-se nas restantes zonas à colocação de sinalização.

Em determinados troços, com vista a garantir a sustentabilidade de manutenção das vias, está prevista a fixação de portagens, não se sabendo em que pontos exactos, nem os valores a serem praticados.

Este projecto de construção da via circular está inserido no Plano de Estrutura Urbana de Maputo, aprovado em 2008, e na sua fase de plena implementação.

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