Cerca de quatro mil e 600 moradores do posto administrativo de Dombe, distrito de Sussundenga, província de Manica passarão a consumir água potável a partir do primeiro trimestre do próximo ano.
Para o efeito, decorrem trabalhos de abertura de furos que servirão de fonte de captação de água e a respectiva canalização aos três principais bairros daquele posto.
As obras são orçadas em 42.5 milhões de meticais, um valor disponibilizado pelo Governo moçambicano e parceiros, e estão a ser executadas pela empresa Técnicos Construções Limitadas (TEC). Com o sistema, espera-se que sejam colocadas 159 torneiras de quintal e 59 ligações domiciliárias nas instituições públicas e privadas.
Falando em exclusivo ao domingo, o director técnico da obra, Fernando Francisco Mabunda, disse que serão abertos três novos furos, reabilitado um e construídos dois tanque gigantes para garantir o fornecimento de água as populações.
Mabunda explicou que depois da abertura dos furos seguir-se-á a fase de ensaio do caudal e a água passará para o primeiro depósito semi-aterro de 75 m3, e depois elevada para outro de 50 m3 colocado a uma altura de 12 metros para, em gravidade, abastecer os bairros da sede do posto administrativo de Dombe.
Os furos funcionarão com um gerador de dois sistemas eléctricos dotado de capacidade para receber energia de rede nacional, tendo em conta que aquele posto não dispõe de energia de Cahora Bassa, conforme anunciou o director técnico da obra.
Segundo ficamos a saber, o gerador com 45 kvA de capacidade estará ligado em backout para permitir que qualquer dia seja alimentado a partir da energia de rede nacional. E para garantir a funcionalidade e fornecimento de água de qualidade aos populares serão recrutadas algumas pessoas, por sinal residentes, que serão treinadas em técnicas de tratamento de água e manutenção do sistema eléctrico e tubagem para posteriormente estarem disponíveis para um privado que estiver interessado em gerir o sistema.
Entretanto, para além de canalizar água para os bairros, a empresa TEC vai montar seis fontenários públicos dos quais dois são reabilitados e quatro novos para fornecer o precioso líquido à população que reside nas zonas circunvizinhas da sede de Dombe.
O chefe do posto administrativo de Dombe, Luís Modesto Lourenço, considerou o plano ‘um ganho para os residentes de Dombe e para o Governo, porque vem reduzir o sofrimento das populações que percorriam grandes distâncias para os rios à procura de água, principalmente na época seca’.
Aliás, Luís Loureço explicou que a única fonte que serve de salvação para os moradores daquela região são os rios Lucite e Mussapa, sendo que com a falta de chuva que se faz sentir nos últimos dias, os caudais secaram e a água encontrada é turva o que periga a saúde das populações.
Para além deste problema, Lourenço lembrou a disputa de água entre o homem e a fauna bravia, algo que poderá ser minimizado com a execução do projecto. Estamos satisfeitos porque passaremos a ter água nos quintais. Deixaremos de ir ao rio à busca deste líquido, sob o risco de sermos atacados por animais selvagens. Todos anos temos registos de morte ou feridos vítimas de crocodilos, hipopótamos e outros animais. Nos próximos tempos, isso irá acabar, será apenas um conto” rematou.
Recorde-se que no ano passado 11 pessoas foram atacadas por esses animais ao longo das margens dos rios Lucite, Mussapa, cursos que passam a escassos metros da sede do posto administrativo de Dombe. Os ataques saldaram em mortes e feridos e as principais vítimas foram mulheres e crianças.
