Até finais do primeiro trimestre deste ano, todas unidades sanitárias dos distritos de província de Manica passarão a dispor de serviços de rastreio e tratamento do cancro do colo do útero e da mama.
A medida traçada pelo governo, tem como objectivo reduzir a morte da mulher por esta doença, situação que nos últimos tempos tem constituído preocupação dado ao aumento de casos notificados que na sua maioria resultam em mortes.O anúncio foi feito há dias pelo director provincial de saúde de Manica, Juvenaldo Amós, durante a entrevista com o nosso jornal, na qual deu a conhecer de forma sintética a situação actual desta doença e medidas a serem tomadas ao nível provincial.Juvenaldo Amós disse que em toda província, seis unidades sanitárias de três distritos já dispõe, neste momento, de serviços de rastreio e tratamento do cancro do colo do útero e da mama. Os distritos são Chimoio, capital da provincial, Manica e Guro, na região norte da província.Em Chimoio, o Hospital Provincial de Chimoio (HPC) foi o pioneiro em meados do ano passado a diagnosticar e tratar as doenças. Meses depois os serviços foram introduzidos nos centros de saúde Eduardo Mondlane e 1º de Maio na mesma urbe.Presentemente, o hospital distrital de Manica e posto administrativo de Vanduzi também tratam as doenças. Já para o norte, os serviços foram expandidos para o hospital distrital de Guro. Aquele director explicou que estes hospitais estão dotadas de equipamento moderno que permite identificar e tratar a doença em tempo recorde, sobretudo quando for diagnosticada na fase primária.Para o futuro, as autoridades sanitárias estão a trabalhar com apoio de parceiros de cooperação para concretização do plano de expansão dos serviços para os distritos de Báruè, Macossa, Tambara, Sussundenga, Gôndola, Machaze e Mossurize, que ainda não possuem condições para o tratamento das doenças.As populações destas zonas percorrem grande distâncias ter assistência médica e medicamentosa quando é determinada a existência da doença. De acordo com Juvenaldo Amós, na província de Manica, de um total de 8.921 mulheres submetidas ao rastreio do cancro do colo do útero durante as consultas externas, 236 acusaram positivas. Nas consultas pré-natais, das 102.612 mulheres atendidas, 8.927, correspondente à 8.7 porcento beneficiaram de rastreio do cancro do útero. Destas, 267 apresentaram-se com problema de saúde, estando a receber tratamentos em diversas unidades sanitárias. Desde que esses serviços foram introduzidos naquela região do país, 40 paciente sofrendo do cancro da mama estão igualmente em tratamentos. Grande parte destas estão a registar melhorias, segundo deu a conhecer o director provincial. Entretanto, Amós, referiu que o aumento de casos relacionados com o cancro do colo do útero e da mama começa a constituir preocupação para todos porque a doença está a passar para um problema de saúde pública. Assim sendo, ele apelou a sociedade em geral e a mulher em particular, a aderir as consultas para rastreio da doença. Explicou que quando a doença é detectada na sua fase inicial, o tratamento é feito na mesma unidade sanitária e em situações de complicação a paciente é transferida para o hospital de referência.“Mesmo sem meios adequados, será usado um sistema ambulatório que consiste em, depois de ser identificada, a paciente é levada a um hospital com capacidades de tratamento da doença. Esta medida visa reduzir o número de morte que tem se registado nas comunidades, principalmente nas zonas rurais onde o nível de informação sobre este mal é fraco” Juvenaldo Amós sublinhou que o cancro do colo do útero é a primeira causa de morte da mulher em quase toda África Austral. “ É por isso que mesmo reconhecendo a insuficiência de capacidades técnicas e materiais, o programa foi assumido e o sector de saúde, com apoio de alguns parceiros de cooperação acredita que será efectivado dentro dos prazos estabelecido porque o objectivo é ter maior abrangência possível dos serviços para reduzir as morte por esta doença” A nossa fonte disse que no passado, prioridade foi para região centro e norte da província. A próxima etapa abrangerá os distritos localizados a Sul cobrindo, deste modo, toda província com esses serviços. “ Estrategicamente colocamos os serviços nesses locais e os resultados são satisfatórios. Esforços estão a ser envidados para que dentro de tão pouco tempo tenhamos os serviços alastrados pela província toda. O nosso apelo é que as mulheres adiram as consultas porque a doença quanto mais cedo for identificada o tratamento tem dado bons resultados. Periodicamente elas devem dirigir-se as unidades sanitárias para o rastreio. Se o resultado for positivo imediatamente será submetida ao tratamento”. Para que este plano tenha resultados desejados, conforme o director, o sector de saúde está a desencadear campanhas nas comunidades envolvendo líderes comunitários, religiosos e outros segmentos da sociedade na expansão de mensagens sobre o cancro do colo do útero e da mama e encorajar a população a dirigir-se as unidades sanitárias para o despiste da doença.
Domingos Boaventura
