Cinco pessoas morreram e três foram feridas como resultado de descargas atmosféricas acompanhadas de chuvas torrenciais e ventos fortes que desde terca-feira última fustigam a cidade de Chimoio, capital da província de Manica.
Informações em poder do domingo indicam que as mortes ocorreram nos bairros Nhamaonha, 7 de Abril (em Chimoio) e na zona do Instituto Agrário de Chimoio (IAC), no distrito de Vandúzi. Os feridos registaram-se nas zonas de Nhaurir e Nhamatsane, na mesma cidade.
Uma anciã de 61 anos de idade perdeu a vida, quando regressava da sua machamba, na zona do Instituto Agrário de Chimoio (IAC). Ela foi colhida de surpresa por um raio e perdeu a vida quando era transportada para unidade sanitária. Na altura do incidente, a anciã levava consigo uma bagagem na cabeça que quase ficou em chamas depois de ser atacada por um raio.
A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no interior de uma viatura a caminho do hospital. Aliás, o nosso jornal apurou que outros quatro cidadãos deram entrada no Hospital Provincial de Chimoio (HPC) com queimaduras graves em consequência das descargas atmosféricas. Duas perderam a vida na mesma tarde e as restantes faleceram dias depois naquela maior unidade hospitalar da província.
O Presidente do Conselho Municipal de Chimoio, Raul Conde, em contacto com o nosso jornal explicou que três das cinco vítimas mortais chegaram do bairro Nhamaonha. Trata-se de duas irmãs, uma de 20 anos de idade e outra 37 que encontraram a morte no interior duma residência.
A mulher mais nova estava a visitar sua irmã quando ocorrer a descarga que quase incendiava a casa. No mesmo bairro, um jovem contraiu ferimentos graves devido à rajada atmosférica. Este também faleceu no hospital. A nossa fonte disse também que por causa do mesmo fenómeno, um jovem pereceu no bairro Piloto quando se encontrava a visitar seus familiares. A vítima vinha do distrito de Macate e foi atingido por um raio, morrendo instantes depois. Os restos mortais do jovem foram transladados para o distrito de Macate, sua zona de residência, segundo contou o nosso entrevistado.
Além das vítimas mortais, as intempéries destruíram igualmente algumas infra-estruturas públicas e privadas, bem como os campos de produção agrícola. São mais de dez casas desabadas, demolição de muros de vedação nas residências e vastas áreas de culturas diversas arrastadas pelas chuvas e ventos fortes que desfizeram alguns bairros da cidade de Chimoio.
Parte das residências arruinadas pelo temporal são de construção precária. Na avenida de trabalho, na zona do mercado central onde se encontra a maior terminal rodoviários de inter-provincial e distrital, o trânsito esteve condicionado durante algumas horas. A água da chuva inundou o local tendo causado enormes prejuízos aos transportadores e comerciantes que desenvolvem diariamente suas actividades naquele local.
Muitas bancas e barracas ficaram inundadas e vários produtos são dados como perdidos. Viaturas de passageiros não saíram para vários destinos. Alguns carros ligeiros estiveram quase submersos.
Os buracos voltaram a destapar-se nas principais ruas e avenidas da urbe. As covas nas ruas voltaram com força nas ruas da zona cimento e suburbano de Chimoio.
Neste momento decorrem intervenções de emergência para reparação dos danos causados pelas chuvas. Grupos de trabalho se encontram no terreno para tapamento de buracos e resselagem de algumas ruas, de modo a minimizar o sofrimento que afecta a população, sobretudo automobilistas, segundo revelou o presidente do município de Chimoio.
Num outro desenvolvimento, Raul Conde explicou que a edilidade em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão das Calamidade (INGC) já disponibilizou tendas, chapas de zinco, roupa usada, alimentos e outro tipo de apoio para as famílias que ficaram ao relento por causa da chuva acompanhada de ventos. Ainda decorre o levantamento de outros danos e possíveis vítimas que necessitam de alguma assistência urgente.
O técnico do Instituto Nacional de Gestão das Calamidade em Manica, Vernito Gonga, assegurou que trabalho similar decorre em quase toda província.
Referiu que oito dos doze distritos da província registaram chuvas intensas. No distrito de Sussundenga as chuvas arrastaram o batelão que permite a travessia de pessoas e bens para as duas margens do rio Lucite. No mesmo distrito, na zona de Rotanda, uma escola, ainda em obras, foi destruída pelo temporal.