·Governo moçambicano activa Alerta Laranja Institucional
Moçambique, Malawi, Tanzânia entre outros são alguns dos países afectados por chuvas intensas que caem na região da SADC, devastando culturas e outras infra-estruturas, como casas de construção precária e estradas.
No caso de Moçambique, esta semana ficou interrompida e/ou condicionada a circulação rodoviária na estrada que liga a cidade de Tete aos distritos de Angónia e Tsangano, bem como a República do Malawi, devido as águas que galgaram a ponte sobre o rio Moatize impossibilitando a passagem de viaturas.
A via ferroviária da linha do Sena entre a estação de Moatize e Cambulatsitsi também ficou afectada devido à queda das chuvas.
Chuvas intensas também caíram esta semana nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, acompanhadas trovoadas e ventos até sessenta quilómetros por hora, o que levou as autoridades meteorológicas a apelar para a tomada de medidas de precaução face ao risco associado de descargas atmosféricas.
Neste contexto, o Conselho Técnico de Gestão de Calamidades activou o alerta laranja institucional para operacionalizar o plano de contingência, face à presente época chuvosa.
No entanto, a chuva que está a cair no distrito de Chiuta alimenta boas expectativas em termos de produção agrícola, com destaque para o milho.
Em relação a Tanzânia, prevêem-se chuvas em todo o território durante a presente época chuvosa, particularmente na bacia do Lago Vitória e partes de Kigoma, Morogoro, Arusha, Manyara, Kagera, Geita, Shinyanga e Mwanza.
A previsão indica chuvas normais e acima do normal podendo também atingir as regiões do Rovuma, Mtwara e Lindi e a continuação de temperaturas altas.
No Zimbabwe, o departamento de meteorologia também emitiu um aviso sobre a continuação de chuvas fortes e a eminência de cheias. A situação poderá levar a eclosão de doenças diarreicas, entre as quais, a cólera.
Em 2008, mais de quatro mil zimbabweanos perderam a vida devido a doenças relacionadas com o consumo de água imprópria.
Já no Malawi, chuvas fortes acompanhadas de ventos estão a fustigar aquele país vizinho.
Até agora ainda não há registo de vítimas mortais, mas os danos em algumas partes do país são preocupantes. O país está a braços com cheias devido as chuvas que caem há duas semanas.
O departamento dos serviços de meteorologia e mudanças climáticas emitiu um alerta sobre cheias como resultado de uma massa de ar quente associada a baixas pressões no Canal de Moçambique.
O director da instituição, Jolam Nkhokwe, disse que as cheias poderão afectar os distritos de Nsanje, Chikhwawa, Phalombe, Mangochi, Salima, Nkatabay e Karonga.
Nkhokwe acrescentou que durante este período prevê-se trovoadas acompanhadas de ventos fortes devido às descargas atmosféricas.
Entretanto, o departamento malawiano de meteorologia anunciou que está a monitorar a evolução da situação no Canal de Moçambique em termos de intensificação e movimentação de massa de ar associada a baixas pressões, de modo a fornecer informação em tempo real sobre um eventual ciclone tropical.
Chuvas fortes na zona norte do país
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê nos próximos dias a persistência de chuvas intensas com registo de mais de 150 a 300 milímetros de precipitação sobre a faixa costeira das províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Niassa e Tete.
Enquanto isso, as províncias de Manica, Sofala, Inhambane e o litoral de Gaza poderão registar precipitação acumulada até 40 milímetros.
Nas restantes regiões do país não se prevê a ocorrência de precipitação com impacto significativo.
De acordo com a nota do INAM, para algumas regiões de Malawi e Zâmbia, prevê-se a continuação de chuvas em regime forte sem impacto directo sobre a região a montante da bacia do Zambeze.
Sobe nível da água no rio Namakulugi
O rio Namakulugi, no município de Nacala, província de Nampula, subiu do seu nível desde a última terça-feira. Em consequência disso ficou interrompida a ligação rodoviária com a cidade de Nampula através da ponte entre as comunidades de Janca I, Janca II, Mahelene e Inacu.
A situação é vista como critica pelos munícipes daquela cidade, uma vez que desde a última terça-feira ninguém consegue atravessar a ponte sobre aquele rio. O cenário poderá durar por mais tempo, atendendo que a chuva continua a cair naquela autarquia.
Para evitar o pior, o Conselho Municipal de Nacala orientou equipas que estão nas imediações da ponte para sensibilizar as pessoas a não transitar naquele troço, porque a corrente das águas é intensa.
Esta medida surge depois de se constatar que existiam indivíduos que ficavam nas duas margens do rio e que se prontificavam em fazer atravessar as pessoas, em troca de dinheiro.
Entretanto, em conversa telefónica com o substituto do Presidente do Conselho Municipal, Chandrek Niconela, domingo soube que a chuva que caiu na passada sexta-feira deixou algumas casas inundadas e outras e destruídas.