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Cheias devastam África Austral

Por admin

Cheias deixam um rasto de destruição e mortes em Moçambique, Zambia, Malawi,  Zimbabwe, Madagáscar e em outros países.

Moçambique, Zambia, Malawi,  Zimbabwe, Madagáscar e em outros países da África Austral estão a enfrentar chuvas torrenciais acompanhadas de ventos fortes e que estão a provocar inundações e cheias, com mortes e destruição de infra-estruturas.

Em Moçambique, vinte e sete pessoas são dadas como desaparecidas no Município de Mocuba na sequência das cheias. Em Mocuba foram igualmente desalojadas dezanove mil famílias.  Mas, as últimas informações dão conta de mais de trezentas mil pessoas afectadas pelas cheias e cortada a ligação ferroviária entre Moçambique e Malawi através da linha de Nacala.

O governo declarou alerta vermelho institucional para as regiões centro e norte do país para dar resposta aos danos causados pelas chuvas.

A circulação em algumas estradas está interrompida ou condicionada e culturas perdidas, bem como algumas infra-estruturas sócio-económicas, sobretudo no centro e norte do país.

Ao longo da semana as águas das chuvas cortaram a ligação entre o centro e o norte do país em Mocuba, devido a subida do caudal do rio Licungo.

O caudal do rio Licungo registou uma subida de doze metros, seis metros acima do alerta máximo, tendo a fúria das águas provocado o desabamento de uma ponte metálica além de deixar submersas mais outras duas pontes, uma das quais crucial para a ligação por terra entre o centro e o norte do país.

A linha de Sena que liga Moatize à Beira finalmente foi reaberta após alguns dias de interrupção devido as chuvas que provocaram cortes e crateras ao longo do percurso.

Os cortes de energia também caracterizam a situação no centro e norte do país com apagões que as vezes levam mais de vinte e quatro horas e situação poderá prevalecer por alguns dias.

As chuvas derrubaram torres de energia e a sua reposição poderá levar algum tempo.

De acordo com o Departamento de Analise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia, o país ainda vai registar chuvas até ao fim da época chuvosa.

Por estas alturas do ano, a zona de convergência intertropical associada as baixas pressões é responsável pela abundante precipitação que ocorre no centro e norte do país entre os finais de Dezembro até Março e formação de ciclones no Oceano Índico que acabam por atingir Moçambique, Tanzania, Zimbabwe, Madagáscar e outros países.

Enquanto isso, no Zimbabwe pelo menos doze pessoas perderam a vida e milhares desalojadas na sequência das cheias nas regiões centro e norte do país.

A Cruz Vermelha anunciou que são necessários mais fundos para ajudar os afectados devido as chuvas torrenciais.

O Zimbabwe também foi alvo de cheias em Abril de 2014 onde foram desalojadas vinte mil pessoas, naquelas que foram consideradas as piores nos últimos quarenta anos.

Por outro lado, no Malawi quarenta e oito mortos e vinte e três mil desalojados é o balanço preliminar das cheias que fustigam o país, e o governo foi forçado a declarar as áreas afectadas como zona de desastre.

Ao mesmo o governo de Lilongwe lançou apelo para ajuda internacional para apoio as vítimas das cheias.

O presidente Peter Mutharika disse que a avaliação da magnitude das cheias e o resgate das vítimas estão difíceis porque algumas estão inacessíveis.

Mutharika especificou que são necessárias tendas e comida para além de recursos financeiros.

Os distritos mais afectados são de Nsanje, Chikwawa, Phalombe, Zomba, Blantyre, Chiradzulu, Thyolo, Mulanje, Balaka, Machinga, Mangochi, Ntcheu, Salima, Rumphi e Karonga, onde as equipas de salvamento não conseguem chegar as zonas afectadas para fazer o levantamento dos danos.

O Comissário para Calamidades Naturais Paul Chiunguzeni admitiu que a situação é grave.

Chiunguzeni referiu que o orçamento inicial de cem mil doláres mostra-se insuficiente para fazer face as necessidades de socorro as vítimas e a reconstrução das suas casas.

Ele disse que será necessário um adicional de duzentos mil doláres, para responder a crise humanitária.

Os afectados ficaram sem abrigo para além da destruição de centenas de hectares de culturas diversas.

Há também relatos sobre centenas de cabeças de gado perdidas.

O governo malawiano reconhece que não tem recursos financeiros suficientes para atender aos desalojados das cheias em quinze dos vinte e oito distritos do país.

A Unicef disponibilizou tendas enquanto o exército providenciou abrigo temporário em Chikwawa.

De acordo com as autoridades, o número de afectados poderá aumentar uma vez que a época chuvosa ainda não terminou. Esta a razão que leva algumas organizações a falar em quarenta e cinco mil, o número de afectados pelas cheias.

O problema é agravado pela vulnerabilidade do país para fazer face as calamidades naturais, um cenário que se repete todos os anos.

Os serviços meteorológicos prevêem a continuação de chuvas no Malawi, numa altura em que Moçambique, Zimbabwe, Zâmbia e Tanzania também se regista a queda de chuvas.

Normalmente, a época chuvosa começa em Outubro prolongando-se até Março do ano seguinte.

No caso do Malawi, o caudal de alguns rios registam subidas significativas devido as chuvas que vão continuam a cair nos próximos dias.

Os oficiais do governo confirmaram que não foi possível o acesso a todas as áreas afectadas, uma vez que algumas vias estão cortadas.

O administrador de Mangochi Bester Mandele afirmou que as vítimas das cheias, maioritariamente alojadas em algumas escolas, precisam de socorro urgente em géneros alimentícios.

Acrescentou que algumas culturas estão totalmente submersas, sobretudo de milho e arroz.

A mesma fonte receia a eclosão de algumas doenças, entre as quais, a cólera, devido as péssimas condições de higiene e saneamento.

De acordo com a FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, as secas e cheias tem aumentado com frequência e com uma magnitude que traz consequências negativas para a segurança alimentar bem como a subsistência das famílias que vivem no campo.

Esta semana, as Ilhas Maurícias também estiveram em alerta ciclónico, segundo anunciaram os serviços meteorológicos.

O ciclone manteve o seu deslocamento aproximando-se nesta trajectória das Ilhas Maurícias.

As escolas das ilhas Maurícias desde primárias, secundárias e universidades encerraram por motivos de precaução, anunciou o ministério da educação.

Imagens de satélite mostram que a forte tempestade tropical, designada Bansi, intensificou-se tornando-se num ciclone tropical

 

 

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