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Bispo auxiliar clama pela profissionalização dos serviços

Por admin

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Maputo, Dom João Carlos Nunes, faz um balanço positivo da peregrinação deste ano ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Namaacha, província de 

Maputo. No entanto, reconhece haver necessidade de profissionalizar alguns serviços, nomeadamente, a questão do som, colocação do estrado para a celebração da missa, espaços para venda de objectos religiosos, entre outros.

 

Segundo afirmou, apesar dos constrangimentos referidos acima, o evento deste ano superou as expectativas, na medida em que os peregrinos que para lá se deslocaram puderam rezar, venerar a Nossa Senhora e cumprir todos os momentos previstos no programa traçado.

Dom Carlos, que presidiu as cerimónias deste ano, explicou ainda que o mais importante numa peregrinação é podermos “deixar tudo o que a vida nos oferece no dia-a-dia, a nossa casa, o nosso conforto e irmos em busca daquilo que é realmente importante na nossa vida, o sítio onde estamos mais perto de Deus por intercessão da Nossa Senhora”.

Segundo afirmou, os vários constrangimentos que lá se verificaram, “relacionados com a questão do som, não afectaram o decurso das cerimónias, porque os peregrinos acompanharam os momentos e estiveram atentos às mensagens transmitidas nas homilias, a reza do terço e a adoração”.

Acrescentou que um aspecto importante e que é de louvar é o facto de apesar das baixas temperaturas que se fizeram sentir na edição deste ano, principalmente a chuva intermitente, “as pessoas permaneceram firmes durante a procissão, o que demonstra a sua maturidade e obediência aos propósitos que lhes levaram a escalar o Santuário.”

Instado a pronunciar-se sobre a melhoria da acomodação para os peregrinos, João Carlos referiu que a Diocese já está a concluir um projecto para a ampliação daquela igreja, com a transformação das ruínas do antigo complexo de João de Deus num “verdadeiro” Santuário.

Segundo explicou, o referido projecto em conclusão, cujo montante não avançou, consiste na construção da Casa do Peregrino, uma Igreja-Santuário com capacidade de cerca de duas mil pessoas, institucionalização de espaços próprios para o serviço de Adoração, salas de palestras, parque de estacionamento, entre outras infra – estruturas.

“Existe um projecto bastante avançado de transformação da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima num “verdadeiro” Santuário, até porque o Bispo Dom Francisco Chimoio já esteve em Fátima, Portugal, à procura de apoios nesse sentido e continuaremos a angariar fundos para que de facto aquele lugar seja um Santuário digno e com condições adequadas para acomodar todos os peregrinos que lá forem”,disse João Carlos, sublinhando que se trata da melhoria e ampliação do primeiro Santuário Mariano em África.

No que diz respeito às cobranças efectuadas pelo Conselho Municipal da Namaacha para o parqueamento de viaturas, explicou que tal decisão foi da edilidade. “O que aconteceu é que o município fez um ofício para a paróquia local e não para a Diocese a comunicar tal intenção, sem contudo ter a anuência da Arquidiocese, o que surpreendeu os peregrinos, mas nas próximas ocasiões haverá uma articulação permanente para evitar surpresas destas.”

 

OS TRÊS PASTORINHOS  

 

O bispo auxiliar de Maputo aproveitou a ocasião para se debruçar exaustivamente sobre as aparições de Nossa Senhora de Fátima, aos três pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta), na Cova de Iria, em Fátima, Portugal.

No dia 13 de Maio de 1917, as três crianças, Lúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos), afirmaram ter visto “…uma senhora mais branca que o Sol” sobre uma azinheira de um metro ou pouco mais de altura, quando apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, em Portugal.

Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinto via e ouvia, Francisco apenas via mas não a ouvia. As aparições repetiram-se nos cinco meses seguintes e seriam portadoras de uma mensagem ao mundo, a 13 de Outubro de 1917

“O que se sabe é que depois das aparições, durante o mês de Maio em que Nossa Senhora recomendou os pastorinhos a rezar o terço (rezar dez vezes a oração de Ave Maria, intercalada pelo Glória e o Pai Nosso), estes momentos continuaram até Outubro quando se deu, na presença de muitas pessoas, o eclipse do sol”,explicou João Carlos.

Este evento das aparições de Fátima foi declarado, mais tarde, pelo Bispo de Leiria, em Carta Pastoral datada de 13 de Outubro de 1930, como dignas de crédito e permitiu oficialmente o culto a Nossa Senhora de Fátima.

Uma vez declarada a credibilidade eclesial das aparições, tornam-se oficiais os elementos que vão inspirar o desenvolvimento do próprio Santuário de Fátima, em Portugal e a divulgação da “Mensagem”, a partir de Fátima, para o resto do mundo. É nesse contexto que vão surgir muitas outras igrejas e santuários com esse nome.

Falando concretamente sobre o Santuário da Namaacha, João Carlos afirmou que a sua fundação data de 25 de Junho de 1918 sob a designação de São Luís Gonzaga, mas a sua actividade de vida religiosa começou no ano de 1937, quando se comemorava os 25 anos das aparições em Fátima – Portugal, com a mudança de nome de Luís Gonzaga para Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.

Em 1942 fez-se o lançamento da 1ª pedra da construção da actual Igreja e que viria a ser inaugurada em 1944 pelo então Arcebispo de Lourenço Marques, Dom Teodósio Clemente de Gouveia e demais individualidades e personalidades eclesiais de então.

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