A União Europeia reafirma a sua posição em continuar a prestar assistência financeira para o Malawi, através de vários programas de desenvolvimento, apesar da suspensão do apoio directo ao orçamento devido ao escândalo de corrupção.
Os parceiros congelaram o apoio directo ao orçamento devido à pilhagem maciça de recursos financeiros desde a subida ao poder do falecido presidente Bingu wa Mutharika.
Os doadores optaram então por utilizar outros canais para prestar assistência ao mesmo tempo que prometem reiniciar o apoio orçamental se o governo introduzir melhorias na gestão das finanças públicas.
Os parceiros acreditam que ainda há uma grande impunidade no Malawi relativamente aos indivíduos que duma forma reiterada desfalcaram o Estado em benefício próprio, apesar do governo ter declarado tolerância zero aos corruptos.
Nua sua recente visita a Londres, o presidente Peter Mutharia mostrou-se evasivo quando questionado sobre o dinheiro desviado pelo seu falecido irmão Bingu wa Mutharika, limitando-se a responder que a corrupção já vem desde os governos anteriores.
O actual governo tem vindo a fazer um esforço tremendo para escamotear toda a verdade em torno dos milhões de dólares desviados pelo regime de Bingu wa Mutharika, segundo apurou uma auditoria internacional.
Em contrapartida limita-se a dar eco ao dinheiro desaparecido durante os dois anos da governação de Joyce Banda como se a corrupção só tivesse tido inicio depois da morte de Bingu wa Mutharika, em 2012.
O chefe da delegação da União Europeia, Marchel Gerrmann, destacou que a União Europeia continuará a apoiar os planos do governo para melhorar a gestão financeira e económica, a reforma do sector público e o reforço da boa-governação e do Estado de Direito.
Afirmou ainda que a União Europeia e Malawi têm uma parceria de longa data que resultou em melhorias significativas na rede rodoviária e no sector dos transportes em geral, afirmando que os programas poderão ser concluídos nos próximos dois a três anos.
Germann explicou que para os próximos anos, a União Europeia também vai financiar o sector da Educação, com enfoque no fortalecimento da gestão das escolas secundárias e dos estabelecimentos de ensino técnico profissional e de outras instituições de formação.
Deste modo, a União Europeia pretende melhorar a qualidade e a relevância do ensino secundário e a formação profissional através da promoção de um acesso equitativo incluindo a valorização da política de género.
O ano de 2015 marcou os quarenta anos de estabelecimento das relações políticas, comerciais e de desenvolvimento entre a União Europeia e Malawi, que remontam desde a assinatura em 1975 da primeira Convenção de Lomé entre a União Europeia e os países da Africa, Pacifico e das Caraíbas.
No seu conjunto, os Estados-membros da União Europeia contribuem com cerca de trezentos milhões de euros por ano em ajuda ao desenvolvimento para Malawi, um montante que supera qualquer outro parceiro de desenvolvimento.