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Kikwete: tragam todos os suspeitos

Por admin

O presidente tanzaniano pediu a todos os países que hospedam os restantes suspeitos do genocídio do Ruanda para serem conduzidos para Arusha para serem interrogados.

Ele emitiu o pedido em Arusha durante o lançamento da primeira pedra para a construção do Tribunal Penal Internacional  no âmbito do Mecanismo das Nações Unidas ( MICT).

A resolução 1966 de 2010 estabeleceu a criação daquele tribunal que se tornou efectiva há três anos. O Conselho de Segurança determinou que as actividades do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda deviam ser encerradas até 31 de Dezembro de 2014, e em sua substituição seria criado o Mecanismo para Tribunais Residuais.

O tribunal deverá completar o restante trabalho do Tribunal Penal Internacional para Ruanda (ICTR) baseado em Arusha e do Tribunal Internacional (ICTY) para a antiga Jugoslávia, depois destes terminarem os seus respectivos mandatos.

A construção do MICT termina próximo ano e nele serão interrogados os suspeitos pelo genocídio de Ruanda que ainda não foram ouvidos ou dados como fugitivos.

A Tanzania e as Nações Unidas estão a cumprir o seu papel no sentido de trazer a justiça todos os perpetradores de crimes a luz da lei internacional, e por isso, os outros países tem a responsabilidade de colaborar na entrega de todos os suspeitos ligados ao genocídio do Ruanda em 1994 e que se encontram a monte”-  sublinhou Jakaya Kikwete.

Stephen Mathias assistente do Secretário-Geral das Nações Unidas saudou a Tanzânia por acolher o Tribunal Penal Internacional no âmbito do Mecanismo das Nações Unidas incluindo a disponibilização da terra para a construção e elogiou o Presidente Kikwete por estar na linha da frente na luta contra a impunidade.

O MICT terá duas delegações, uma em Arusha e outra em Hague, na Holanda.

 Em apenas cem dias, cerca de 800 mil pessoas da etnia minoritária tutsi foram massacradas em 1994, no Ruanda, por extremistas hutus. Cerca de 85 por cento da população ruandesa são hutus, mas a minoria tutsi dominou por muito tempo o país.

Na noite de 6 de Abril de 1994, um avião que transportava os então presidentes do Ruanda Juvenal Habyarimana e do Burundi Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, foi abatido. Extremistas hutus culparam a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), um grupo rebelde de exilados tutsis e de imediato começou uma campanha bem organizada de assassinato dos tutsis.

A RPF disse que o avião tinha sido abatido por hutus como pretexto para o genocídio. Vizinhos mataram vizinhos e até alguns maridos mataram suas mulheres tutsis, dizendo que seriam mortos caso recusassem.

Milhares de mulheres tutsis foram raptadas e mantidas como escravas sexuais. A ONU e a Bélgica tinham forças de segurança no Ruanda, mas não foram dadas ordens para a missão das Nações Unidas de modo a parar a matança.

Manuel Meque
malembalemba@gmail.com

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