O Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu recentemente os países da região da Africa Austral sobre o severo impacto do El Nino nas culturas e gado.
A FAO alertou que estava eminente o EL Nino mais devastador dos últimos 18 anos – afirmou o porta-voz adjunto da ONU Farhan Haq.
“Ele atingirà o pico no início de 2016 antes da habitual época de colheita na Africa Austral”, disse o porta-voz.
A África do Sul já declarou estado de seca em cinco províncias, consideradas as principais produtoras de cereais, enquanto o Lesotho emitiu um plano de mitigação de seca e a Swazilândia introduziu restrições da água, com os níveis dos reservatórios extremamente baixos.
O El Nino é um fenómeno que ocorre naturalmente pelo aquecimento anormal da temperatura da superfície do mar. Ele ocorre a cada dois a sete anos e pode durar 18 meses.
Durante esses episódios meteorológicos, padrões comuns de precipitação normal são afectados, provocando eventos extremos como secas e cheias.
De acordo com especialistas, o efeito do El Nino faz-se sentir em quase toda a África, com agentes de campo da FAO na Etiópia a relatar a morte de animais e a perda de culturas entre os agricultores, enquanto a fome poderá atingir dez milhões de pessoas.
Para além da África Austral, o efeito do El Nino também atinge o Norte da Austrália, partes da Indonésia e uma ampla faixa da América Central e Brasil.
A FAO também emitiu um aviso sobre o risco da febre do Vale de Rift (FVR) especialmente na África Oriental.
O surto FVR afecta sobretudo ovinos, caprinos, bovinos, búfalos, camelos e antílopes, mas também pode ser letal para os seres humanos.
O surto está associado às chuvas do El-Nino que reforçam habitats para os mosquitos que transmitem a doença.