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Angola em risco de perder liderança do órgão regional

Por admin

A continuidade da Angola à frente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) está dependente de uma análise das próprias autoridades angolanas depois de um pedido formal do Quénia, que manifestou interesse em assumir o Secretariado Executivo da organização.

Segundo o ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, vários países acenaram no sentido de ver Angola continuar na presidência da CIRGL, para que prossiga com o trabalho que desenvolveu nos dois anos de mandato. O mandato de Angola termina este mês de Janeiro e tem havido contactos no sentido de haver uma extensão do mesmo.

Em Novembro último, Chikoti recebeu no seu gabinete Hon Joseph Nyaga, que foi portador de uma mensagem do presidente queniano para o homólogo angolano. A mensagem foi entregue ao chefe do Estado angolano, durante uma audiência no Palácio da Cidade Alta. Segundo o emissário do presidente Uhuru Kenyatta, o Quénia quer o apoio de Angola para eleger o seu candidato à sucessão do congolês Louaba Ntumba no cargo de Secretário Executivo da CIRGL, mas sem se referir ao cargo de presidente da organização.

O Quénia quer o Secretariado Executivo da organização e não a presidência, disse Georges Chikoti. “Eles mandaram uma delegação para Luanda em Novembro que exprimiu precisamente isso. É que quem assume o Secretariado Executivo tem que abdicar da presidência, pelo que o apoio à continuidade de Angola deve ser um acto formal”, esclareceu.

Para Georges Chikoti, Angola continuará a tratar das questões de paz e segurança com o mesmo empenho e responsabilidade, mas no Conselho de Segurança da ONU, onde tem um ano de mandato.

Quanto às solicitações para que Angola continue na liderança da CIRGL, o ministro disse que sim, mas que cabe ao país ver se está em condições de continuar. “Mesmo que Angola não continue”, admitiu, “é ponto assente que demos um grande contributo, especialmente na pacificação dos países que constituíam focos de instabilidade. Se tivermos que continuar, estaremos tão empenhados como sempre estivemos até aqui, mas se assim não for o caso é de esperar que quem venha a substituir Angola dê continuidade ao trabalho com o mesmo empenho”, afirmou Chikoti.

Chikoti disse ainda que pela sua própria história, como país que soube superar a instabilidade interna, Angola tem alguma experiência e mostra vontade de ver os países da região também com estabilidade. “A nossa região precisa de estabilidade, pois o enorme potencial que tem, em matéria de recursos naturais, pode ser importante para o desenvolvimento do continente”, afirmou.

Sobre os contactos feitos pelo Quénia, Chikoti confirmou que em Novembro, Nairobi enviou uma delegação a Luanda, tendo manifestado o desejo em assumir apenas o Secretariado Executivo. “Em princípio, o próximo candidato deverá ser o Quénia, mas manifestaram o desejo de participar na liderança da CIRGL, apenas no Secretariado Executivo, deixando em aberto a possibilidade de Angola manter-se na presidência da organização”.

De acordo com Chikoti, a questão da liderança da CIRGL é um tema que deve ser colocado de maneira clara e objectiva. “O pedido deve ser formalizado, para ser alvo de alguma concertação entre os Chefes de Estado, mas também para que Angola possa analisar se está ou não em condições de aceitar”.

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