O Secretário Executivo da SADC, Tomaz Salomão, considera útil que, 50 anos depois, a organização continental faça uma introspecção para identificar as fraquezas, indecisões, erros cometidos e,
acima de tudo, o que foi bem feito ao longo desse período.
Este exercício, de acordo com Salomão, vai permitir a escolha do caminho que África tem de seguir e que conduza a uma situação tal em que os africanos saibam lidar com as diferenças existentes entre eles “ usando mecanismos correctos para a superação das mesmas”.
Este é o momento de a África preparar-se para endossar aos jovens a responsabilidade de enfrentarem os desafios de desenvolvimento, porque o futuro está nas suas mãos. A nossa organização tem que definir uma estratégia clara e que tenha no centro do desenvolvimento o Homem, que elimine as barreiras fronteiriças para que se desenvolva o livre comércio, obviando a integração regional, e que assuma o papel que lhe é reservado no concerto das Nações no mundo”, disse Tomaz Salomao.
Falando a jornalistas moçambicanos que estão a cobrir a Cimeira da UA, em Addis Abeba, o secretário executivo da SADC debruçou-se ainda em torno do lema escolhido para a presente Cimeira: “Pan-africanimo e Renascimento africano” o qual, na sua óptica, sugere um exercício de profunda reflexão sobre o futuro de África numa conjuntura completamente diferente, realidade distinta e contexto internacional complexo mas “ sem medo de assumirmos as nossas fraquezas, insuficiências e a partir daí, olharmos para o futuro com confiança”.
“E preciso que os africanos apaguem a imagem que se tem de que África é um continente de conflitos. Os africanos têm que perceber que enquanto perdem tempo a gerir dificuldades e conflitos internos, há gente que tira vantagem disso, que se beneficia dessa situação. Portanto, não vale a pena perdermos tempo com isso.Temos que potenciar o nosso capital humano e reduzir a dependência da ajuda externa para que sejamos senhores do nosso desenvolvimento”, disse Tomaz Salomão.
Segundo o Secretário Executivo da SADC, uma das maiores preocupações de África prende-se com a necessidade de ter um peso específico e a capacidade de emissão de uma única voz e audível em arenas internacionais o que depende de um factor principal: “ o seu poderio e arcaboiço económico e financeiro”.
É nisso que temos que concentrar a nossa atenção. Temos que mobilizar os nossos recursos para capacitar os Homens, em primeiro lugar, para tratarmos de assuntos de desenvolvimento dos países africanos com metas e objectivos bem claros sobre o que pretendemos atingir daqui a 10 anos”, sustentou Salomão, acrescentando que “a nossa voz (africanos) só será ouvida no FMI , no Banco Mundial e outras instituições financeiras e nas Nações Unidas quando estas sentirem que o continente tem um grupo de países que defende os interesses do continente de forma estruturada.