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Tristes números da passagem de ano

Por admin

O balanço que as autoridades policiais e hospitalares fazem da celebração da passagem do ano é aterrador. Objectos pirotécnicos feriram 32 pessoas. Nove violações sexuais. Houve 259 acidentes de viação com duas mortes. Agressões físicas foram 355 casos. Uma morte por afogamento e 17 casos de violência doméstica. No total são 904 casos.

A passagem do ano é um momento de celebração da vida, de balanço do percurso feito ao longo dos 365 dias passados e de perspectivar o ano que se segue. O mundo inteiro faz isso. Famílias e amigos se reúnem, se abraçam, dançam, comem e bebem.

Mas, infelizmente, tem sempre casos de cidadãos que se excedem e provocam o caos. Outros, simplesmente cruzam com o azar e se dão muito mal. O balanço a que tivemos acesso e que apresenta as ocorrências registadas em 21 hospitais de todo o país, das 07 horas do dia 31 de Dezembro, até as 07 do dia 01 de Janeiro é disso uma prova.

Segundo a fonte, foram registados 904 casos e três óbitos, fruto de acidentes de viação, afogamentos, violência doméstica, agressões físicas violação sexual e feridos por uso indevido de objectos pirotécnicos.

O registo aponta que naquelas 24 horas em que o país inteiro estava mergulhado em festas ocorreram 259 acidentes de viação que culminaram com a morte de duas pessoas. Aqui, é fácil depreender que as causas continuam a não variar. Condução em estado de embriagues, excesso de velocidade, intolerância e a violação do Código de Estrada.

Também chama o capítulo referente às agressões físicas que, em 24 horas chegaram a 355 casos. Aqui, as motivações estão associadas ao consumo de bebidas alcoólicas e desavenças conjugais e de vizinhos.

Enquanto quase todo o mundo celebrava a chegada do novo ano, nove raparigas eram violadas em diferentes cantos do país. Simplesmente bizarro e incompreensível. Apuamos que uma das vítimas tinha cerca de 13 anos.

Outro capítulo que continua a estragar muitas festas e a deixar famílias desesperadas relaciona-se com a queima de fogos-de-artifício. As autoridades policiais e sanitárias não se cansam de alertar aos país e encarregados de educação sobre os cuidados a tomar, mas há sempre quem ignora os alertas.

No total, as 21 unidades sanitárias que cederam informações que partilhamos com o nosso leitor registaram 32 feridos, dois dos quais de cidadãos que perderam olhos e tiveram que passar por cirurgias. Outros ficaram com os dedos amputados. Triste cenário para começar o ano.

Mais triste ainda é o dado que indica que 17 casais, no lugar de se abraçarem, dançar, rir e festejar, optaram pelo mais difícil. Entraram em sessões de violência que foram dar a esquadras e hospitais e culminaram com lesões corporais que os vão marcar pelo resto da vida. Ainda sobraram 243 casos diversos e uma morte por afogamento na praia do Bilene, província de Gaza.

As autoridades sanitárias e policiais também nos facultaram dados referentes ao período que vai de 21 de Dezembro a 01 de Janeiro. Aqui, fica patente que ainda há um caminho longo para tornar as estradas mais seguras. Neste intervalo de tempo houve incríveis 2221 acidentes de viação que culminaram com 22 óbitos.

Também é penoso perceber que aconteceram inexplicáveis 2506 casos de agressão física com três óbitos, 34 pessoas feridas por objectos pirotécnicos, 94 violações sexuais, 232 casos de violência doméstica e outros 2500 casos com seis óbitos por causas diversas. Tudo isto aconteceu em escassos 10 dias.

TURISMO EM ALTA

Apesar dos números que apresentamos serem aterradores, há a salientar o intenso movimento de turistas nacionais e estrangeiros que abarrotaram as praias, com particular destaque para a região de Ponta do Ouro, no extremo sul da província de Maputo, Macaneta, também em Maputo, Bilene, na província de Gaza, toda a parte costeira de Inhambane, e também nas fabulosas praias de Nampula e Cabo Delgado.

Dados em nosso poder indicam que só na capital do país, Maputo, foi registada a entrada de cerca de um milhões de turistas, parte dos quais acomodados em 5569 quartos. Segundo Rafael Funzane, director de Cultura e Turismo da cidade de Maputo sublinha que Maputo acolheu turistas provenientes de África do Sul, Portugal, Inglaterra e França que geraram uma ocupação hoteleira de cerca de 75 por cento.

Na província de Inhambane, as nossas equipas de reportagem apuraram que mais de 100 mil turistas nacionais e estrangeiros rumaram para as praias locais devolvendo algum ânimo aos gestores das unidades hoteleiras que, num passado recente, desesperaram devido à instabilidade política que gerou ataques na região de Muxúngue, província de Sofala.

Para os turistas estrangeiros, particularmente, a tensão político-militar era tida como guerra e Moçambique, na ótica destes, era um local inseguro. Recordamos que, por exemplo, na transição de 2014 para 2015, algumas estâncias turísticas encerraram e os trabalhadores despedidos.

O nível de ocupação hoteleira na província de Nampula é apontada como sendo de 75 por cento, contra 85 do ano passado. Agostinho Zacarias, director provincial de Cultura e Turismo de Nampula, aponta a crise financeira como responsável por esta redução.

A festa de passagem de ano foi marcada também por coisas muito boas. Famílias inteiras reunidas em quintais, salões de festas, restaurantes de hotéis, resorts, entre outros locais, quase todos vestidos de branco, sinal de desejo de paz.

Jorge Rungo, Maria de Lurdes Cossa e Idnórcio Muchanga

 

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