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ROUBO DE URNAS, GÁS LACRIMOGÉNIO E MAIS TRUQUES!

Por admin

O processo de votação no Município de Quelimane foi marcado por um ambiente calmo e ordeiro no cômputo geral, mas teve momentos menos bons, e dignos de registo. A nossa reportagem testemunhou alguns incidentes que podem configurar ilícito eleitoral em algumas assembleias de voto com desataque para a zona de Incidua, onde supostos apoiantes do MDM e de Manuel Araújo resolveram, sem apelo nem agravo, invadir algumas assembleias de voto e apoderarem-se de urnas contendo boletins de voto, no momento em que os Membros das Mesas de Voto (MMV´s) se preparavam para arrancar com a fase do escrutínio.

Daí para frente, viveram-se momentos de caos autêntico em Incidua protagonizados por jovens visivelmente embriagados e drogados e que arremessavam pedras, garrafas e outro tipo de objectos contundentes contra viaturas de alguns órgãos de informação (exceptuando deliberadamente a da STV) chegando ao extremo de desafiarem, da mesma maneira, os agentes policiais, incluindo os reforços da Força de Intervenção Rápida(FIR) que foram destacados para o local.

Foi preciso a polícia disparar balas de borracha e gás lacrimogéneo para tentar conter a “saga colérica” dos apoiantes do MDM que, segundo contaram à nossa Reportagem, já desconfiavam que pelo menos naquele bairro maioritariamente habitado por pescadores, a Frelimo havia conseguido mudar a tendência do voto a seu favor. Portanto, foi com um misto de ordem e bagunça que decorreu a votação em Quelimane. 

A dado momento, aqueles jovens montaram barricadas ao longo da estrada que leva até ao ponto onde estavam instaladas as Assembleias de Voto e perante o ambiente de balbúrdia e arruaça sem paralelo que se vivia naquele ponto os Membros das Mesas de Voto saíram em debandada do local alegando “falta de segurança e condições propícias para prosseguirem com o seu trabalho”.

Um cenário também de agitação aparentemente “programada” se deu no bairro Munhau, onde funcionavam cerca de 10 Assembleias de Voto. Ali até depois das 18 horas haviam filas de eleitores alguns com senhas e outros não. Os últimos (sem senhas) proferiam ameaças aos MMV’s do tipo “ se não nos deixarem votar (fora do tempo estipulado por lei) iremos impedir que saiam daqui com as urnas”.

Numa das assembleias de voto os MMV’s colocaram uma cabine num canto com meia parede e a medida que ia escurecendo viam-se jovens posicionados do lado de fora do local de votação e a entabularem conversa com os eleitores em pleno momento de votação. Só depois da nossa Reportagem interpelar os referidos jovens e, de seguida, denunciado o sucedido ao Presidente da Mesa e escrutinadores de serviço, é que estes resolveram chamar a Polícia, depois de muito tempo. Esta, meio titubeante, interveio no assunto e mandou movimentar a cabine de votação para um lugar relativamente mais seguro e discreto.  

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