Devis Simango e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) estão em vantagem no município da Beira, em Sofala, e desde a passada sexta-feira que festejam vitória. Simango, que concorre para sua própria sucessão, reúne mais de 70 por cento dos votos até agora contabilizados e o MDM poderá, pela primeira vez, ter controlo efectivo da Assembleia Municipal na Beira.
Quando estão processados votos em 185 das 291 mesas (de acordo com o STAE), Devis Simango tinha 70,6 por cento de votos (51 536) contra 21 411 de Jaime Neto, da Frelimo.
O porta-voz do MDM na cidade da Beira, Sande Carmona, disse sexta-feira que uma eventual vitória do seu partido selaria o sacrifício dos beirenses que tudo fizeram para que o segundo maior centro urbano do país não mudasse de direcção política.
Devis Simango afinaria pelo mesmo diapasão, sublinhando que respeitaria a Frelimo na Assembleia Municipal da Beira, colhendo e analisando as respectivas propostas no quadro da gestão municipal.
O processo eleitoral na Beira foi ordeiro, não obstante as escaramuças reportadas no populoso bairro da Munhava no dia de encerramento da campanha. De uma forma geral, a votação ocorreu sem graves de vulto.
DESAFIOS DO MDM
O Movimento Democrático de Moçambique deverá continuar a combater a erosão costeira na Beira, uma cidade que se encontra abaixo do nível médio das águas do mar.
De notar que esta situação contribui para que aquela autarquia se debata, também, com graves problemas ao nível da promoção de um sistema de saneamento e drenagem sustentável.
Ao longo dos seus dois mandatos, Devis Simango não logrou soluções definitivas para estes dois problemas, bicos de obra que têm exigido muita acção e investimentos.
A promoção de emprego para a juventude e o combate à pobreza urbana constam da agenda ainda por cumprir. Sobre este último ponto, o Governo Central, da Frelimo, tem alocado, anualmente, 15 milhões de meticais ao município da Beira e exige transparência na gestão dos fundos.
