O transporte de pessoas e bens a partir da cidade de Tete para os países do Interland, designadamente, Zimbabwe, Zâmbia e Malawi ganhou novo ímpeto com a entrada em funcionamento semana finda da nova ponte sobre o Rio Zambeze. O acto foi dirigido pelo Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, que sublinhou que o empreendimento concretiza o comprometimento do Governo de melhorar as condições de vida dos moçambicanos.
Baptizada com o nome de Base Kassuende, a nova ponte foi construída a cerca de cinco quilómetros da emblemática Ponte Samora Machel, entre a cidade de Tete, região de Mpádue e o distrito de Moatize, Posto Administrativo de Benga. Prevê-se que transitem por aqui mais de mil viaturas por dia.
A ponte possui mil e seiscentos quilómetros de cumprimento, 15 de largura e está orçada em 3 mil e 600 milhões de meticais. É a quarta maior depois da Ponte Dona Ana, da Ponte da Ilha de Moçambique e Ponte Armando Guebuza, esta última também erguida sobre o Rio Zambeze, na zona entre Chimuara e Caia.
Com a entrada em funcionamento desta infra-estrutura rodoviária, estão criadas as condições para a fluidez do tráfego, sobretudo viaturas de grande tonelagem provenientes dos portos da Beira e Nacala a caminho do Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, que chegavam a levar dias para atravessar a Ponte Samora Machel, sobretudo quando esta beneficiava-se de obras de reabilitação.
Segundo apurámos, com a inauguração da Kassuende, pela Ponte Samora Machel, com mais de 50 anos de existência, passará apenas tráfego de veículos de pequeno porte e motociclos, enquanto que os camiões serão direccionados para a nova,que compreende ainda uma estrada de 15 quilómetros, a partir de Mpádue, cidade de Tete até Benga, em Moatize.
A nova infra-estrutura vai dinamizar cada vez mais a circulação rodoviária com os países do Interland, através das estradas: Cuchamano-Zóbue, numa extensão de 268 quilómetros; Colomué-Mussacama, 150 quilómetros e Cassacatiza-Tete, 268 quilómetros.
Dirigindo-se à população momentos depois de inaugurar o empreendimento, o Chefe do Estado sublinhou que a ponte abria uma nova etapa para o desenvolvimento não só da província de Tete, mas também dos países vizinhos com destaque para o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabwe.
“A ponte está aqui”, disse Armando Guebuza, salientando que esta é mais “um produto do Governo, um Governo de realizações com impacto directo na vida das comunidades”.
Guebuza disse ainda que a nova ponte integra-se numa grelha de infra-estruturas idênticas construídas ao longo desta última década da sua governação. Acrescentou que para além desta infra-estrutura existem outras ainda em progresso e citou como exemplo as treze pontes ao longo da estrada que liga Ile, Guruè, na Zambézia, e Cuamba, no Niassa; sete pontes em Litunde e Marrupa, no Niassa; as pontes sobre os rios Incomáti e Umbeluzi, em Maputo, a Ponte Maputo-Catembe, na cidade de Maputo, entre outras.
Na ocasião, Armando Guebuza explicou o sentido de nome Kassuende, tendo afirmado que se trata de uma importante base militar que serviu de retaguarda segura durante a luta armada de libertação de Moçambique para a abertura da frente de Tete.
“Kassuende carrega a agenda de luta contra a pobreza. A mesma vai responder aos desafios impostos pelo crescimento da indústria extractiva e mineira na província de Tete”,sublinhou o Presidente da República.
Por seu turno, Cadmiel Muthemba, Ministro das Obras Públicas e Habitação disse que a construção desta importante infra-estrutura iniciou no ano de 2011 e vai aliviar a carga que se fazia sentir sobre a Ponte Samora Machel que já sentia-se pressionado com o crescimento do tráfego rodoviário.
De referir que este empreendimento foi adjudicada à Estrada do Zambeze, um consórcio de capitais moçambicanos e português, cuja exploração será por um período de trinta anos.
O referido consórcio vai se encarregar pela assistência aos utentes, vigilância e manutenção do total de cerca de 700 quilómetros que compreendem a via ligando as três fronteiras a partir da província de Tete.
Domingos Nhaúle
Fotos de Jerónimo Muianga
