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Peritos avaliam estado da barragem de Mavuzi

Por admin

A barragem de Mavuzi, localizada na província de Manica, está desde a madrugada de ontem a ser alvo de um minucioso “pente fino” por parte de peritos da empresa Hydrokarst, contratados pela Electricidade de Moçambique (EDM), com o objectivo de avaliar o estado em que se encontra a infra-estrutura e respectivos componentes com vista à sua reabilitação.

Para o efeito, a produção de energia nesta fonte foi interrompida na madrugada de ontem e o reservatório de água (albufeira) foi completamente drenado para permitir que aqueles especialistas tenham acesso aos pontos mais profundos da barragem, com particular destaque para a toma de água, descarregadores de fundo e de superfície, entre outros.

Com esta iniciativa, inserida no contexto do projecto de reabilitação das barragens de Chicamba e Mavuzi, lançado recentemente pelo Chefe de Estado, Armando Guebuza, a EDM pretende “rejuvenescer” aquelas infra-estruturas e respectivo equipamento para aumentar a capacidade de produção de electricidade em cerca de 13 por cento.

No final do projecto, a capacidade de geração de electricidade será incrementada em cerca de 13 por cento e a mesma quantidade de água vamos poder produzir mais energia, o que vai culminar com um aumento de disponibilidade com impacto directo nas províncias de Sofala e Manica”, disse Sérgio Sacama, director da Divisão de Produção-Centro.

Com efeito, ambas as barragens foram erguidas entre as décadas de 50 e 60 pelo que os seus paredões e componentes hidromecânicos apresentam sinais evidentes de desgaste, facto que concorre em larga medida para a redução da capacidade de geração de energia, bem como a sua longevidade.

No quadro da operação agora em curso e que vão decorrer até à meia-noite de hoje (Domingo), os peritos inventariaram o estado interior dos equipamentos para que a EDM possa encomendar as peças necessárias com certeza. No caso específico da central de Mavuzi, está claro que será necessário substituir por completo os geradores I e II por se encontrarem obsoletos.

Para Sérgio Sacama, “a reabilitação das barragens de Chicamba e Mavuzi implica a troca de alternadores, turbinas, sistemas de controlo e de comando para a regulação de tensão e registo de danos. No caso específico de Mavuzi, foi necessário observar a infra-estrutura sem água para se ter a certeza do que é preciso fazer”.

Gerir o pouco que há

para evitar restrições

Por se tratar de uma operação de grande vulto e com um potencial bastante elevado de probabilidade de colocar os consumidores de Sofala e Manica a sofrerem restrições bastante prolongadas, a peritagem à barragem de Mavuzi foi antecedida por abundantes alertas na comunicação social para que fosse colhido de surpresa.

Por outro lado, e com base na experiência amarga recente, em que foram realizadas manobras nas barragens de Chicamba e Mavuzi, que coincidiram com uma avaria grossa na subestação de Chibata (que recebe energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa) e que culminaram com um prolongado apagão em Manica e Sofala, desta vez, a EDM interrompeu a produção em Mavuzi mas, manteve Chicamba e Matambo a funcionarem em pleno.

Apesar disso, alguns bairros e até mesmo grandes empresas viram-se forçadas a reduzir os seus consumos, nomeadamente a Açucareira de Mafambisse, Cimentos de Moçambique, subestação da Munhava e de Chimoio num total de 12,5 MegaWatt (MW).

É que, mesmo com a subestação de Chibata e as barragens de Chicamba e Mavuzi a funcionarem numa boa, a disponibilidade de energia para as províncias de Sofala e Manica está no limite pois, produzem as três infra-estruturas produzem 110MW, quando o pico de consumo se situa em 108MW.

Apesar deste quadro, Sérgio Sacama afiança que não haverá problemas de fornecimento de energia eléctrica durante a quadra festiva que se avizinha, uma vez que parte das grandes empresas que consomem grandes quantidades de energia poderão estar a laborar “a meio gás”.

Por outro lado, afirma que está em curso um trabalho de consciencialização dos consumidores para que adoptem medidas de racionalização da energia disponível através do uso de lâmpadas de baixo consumo e a utilização escalonada de electrodomésticos. “É preciso evitar ligar aparelhos de ar-condicionado, microondas, fogão eléctrico e ferro de engomar em simultâneo”, disse.

Este apelo, é sustentado pelo facto de estar prevista a realização de intervenções profundas na barragem de Mavuzi, de Fevereiro a Dezembro do próximo ano, o que vai conduzir à paragem da produção desta central. Associado a isso, a central de Chicamba também terá o seu funcionamento condicionado ao longo do próximo ano.

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