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Guebuza reitera importância da Ponte da Katembe

Por admin

O projecto de construção da Ponte da Katembe deve ser encarado como algo benéfico e que irá, a médio prazo, impulsionar o desenvolvimento deste distrito municipal e dos seus 

habitantes e “não uma maldição”, como supõe ou tentam dar a entender algumas pessoas “que querem que a pobreza se perpetue em Moçambique”.

Foi com esta mensagem que o Presidente da República, Armando Guebuza, dissipou equívocos e amainar algum reboliço no seio dos habitantes da Katembe que participaram no comício por si orientado no bairro de Chamissava, no Município de Maputo, na manhã de sexta-feira última. Ao mesmo tempo, O Chefe do Estado reafirmou a irreversibilidade do projecto de construção da Ponta da Katembe, avaliada em pouco mais de 700 milhões de dólares norte-americanos.

É que alguns nativos daquele distrito municipal não se coibiram em fazer pronunciamentos que revelavam algum cepticismo quanto aos benefícios reais e directos que advirão da implantação daquela infra-estrutura para a comunidade local, a tal ponto que um popular resolveu questionar se a aludida ponte pode ser vista como “uma vantagem ou maldição para os residentes da Katembe”.

Guebuza tratou de explicar que a futura Ponte que ligará a cidade de Maputo e Katembe e as estradas adjacentes Katembe/Ponta do Ouro e Bela Vista/Boane constituem uma iniciativa do Governo de Moçambique e tal como outras infra-estruturas sociais que vem sendo construídas dia-após-dia, ela visa acelerar o desenvolvimento dos lugares e melhorar as condições de vida das pessoas, onde tais empreendimentos são erguidos “ e nunca o contrário disso”.

Pode ter sido esta a “voz” e “palavras” que faltavam para dissipar todos os equívocos entre aqueles populares que, por pura inocência ou défice de informação, encaravam o projecto de construção da Ponte da Katembe apenas pelo lado menos bom com destaque para a inevitável movimentação e/ou transferência de algumas famílias e suas propriedades implantadas ao longo do traçado projectado para a construção daquela obra de grande engenharia, que terá uma altura de 60 metros e uma extensão de cerca de três quilómetros. O projecto comporta ainda um conjunto de estradas a construir que terão 209 quilómetros.

Todavia, esta “boa nova”, desde os primórdios do seu anúncio público, suscitou uma certa polémica e que foi sendo aproveitada e alimentada por alguma “imprensa expatriada” que alberga alguns detractores do actual regime, que se encolerizam cada vez que se anuncia mais um investimento ou realização de uma obra em benefício da população moçambicana. 

É por isso que a intervenção de Guebuza, no comício popular de Chamissava, soou no seio do grupo dos “bota abaixo” e/ou seus detractores como um verdadeiro recado com sabor “agridoce”, já que frenética e sistematicamente estes investem na crítica (nem sempre construtiva) a tudo quanto seja dito ou feito pelo PR, ao invés de se concentrarem precisamente naquilo que possa estar eventualmente errado nas estratégias, iniciativas ou políticas públicas adoptadas pelo Governo moçambicano, como um todo.

Na verdade, algumas das críticas provenientes dos mesmos cantos e recantos, aparecem indisfarçavelmente chapiscadas de um certo azedume em relação à figura de Armando Guebuza, e não propriamente como um “reparo” de boa fé às políticas governamentais.

Falando ainda no único comício que orientou no quadro da Presidência Aberta à cidade de Maputo, e que amanhã termina, o Chefe do Estado, Armando Guebuza, fez questão de dizer que o desenvolvimento é desejável no nosso país e é um exercício que se desencadeia plenamente, quando um determinado povo está unido e em paz “ pelo que estas conquistas (a paz e a unidade) devem ser valorizadas para que tenhamos mais escolas, hospitais, pontes, água potável e todas as coisas que vocês acabaram de pedir aqui no comício”. 

“É por isso, meus irmãos, o desenvolvimento é desejável tanto quanto é desejável a Ponte da Katembe . A construção desta infra-estrutura é um sinal de que estamos a desenvolver o nosso país e, por conseguinte, a dar mais um golpe na pobreza”, disse Guebuza, acrescentando que “como devem imaginar, há algumas pessoas, felizmente poucas, que se sentem incomodadas em ver os moçambicanos a desfrutarem da paz, de braços dados, unidos em torno dos mesmos ideais e a alcançarem novas conquistas, tais como novas pontes, estradas, escolas, etc.”

Num outro momento, o Presidente referiu que a construção de obras de grande vulto, como a Ponta da Katembe, implica mudanças para o melhor e alterações físicas do lugar onde irão decorrer as obras pelo que “ ao se aceitar que a ponte ou estrada sejam construídas numa determinada zona há que ter em conta que haverá movimentação de algumas famílias, demolições de algumas infra-estruturas, porque a ponte e a estrada nem sempre poderão ser projectadas de forma a contornar todos os obstáculos que estiverem implantados ao longo da área projectada para as obras”.

De acordo com Guebuza, o preço da ponte e de qualquer infra-estrutura de utilidade pública é sempre alto, mas não o suficiente para demover qualquer governo de criar condições para o bem-estar social da maioria da sua população.

“Só podemos falar de um efectivo desenvolvimento, quando este provoca mudanças para o melhor e benefícios para a maioria dos moçambicanos. O preço da ponte é alto, mas vai trazer benefícios para muitos moçambicanos. Por isso, temos que aceitar o desenvolvimento e as transformações que ele acarreta consigo. Trabalhemos com os nossos dirigentes para que as mudanças que advenham destes projectos não possam afectar negativamente a vida da nossa população”, disse Guebuza, ajuntando que para além do reassentamento e compensações de algumas famílias, a Ponte da Katembe irá atravessar algumas áreas do Porto de Maputo pelo que muita coisa será alterada na estrutura física da cidade de Maputo.   

Entretanto, o Presidente conclui amanhã a sua Presidência Aberta à cidade de Maputo estando para o efeito programada a inauguração do Hotel Radisson Blu , na zona da marginal de Maputo, bem com  algumas visitas a lugares de interesse socioeconómico localizados nesta urbe, tais como o Mercado Central e o aterro da Maxaquene. 

EMPREITEIRO EM FASE

DE CONCLUSÃO DO ESTALEIRO

Voltando à Ponte da Katembe, há que referir que o contrato, no valor de 725 milhões de dólares, foi já adjudicado à empresa China Roads and Bridge Corporation (CRBC), a mesma que ganhou o concurso para construir a estrada circular de Maputo, e dados em nosso poder indicam que as obras irão arrancar dentro em breve.

Aliás, em sessão extraordinária do Conselho Municipal de Maputo realizada, quinta-feira última, numa das salas de reuniões do Estádio Nacional do Zimpeto, por ocasião da visita do Presidente da República, Armando Guebuza, o Edil de Maputo, David Simango, anunciou, que neste momento o empreiteiro está a concluir a montagem do estaleiro.       

Além da ponte propriamente dita, o empreiteiro tem ainda de construir as estradas Catembe/Ponta do Ouro e Bela Vista/Boane, incluindo melhorias na margem norte, o que implica a realização de obras nos bairros da Malanga e parte do bairro Luís Cabral.

Dados em nosso poder indicam que a ponte bem como as estradas terão portagens, quatro no total, a fim de garantir a amortização do empréstimo de 681,6 milhões de dólares concedido pelo Banco de Exportações e Importações (ExIm) da China por um período de 20 anos com um período de graça de cinco anos a uma taxa de juro de 4 porcento.

O mesmo banco chinês concedeu ainda um empréstimo bonificado de 72,5 milhões de dólares para este projecto, aprovado no decurso da visita à China do Ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, sendo o remanescente coberto pelo Orçamento de Estado.

Estamos a falar de uma infra-estrutura de importância estratégica para o desenvolvimento da região sul, particularmente da província de Maputo, e que irá beneficiar directa e indirectamente a população da Katembe que se estima possa aumentar progressivamente dos actuais cerca de 20 mil habitantes para perto de 400 mil habitantes, com o advento da execução do plano de desenvolvimento urbano e construção das infra-estruturas previstas, isto nos próximos 20 a 30 anos.

NA KATEMBE

FIPAG projecta elevar capacidade

de distribuição de água potável 

Pelo menos mil e 100 clientes residentes no distrito Municipal da Katembe já beneficiam de água potável fornecida através do Centro Distribuidor de Água erguido e gerido pelo Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), uma infra-estrutura localizada no Bairro Inguide, num investimento do Estado moçambicano e seus parceiros orçado em cerca de 95 milhões de euros.

O Presidente da República, Armando Guebuza, visitou a referida infra-estrutura, no âmbito da sua Presidência Aberta e Inclusiva à cidade de Maputo. Conforme as projecções do FIPAG, o número de consumidores do precioso líquido distribuído a partir daquele Centro poderá duplicar dentro em breve.

Segundo Pedro Paulino, director-geral do FIPAG, até ao final do ano, a rede de distribuição de água poderá atingir um raio de cerca de 42 quilómetros em todo o distrito municipal da Ka Tembe,

O abastecimento de água na Katembe é feito através deste sistema, cuja água é captada a partir de furos, pelo que é independente do centro de captação e tratamento de água do Umbeluzi, no distrito de Boane. Prevê-se que assim que a ponte da Ka Tembe esteja concluída, a capacidade de distribuição será melhorada para satisfazer a demanda do momento.

Uma vez construída a ponte, a perspectiva é ligar o centro distribuidor da Ka Tembe a um novo sistema que está a ser construído em Corumana, no distrito da Moamba.

A ideia é fazermos a captação e transporte num raio de cerca de 90 quilómetros. O tratamento da água será feito na zona do Sabié. Através deste sistema, nós teremos água garantida para a Ka Tembe, Marracuene e toda a região do Grande Maputo”, explicou Pedro Paulino.

Segundo ele, numa primeira fase, o tratamento e distribuição de água será apenas de 60 mil metros cúbicos, expandindo-se, posteriormente, para 120 mil metros cúbicos/dia. Até ao momento, na zona da Ka Tembe, está-se a distribuir 850 metros cúbicos de água captada nos seis furos existentes, devendo este serviço ser expandido para outras áreas.

A zona da Ka Tembe está em crescimento, por isso sentimos a necessidade de acelerar o nosso trabalho. Quando iniciamos esta operação, a demanda era muito baixa. Mas em cerca de dois anos a rede expandiu-se”, referiu Pedro Paulino.

Guebuza inaugura instalações do INNOQ

O Instituto Nacional de Normalização de Qualidade (INNOQ) vai passar a funcionar, dentro em breve, em novas instalações construídas de raiz, nas proximidades do Estádio Nacional do Zimpeto, arredores da cidade de Maputo, num investimento de cerca de 4.5 milhões de Euros.

Trata-se de instalações que albergam um novo laboratório de metrologia facto que irá fortalecer este sistema no país o que se acredita que irá promover cada vez mais a confiança dos consumidores, bem como proteger as empresas “contra a concorrência desleal, reduzir as barreiras ao comércio e contribuir para que Moçambique compita no sistema de comércio global”.

As referidas instalações foram inauguradas, há dias, pelo Presidente da República. Em termos conceptuais, a metrologia, a normalização e avaliação da conformidade são usadas pelos agentes económicos e pelos governos para optimizar a produção, a saúde, a protecção do consumidor, o meio ambiente, a segurança e a qualidade.

Importa referir que a metrologia tem várias vertentes que se denominam habitualmente de científica, aplicada e legal. A científica e a legal são em regra missão do Estado: a primeira, porque é uma questão de soberania e a segunda, porque constitui uma obrigação do Estado para com os seus cidadãos e a sociedade em geral. Nos países desenvolvidos, as actividades ligadas à medição representam 5 – 6 por cento do PIB.    

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