Governo garante 250 mil toneladas de arroz

O Governo moçambicano está a trabalhar com vários parceiros por forma a assegurar uma reserva de mais de 250 mil toneladas de arroz e outras tantas de trigo para garantir a disponibilidade destes cereais durante a quadra festiva.

O Executivo pretende, igualmente, assegurar a disponibilidade de outros bens de consumo, privilegiando a produção nacional. Estas projeccoes foram avançadas por Max Tonela, Ministro da Industria e Comercio, no final do XIV Conselho Coordenador do seu ministério que este ano decorreu na cidade de Maputo com o lema “Melhoria do Ambiente de Negócios: Chave para Impulsionar a Comercialização Agrícola e a Industrialização em Moçambique”.

O Conselho Coordenador passou em revista os principais instrumentos de planificação do ministério, tendo o ministro recomendado uso racional dos recursos colocados à disposição do sector para que seja possível realizar as acções previamente programadas, sem comprometer os objectivos do Programa Quinquenal do Governo que prevê o aumento da produção e das exportações e a redução de importações, estas últimas que continuam a marcar substancialmente a balança comercial dos país.

Max Tonela sublinhou que aactual conjuntura económica de Moçambique continua a denotar alguma fragilidade no concernente aos indicadores de comércio externo. “É assim que neste Conselho Coordenador refletimos profundamente sobre esta questão, tendo sido decidido que o grupo de trabalho criado para esse efeito acelere as suas acções para que, no mais curto espaço de tempo, o Ministério da Indústria e Comércio reforce a sua função de monitoria, avaliação e controlo das operações externas”, referiu.

O governante disse ainda que o Governo tem a expectativa ver reduzida a má prática de subfacturação nas exportações e sobrefaturação nas importações que têm um impacto negativo na disponibilização de divisas ao país.

A reunião-magma do Ministerio da Industria e Comercio teve lugar num momento marcado negativamente pela contínua desvalorização do metical face ao dólar, ao rand e ao euro.

Para o titular da pasta da Industria e Comercio, o Governo tem estado colocar em marcha mecanismos para atenuar a evolução do elevado custo de vida, ajustando os preços de referência dos produtos importados.

“Mesmo assim, dado o facto de aquelas divisas continuarem em espiral, as medidas então tomadas desafiam-nos para uma reflexão sobre que outras medidas o Governo deve acionar, visando mitigar o seu efeito sobretudo nas populações mais carenciadas”, salientou Max Tonela.

Garantiu que o seu ministério irá levar à discussão, em sede própria, a possibilidade de levar ao mínimo os encargos que incidem sobre os produtos de primeira necessidade como são os casos de arroz, óleo alimentar, carapau, frango, incluindo produtos de mercearia indispensáveis no dia- a- dia da população.

 PAPEL DO INSTITUTO

DE CERAIS DE MOCAMBIQUE

Max Tonela defende que a comercialização agrícola exige que o país conclua, com urgência, a reflexão em relação a forma de actuação do Instituto de Cereais de Moçambique que deve incluir outro tipo de abordagem, prevendo-se a sua reestruturação ainda este ano.

Admitiu que a capacidade de armazenamento que o país instalou nos últimos anos, com a criação dos silos, mostra-se subutilizada, sendo importante que estas infraestruturas sejam utilizadas de forma eficiente e que contribuam para as reservas alimentares do país.

Informou que o Conselho Coordenador abriu espaço para que o sector privado e outras entidades interessadas sejam envolvidas na gestão de silos. 

ESTRATEGIA INDUSTRIAL

O Conselho Coordenador do Ministério da Industria e Comercio Este teve lugar após a aprovação, pelo Governo, da Política e Estratégia Industrial, um documento fundamental que irá criar mecanismos de industrialização do nosso país, estabelecendo dessa forma condições para o surgimento de uma indústria pujante em Mocambique.

Max Tonela defendeu que a construção de parques industriais, a transferência de capacidade e tecnologia atracção de investimento nacional e estrangeiro devem constituir os principais pilares da estratégia de desenvolvimento industrial, que deve privilegiar a utilização de matérias-primas produzidas no país, devendo gerar emprego em escala, promover a substituição da importação e o desenvolvimento de outras actividades económicas complementares.

“Temos a clareza que só a industrialização poderá catalizar o desenvolvimento do nosso país, sendo por isso urgente implementar a Política Estratégia Industrial que já define áreas prioritárias a desenvolver”, disse, acrescentando: . referimo-nos as indústrias alimentar e agroindustrial, têxtil e vestuário, calçado, minerais não metálicos, metalurgia e fabricação de produtos metálicos, processamento de mobiliário e madeira, química, borracha e plásticos, papel e impressão, entre outros.

Sublinhou que é urgente a mobilização da comunidade empresarial a aplicar os seus investimentos na indústria, sendo fundamental para que tal aconteça com medidas de estímulo.

“As pequenas e médias empresas constituem uma prioridade para o Governo, devendo por isso ser concluído ainda este trimestre a concluir a Revisão da Estratégia das Pequenas e Médias Empresas tendo em conta o actual contexto do País e o ganho que a sua operacionalização representa”,frisou.

Texto de Bento Venâncio
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