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Apelos à paz e unidade nacional

Por admin

O Presidente da República (PR), Filipe Jacinto Nyusi, afirmou que está pronto para um diálogo construtivo com todas as forças políticas, incluindo a Renamo, tendo em vista a promoção da paz e da unidade nacional entre os moçambicanos. Nyusi, que dirigiu pela primeira vez as cerimónias do 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis, reiterou que o povo é o seu patrão, por isso tudo fará para que o país viva em paz e na unidade nacional.

Filipe Nyusi que falava na Praça dos Heróis em Maputo por ocasião das celebrações do 3 de Fevereiro, exortou a todos os cidadãos a se interessarem pelo diálogo como condição para a estabilidade política e desenvolvimento económico-social sustentável.

“Apelamos à paz. O povo moçambicano sempre quer para que haja diálogo e essa é a grande arma que vamos usar e falarmos como moçambicanos. O diálogo nunca é pré condicionado e também sabemos que através da conversa podemos chegar à conclusão sobre aquilo que pretendemos ou achamos que é útil para todos nós”,afirmou o Chefe de Estado.

Questionado pelos jornalistas sobre um possível encontro com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama que na digressão pelas províncias do Centro e Norte apregoa ideias contrárias à paz, e a unidade nacional, Filipe Nyusi mostrou-se disponível para esse encontro.

“O diálogo nunca é pré condicionado. Mas estou pronto mesmo agora e já dei sinais da minha prontidão quando tomei posse. Disse que sou pela inclusão e quando falo de inclusão significa dar oportunidade a cada moçambicano para contribuir com vista ao desenvolvimento do país e não indicar “A”, “B” ou “C” para esta ou aquela função”,disse Nyusi sublinhando que não se deslocou à Adis-Abeba para participar na cimeira da União Africana por se encontrar a reflectir sobre a estabilidade do país.

Sobre o 3 de Fevereiro, o Chefe de Estado afirmou que valorizava a inteligência de todos os moçambicanos que fundaram a FRELIMO dirigidos por Eduardo Chivambo Mondlane.

“Por isso, em homenagem a esses heróis, uns já não estão connosco outros ainda existem, temos que usar estes momentos para solidarizarmo-nos com os nossos irmãos que neste preciso momento não têm abrigo por causa da chuva, ou estão a chorar a perda de vida em Chitima”,disse Nyusi para quem é preciso transformar a natureza para que não seja inimiga número um do Homem.

“Garantir que a paz e unidade nacional prevaleçam”

Armando Emílio Guebuza, antigo Presidente da República

O antigo presidente da República Armando Emílio Guebuza disse que ao celebrar o Dia dos Heróis, os moçambicanos são chamados a envidar todos os esforços no sentido de manter a paz, concórdia e unidade nacional.

No seu entender, os pronunciamentos do líder da Renamo e as pretensões de criar aquilo que Dhlakama designa de “República do Centro e Norte”. “São desastrosos e destrutivos”.  

“São desastrosos, os pronunciamentos de Dhlakama. Porque, enquanto todo o povo fala em construção, procura resolver os problemas daqueles que estão a sofrer pelas calamidades, ele persiste num discurso destrutivo. Ele não quer, de facto, dar sua a contribuição para que o nosso país viva em paz”,disse Armando Guebuza dirigindo-se à jornalistas para depois acrescentar:

“Ainda que haja vozes que fazem pronunciamentos da divisão, falando do tribalismo, destruição no país, continuemos a desenvolver Moçambique e garantir que haja uma paz e que a unidade do país prevaleça.”,

Acrescentou que é necessário que haja paciência e perseverança para que o diálogo em curso seja levado a bom porto para o bem dos moçambicanos. “O colonialismo português nos dominou durante 500 anos e dada a nossa persistência vencemos. Também esta acção divisionista não pode vencer. o Povo é que vai ganhar. Por isso, a nossa obrigação é continuar a trabalhar no sentido de a situação resolver-se muito rapidamente na paz”.

Armando Guebuza, que também é presidente da Frelimo, considera o país como sendo estável, uno e indivisível e, por isso, não fazer sentido os discursos de incitamento à violência e instabilidade proferidos pela liderança da Renamo.

No seu entender, a recente mudança do Governo mostra que Moçambique respeita os princípios democráticos plasmados na Constituição da República, o que faz deste país um Estado de direito.

Refira-se que Afonso Dhlakama alega ter ganho as eleições presidenciais de 15 de Outubro último, razão pela qual tenciona formar uma “região autónoma” nas províncias de Niassa, Zambézia, Nampula, Tete, Manica e Sofala, províncias essas que vão formar a propalada região autónoma.

“Trabalhemos juntos e unidos”

– Verónica Macamo Dhlovo, presidente da AR

A presidente da Assembleia da República (PAR) entende que mais do que proferir discursos atentatórios a paz, concórdia e unidade nacional, as lideranças de partidos políticos devem trabalhar no sentido de unir cada vez mais os moçambicanos.

“O que gostaria de dizer ao povo é que trabalhemos juntos e unidos. Isso é importante porque o país precisa da conjugação dos esforços de todos. A melhor forma de honrar os heróis nacionais é só de facto trabalharmos em conjunto e engrandecer Moçambique fazendo aquilo que os próprios heróis que perderam suas vidas em prol da nação se sintam valorizados por todos”,disse a PAR.

Questionado sobre que implicação tem o boicote da Renamo no Parlamento, Verónica Macamo pronunciou-se nos seguintes termos: “A Assembleia da República está a funcionar, tem mais de metade dos seus deputados para trabalhar. O que nós dissemos e apelamos aos colegas da Renamo é que venham tomar posse porque fizeram promessas que devem ser cumpridas e para tal, só estando no Parlamento para legislar e debater os problemas do povo e dando os seus pontos de vista sobre como é que Moçambique deve andar”.

“Valorizar o sangue derramado”

– Marina Pachinuapa, combatente

“O mais importante neste momento, é dar continuidade ao projecto do Doutor Eduardo Chivambo Mondlane, arquitecto da unidade nacional para que Moçambique cresça de uma forma equilibrada, pois, assim, estaremos a valorizar os feitos daqueles que derramaram o seu sangue em prol da libertação do povo moçambicano do jugo colonial português”,palavras de Marina Pachinuapa, combatente da luta de libertação nacional

Sobre a não tomada de posse dos eleitos da Renamo no parlamento assim como nas assembleias provinciais, aquela combatente mostrou-se optimista quando a inversão deste cenário a breve trecho.

“Mondlane uniu os três movimentos de libertação e nos fez perceber que não há os do Norte, Centro e Sul do país, todos somos irmãos, então, é necessário que todos continuemos a dar seguimento aos seus ideais para que Moçambique possa continuar a avançar. Eles foram eleitos pelo povo e devem respeitar a vontade expressa nas urnas assumindo os seus assentos,”disse Marina Pachinuapa.

“Apoiar a governação de Nyusi”

– Brazão Mazula, académico

Para o académico Brazão Mazula a esta altura do campeonato o mais importante é arregaçar as mangas e apoiar ou ajudar o novo Presidente da República na sua governação para que ele possa dirigir o país segundo o seu novo ciclo de inclusão social.

“Também peço a unidade de todos os moçambicanos. Apelo igualmente para que o diferendo entre o Governo e a Renamo seja resolvido de uma forma pacífica, pois, não fazem sentido, as pretensões de se dividir o país. Eles podem ter as suas razões mas isso não justifica a divisão do país”,disse.

Relativamente ao boicote da Renamo, o nosso entrevistado disse que a melhor forma de se ultrapassar as diferenças é o diálogo e que o Parlamento é o fórum próprio para resolver os problemas, “porque as propostas feitas sem estar a dizer que estou contra ou a favor devem ser discutidas pela Assembleia da República, lugar privilegiado para debate de ideias”.

“Reencontrar a história do país”

– Lutero Simango, do MDM

Lutero Simango do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM) apela a todos os moçambicanos para se reencontrar a história e os passos dados e que culminaram com a constituição do país.  

“O importante é que todos devemos nos reencontrar com a nossa história. Isso é um imperativo nacional. Esse encontro é que pode dinamizar a verdadeira reconstrução nacional e paz efectiva”,disse.

Acrescentou que é preciso que se tome em conta a verdade sobre determinados aspectos da democracia e a vida política nacional. “Temos que começar a ir as verdades e não ofuscá-las. Por exemplo, falar com honestidade sobre a nossa luta de resistência ao colonialismo. O segundo momento é acabar com a intolerância política. Não se pode desenvolver uma sociedade dialogante, tolerante enquanto persistir a intolerância política”.

Fotos de Carlos Uqueio

Texto de Domingos Nhaúle
Nhaule2009@gmail.com

 

 

 

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