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Deputados da Renamo vão tomar posse na AR

Por admin

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, encontrou-se ontem em Maputo com o dirigente da Renamo, Afonso Dhlakama, na busca de consensos visando uma paz efectiva e duradoira no país. Para já desenha-se a possibilidade de os deputados da Renamo tomarem posse brevemente.

À saída do encontro, Dhlakama mostrou-se satisfeito tendo garantido que os deputados eleitos por este partido vão tomar posse em breve, quer na Assembleia da República, assim como nas assembleias provinciais.

Pela primeira vez após as eleições de 15 de Outubro último, o Presidente da República manteve um frente- a- frente com o líder da Renamo para discutir as soluções para o desanuviamento da tensão política que se regista após a proclamação dos resultados eleitorais.

Numa breve declaração à imprensa após encontro, Nyusi afirmou que foi importante ter se reunido com o líder da Renamo e acrescentou que tudo vai se resolver através do diálogo.

Por seu turno, o dirigente da Renamo diz que saiu da reunião muito satisfeito e que brevemente ordenaria aos deputados eleitos por esta formação política a tomar os assentos no Parlamento assim como nas assembleias provinciais.

“Estou muito satisfeito porque ele entendeu os pontos que pude e vai analisá-los para que possamos conseguir a solução. Não posso agora adiantar ou dizer com pormenores. Foi o primeiro encontro e há muita coisa que foi tratada: acordos que assinei com o antigo Presidente da República que até aqui ainda não há implementação e outros assuntos, disse Dhlakama, sublinhando:“O que posso dizer é que saí da sala muito satisfeito e dentro de dias voltaremos a ter o outro encontro para aprofundar aquilo que tratamos hoje”.

Questionado sobre se os deputados da Renamo iriam ou não tomar posse no Parlamento e nas assembleias provinciais, Afonso Dhlakama respondeu nos seguintes termos: “Os 89 deputados da AR e os mais de 200 eleitos para as assembleias provinciais terão que tomar posse. Foram eleitos pela população para representar os interesses dessas populações. Não o fizeram até este momento por uma questão que nos levou a reunir neste lugar”.

Num outro momento, o líder da Renamo afirmou que o encontro serviu para passar o que designou de “assuntos pendentes” tratados com o antigo estadista moçambicano, Armando Guebuza, e as conversações em curso no Centro de Conferências Joaquim Chissano.

“Como sabem, este foi o primeiro encontro que tivemos. Conversamos muitos assuntos pendentes que eram tratados no Centro de Conferências Joaquim Chissano e outros novos, mas posso dizer que do meu lado quero acreditar que o Presidente da República esteja a pensar da mesma maneira para ultrapassarmos os problemas”,disse Dhlakama quando questionado sobre que assuntos levava na sua bagagem.

O líder da Renamo ressalvou que os assuntos tratados com o Chefe do Estado não diziam apenas a eles dois, razão pela qual precisa de se reunir com quadros do seu partido.

“Ele também precisa de consultar os outros e há questões que eu também preciso de consultar os membros do partido, porque nós os dois não somos os donos do país para decidir e dizer que já temos a solução, mas posso garantir que o país não terá problemas porque de maneira como nos conhecemos e conversamos, tudo correu bem”,frisou Dhlakama.

ESTATUTO DE LÍDER DA OPOSIÇÃO

Instado a pronunciar-se sobre o estatuto do líder da oposição, aprovado pelo Parlamento, Dhlakama afirmou que esta questão não foi tratada. “Essa é a outra questão que não tratamos. Sabem que desde 1994, 1999, 2004, 2009 que sou considerado líder da oposição e não foi preciso a Assembleia da República se reunir e assinar ou criar o estatuto. Este é o outro assunto à parte”.

Sobre se continuaria a apregoar a criação daquilo que designa da região autónoma do Centro e Norte, Dhlakama foi claro: “Interrompi o périplo e vim conversar com o Presidente e isso faz parte da agenda na manga. O que posso dizer é que saio desta sala satisfeito e sei que teremos soluções como moçambicanos, irmãos, como sempre fizemos desde que a democracia foi introduzida em 1992”.

De referir que antes deste encontro, o Presidente da República reuniu-se na sexta-feira com os líderes religiosos com os quais debateu questões relacionados com a manutenção da paz e unidade nacional.

Domingos Nhaúle
Nhaule2009@gmail.com

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