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AGRICULTURA: FIDA injecta mais 50 milhões de dólares

Por admin

O presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrário (FIDA), Kanayo Nwanze, deverá escalar, a capital moçambicana em finais de Janeiro de 2017, para se inteirar do desenvolvimento de vários projectos que estão a ser implementados por esta instituição no nosso país e para rubricar mais um acordo de financiamento estimado em 50 milhões de dólares americanos.

A avaliação que será feita em Janeiro será orientada para o Projecto de Desenvolvimento de Cadeias de Valor nos Corredores do Maputo e Limpopo (ProSUL), que beneficia a mais de 20 mil famílias que se dedicam à produção de hortícolas diversas e que tem como objectivo promover a produção de hortícolas durante todo o ano.

Para além do ProSul, será apreciado o desenrolar dos projectos de Promoção de Pesca Artesanal (ProPesca) e o Programa de Promoção de Mercados Rurais (ProMer) que tem em vista incrementar, entre outros, os volumes de produção, produtividade, melhoria da qualidade, garantir a segurança alimentar e a ligação com os mercados.

Dados colhidos pela nossa Reportagem indicam que o FIDA já financiou doze programas no nosso país, avaliados em mais de 400 milhões de dólares norte-americanos, sendo que a maior parte destes estão virados para pequenos produtores, pescadores artesanais, entre outros.

Parte deste conjunto de projectos está em curso e estava previsto que terminassem em 2018, entretanto, e devido ao seu bom desempenho foram disponibilizados mais fundos para o seu prolongamento, pois na sua maioria já consumiram mais de 90 por cento dos recursos alocados para a sua concretização.

A título ilustrativo, depois da avaliação feita por uma missão independente do FIDA constatou-se que um dos programas que tem registado bons resultados é o ProPESCA com o qual se pretende reforçar e consolidar infra-estruturas pesqueiras em 30 pólos de desenvolvimento localizados nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo.

Segundo o director regional para África Oriental e Austral do FIDA, Sana Jatta, o governo moçambicano se comprometeu em 2003, na cidade de Maputo, a disponibilizar cerca de 10 por cento do valor global financiado pelo FIDA para estimular o incremento da produção agrária.

Porém, Jatta afirma que “infelizmente isso ainda não aconteceu. Não só em Moçambique, mas também em muitos países membros. Os governos devem ser capazes de desembolsar os 10 por cento para o desenvolvimento agrário e o FIDA só vai apoiar”, disse.

Num outro desenvolvimento Sana Jatta referiu que em 2006 os países africanos acordaram que iriam desembolsar cerca de um por cento do Orçamento de Estado para incrementar as investigações agrárias e desenvolver a produtividade. “São poucos os países que têm cumprido com o acordo. Entretanto, os países Asiáticos têm registado um maior destaque na agricultura em detrimento dos países africanos, onde o índice da produção ainda mantem-se”, explicou.

Aquele director regional para África Oriental e Austral garantiu que o FIDA continuará a apoiar programas de agricultura, pescas e acesso aos mercados, enquanto o Governo demonstrar interesse em ter aquela instituição por perto.

Jatta explicou ainda que Moçambique tem um potencial bastante robusto no ramo de agricultura, uma vez que cerca de 80 por cento da população está envolvida na prática agrária e há necessidade de aumentar-se o índice de produção e produtividade para garantir a segurança alimentar. “O produtor sente-se incentivado a produzir porque o projecto ProSUL, por exemplo, garante o escoamento dos produtos para o mercado”.

Há dias, a vice-presidente do FIDA, LakshmiMenon, que se fazia acompanhar pelo director regional para África Oriental e Austral, Sana Jatta, visitou o país para preparar a deslocação do presidente daquela instituição, Kanayo Nwanze, e aproveitou o momento para ver de perto a execução do programa de pesca artesanal, em Inhambane.

Aliás, antes de avançar para aquele destino manteve encontros com representantes do governo em Maputo e aquela visita coincidiu com o lançamento oficial da campanha agrícola, pelo Presidente da República, Filipe Nyussi, em todo país.

LakshmiMenon disse que depois de 40 anos de cooperação com vários países membros chegou-se à conclusão de que não há nenhum país que consegue progredir economicamente e minimizar os níveis de pobreza sem o desenvolvimento de agricultura. Este facto tem levado à alocação de grandes investimentos nesta área porque acredita-se que poderá ajudar a reverter a actual situação económica de Moçambique.

A vice-presidente disse ainda que nesta visita observaram vários progressos e gostariam de realçar que a carteira de apoio à Moçambique é bastante diversificada. “Queria apelar as mulheres e jovens das zonas rurais a aderirem à prática de agricultura para evitar ter uma juventude pobre no futuro. Precisamos de jovens dinâmicos e interventivos para desenvolver a economia do país”, sublinhou.

Texto de IdnórcioMuchanga
idnorcio.muchanga@snoticias.com.mz

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