Início » Coesão em torno de Nyusi

Coesão em torno de Nyusi

Por admin

Esta semana foi marcada pelos ecos da III Sessão Ordinária do Comité Central que elegeu Filipe Jacinto Nyusi para candidato da Frelimo às Eleições Presidenciais de Outubro próximo. Desta reunião, podemos destacar três aspectos fundamentais:

a coesão do Partido que no momento certo sabe ultrapassar todas as divergências individuais de opinião e faz consensos, a liderança do Presidente Armando Guebuza, que soube dirigir de forma sábia, aberta e com grande transparência o encontro e finalmente a aguardada eleição do candidato presencial.

Em relação à coesão do Partido, podemos recordar que nos últimos tempos havia uma tendência de lavagem de roupa suja “fora de portas” por parte de membros da Frelimo, muitas vezes na senda de que os fins justificam os meios, transparecendo um aparente mal-estar entre os camaradas. Cartas foram circulando nos jornais com acusações, às vezes graves, deste e daquele membro. Tudo isso e muito mais, levaria o pobre cidadão incauto a vaticinar uma sessão explosiva e de contornos incalculáveis. Mas o que se viu no fim da reunião foi totalmente diferente. Sorrisos e abraços entre camaradas. E muita união. Muita coesão.

Aliás, no seu discurso de encerramento, com o título “Frelimo: construção de consensos para a vitória eleitoral”, o Presidente do Partido Armando Guebuza falaria deste tema do seguinte modo: “uma vez mais, a nossa gloriosa FRELIMO revelou-se um Partido maduro, dialogante, com democracia interna inquebrantável e com capacidade de conduzir a sua agenda sempre tendo em atenção os superiores interesses do nosso maravilhoso Povo. Os camaradas membros do Comité Central foram, quer nos grupos de trabalho, quer nas sessões plenárias, protagonistas de debates de primeira água, debates esses vertidos agora nas decisões e resoluções que corporizam a documentação desta sessão. Os debates foram calorosos, sempre cheios de camaradagem e impregnados da responsabilidade que sentimos e temos sobre os destinos da Pátria Moçambicana.(…). Na verdade, graças à clareza e convergência dos objectivos que perseguimos: a diversidade de pontos de vista;a diferença na dissecação dos assuntos em debate; ea variedade de prismas de visão,acabaram levando-nos a um ponto de confluência entre essas diferentes formas de ver e de reflectir sobre as questões constantes da nossa agenda. Nesse ponto de confluência e de convergência das nossas reflexões, identificamos o consenso, como ponto que deveria merecer, a nossa atenção colectiva;o nosso empenho redobrado; e a nossa concentração acrescida na sua realização”.

No que diz respeito à liderança do Presidente Guebuza, havia vozes discordantes que o apontava como pouco aberto à crítica e autocrítica, pouco dialogante, e que não deixava os membros exprimir abertamente o que sentiam. Vimos durante a sessão uma liderança firme e sábia, democrática, dialogante. Toda a gente falou o que quis e ninguém foi interrompido. Aliás, como ele próprio viria a sublinhar no fim da sessão, isto comungado pelos participantes, “cada um de nós, no gozo das suas liberdades, expôs de forma livre, aberta, franca e sem limites de tempo, os seus pontos de vista, nem sempre, como é óbvio, coincidentes com os pontos de vista de outros camaradas”. (…) “Ao longo dos nossos trabalhos, apelando aos mais elementares princípios e valores da nossa FRELIMO, prescindimos, em alguns momentos, das regras e procedimentos por nós aprovados. Fizemo-lo conscientes de que valia a pena fazê-lo e hoje celebramos resultados livres de quaisquer suspeições e marcados pela transparência, o que deve induzir à sua apropriação e defesa por todos nós”.

Um outro aspecto a referir em relação à sua personalidade é de que disse há tempos que não iria a um terceiro mandato (podia fazê-lo recorrendo à revisão constitucional) e que sairia findo o segundo e cumpriu, transformando a promessa inicial em realidade. A Comissão Política propôs três pré-candidatos e surgiram vozes a defender que era preciso abrir o leque, o que foi feito.

O Presidente haveria de referir a isto no fim, da forma seguinte: “oalcance desses consensos sobre as diferentes matérias da nossa agenda contribuiu, uma vez mais, para a coesão interna da nossa FRELIMO e para a sua vitalidade como força aglutinadora de todas as camadas sociais”.

O CANDIDATO NYUSI

Na sua alocução final, Guebuza tamém falou do candidato eleito para concorrer pela Frelimo às Presidenciais e começou por lembrar a todos que “graças aos consensos alcançados, juramos que o candidato que fosse a sair deste processo democrático da nossa FRELIMO seria o candidato de todos nós, o candidato da FRELIMO para as eleições Presidenciais de 15 de Outubro próximo. Esse candidato chama-seFilipe Jacinto Nyusi”.

Apresentou o seu perfil afirmando que ele “nasceu, cresceu e estudou dentro dos valores identitários da nossa gloriosa FRELIMO e, por isso, apresenta-se como conhecedor e continuador do MESMO IDEAL seguido pelas sucessivas lideranças da FRELIMO. Treinou no emblemático Centro de Preparação Político-Militar de Nachinguea. Fez parte do grupo dos continuadores convidados para abrilhantar a Proclamação da Independência Nacional, no dia 25 de Junho 1975, no Estádio da Machava, cerimónia dirigida pelo nosso saudoso Presidente Samora Moisés Machel. Foi membro do Comité Provincial de Nampula. É membro do Comité Nacional da ACLLN e é membro do Comité Central, eleito pelo Décimo Congresso”.

É um homem simples. Um homem do povo. Um operário nascido de camponeses. “Nyusi trabalhou como operário nas oficinas Gerais dos Caminhos-de-Ferro, em Nampula, onde viria a ocupar os cargos de Director Ferroviário e, mais tarde, de Director Executivo do CFM Norte. Mais tarde ainda passou a exercer, em Maputo, as funções de Administrador Executivo da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique”.

O Presidente pediu coesão do Partido em torno deste homem que poderá em Outubro próximo sucedê-lo na cadeira de Chefe do Estado: “assim, ao transpormos as portas desta nossa majestosa sala de conferências, saiamos com a certeza plena de que temos um único candidato, o camarada Filipe Jacinto Nyusi. Transponhamos estas portas determinados a unirmo-nos à sua volta para, através das nossas palavras e actos, particularmente junto do eleitorado e da comunicação social, fazer dele o candidato vitorioso, o candidato com uma vitória à altura da nossa cinquentenária e histórica FRELIMO”.

Este apelo Presidencial para o Partido não é de somenos importância. É que dados estatísticos da própria formação política indicam que os membros da Frelimo aumentaram para mais de quatro milhões no ano passado. Este número está próximo de metade do universo eleitoral projectado pelos órgãos eleitorais para os próximos pleitos. Estamos a falar daquilo que o Partido chama de “membros de cartão”, não estando contados “os membros de coração”.

Isto significa que se todos se mobilizarem e/ou forem mobilizados a irem votar Filipe Jacinto Nyusi e a Frelimo, não há como não obter a tal vitória “retumbante, esmagadora e convincente” nas próximas eleições. 

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana