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UE injecta 62 milhões de Euros

Por admin

A União Europeia está injectar mais de sessenta e dois milhões de euros, o equivalente a 2.280 milhões de meticais, para financiamento de projectos de combater a fome no país. O montante está ser aplicados em actividades como agricultura, piscicultura e mercados para aumento da produção e produtividade, sobretudo nas zonas rurais.

Dados colhidos pelo nosso jornal em Manica indicam que o valor poderá assegurar a implementação dos planos traçados na agenda de desenvolvimento do milénio que se traduzem na redução da fome em 50 por cento num período de cinco anos.

Falando no povoado de Canhonda, distrito de Gondola, província de Manica, o embaixador da União Europeia em Moçambique, Sven Burgsdorff, disse que o dinheiro será aplicado até finais de 2018 e os projectos estão a ser executados nas províncias com graves problemas de insegurança alimentar, com incidência para as sete províncias da zona costeira, bem como em Manica e Niassa, por organismos estatais coadjuvados por agências das Nações Unidas.

Sven Burgsdorff que chefia uma delegação da União Europeia que visitou a província de Manica para se inteirar do impacto do financiamento disponibilizado para apoio as comunidades rurais no combate a fome.

Aquela delegação era composta por embaixadores e representantes da Suécia, Alemanha, Portugal, Holanda e Áustria, e fez saber que com o valor a população beneficia de capacitações sobre várias técnicas para aumento da produtividade onde está contemplada a componente mercado agrícolas. O pacote inclui igualmente a alocação de instrumentos de trabalhos para abertura de tanques piscícolas abarcando toda cadeia de produção de peixe.

Neste momento, de acordo com Burgsdorff, decorre a avaliação de médio prazo que poderá determinar o alargamento do projecto, donde serão identificadas possíveis dificuldades para melhoramento das actividades na base.

Dados oficiais disponíveis indicam que 45 por cento das crianças com menos de cinco anos sofrem de insegurança alimentar no país pelo que uma das apostas da União Europeia é ver esta cifra reduzida dentro das metas estabelecidas no quadro dos objectivos de desenvolvimento de milénio.

Para o efeito, segundo aquele embaixador, é necessário que haja envolvimento de todos segmentos da sociedade, em acções pragmáticas que tem como finalidade combater a fome e, consequentemente a pobreza que ainda afecta a maior parte da população moçambicana.

Na passada quinta-feira, a delegação da União Europeia esteve em Manica para visita de um dia, onde escalou o povoado de Canhonda e manteve encontro com uma família que se dedica a agricultura e criação de peixe.

Trata-se duma família composta por aproximadamente dez membros que desde meados do ano passado tem-se aplicado na piscicultura com apoio técnico do Projecto de Promoção da aquacultura de Pequena Escala (PROAQUA), que tem como objectivos aumentar o consumo e comercialização de pescado por pequenos piscicultores.

José Marizane, chefe da família e criador explicou que a sua paixão pelo peixe começou no ano passado com abertura dum tanque de pequenas dimensões. Em Maio do mesmo ano, com apoio técnico e material do PROAQUA preparou um tanque de 27/16 metros que tem neste momento peixe que serve para consumo familiar.

Ainda não comecei a vender porque acho que não é oportuno. Estou a construir outros dois tanques que dentro de pouco tempo será povoado. Se tudo correr bem terei três tanques. Acredito que a minha produção vai aumentar significativamente”, disse.

Mais adiante, José Marizane afirmou que se sente feliz porque conseguiu concretizar um dos seus sonhos de ser produtor de peixe. “É graças ao apoio dos extensionistas que hoje tenho este tanque e estou a preparar mais dois. Tenho apoiado alguma pessoas desta zona. Ofereço peixe e eles também querem ser produtores”.  

Na província de Manica, existem 1062 tanques piscícolas beneficiando cerca de 600 famílias dos distritos de Gondola, Sussundenga e Mossurize. Estas famílias são assistidas tecnicamente pelo Instituto Nacional de Aquacultura (INAQUA) que para o efeito tem extensionistas distribuídos pelos quatro distritos. Para além de assistência técnica, o INAQUA também providencia alevinos para o povoamento dos tanques. 

 

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