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LAM tenta resgatar sorriso dos passageiros

Por admin

Texto de Jorge Rungo e Fotos de Jerónimo Muianga

A empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está a operar transformações que se pretende que sejam profundas o suficiente para lhe conferir um novo rosto perante os utentes dos seus serviços. O Conselho de Administração daquela companhia diz que este ano (2015) marca o início do processo de mudanças em termos de atitude, procedimentos, processos de trabalho, cultura organizacional e imagem institucional.

O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita pôs “o dedo na ferida” quando há cerca de duas semanas realizou uma visita de trabalho à sede da LAM e disse que “a satisfação dos clientes deve ser uma prioridade nesta empresa”.

Naquela ocasião, realçou que há reclamações que devem ser atendidas com o devido rigor, nomeadamente no que se refere à falta de pontualidade dos voos doméstivos, preços das passagens e qualidade dos serviços em terra e a bordo, o que coincide com as queixas da maior parte dos passageiros.

Para corrigir este quadro, Carlos Mesquita recomendou aos gestores da LAM a investirem na melhoria da comunicação interna e externa e, sobretudo, prestar informações pertinentes aos passageiros em devido tempo.

Passada uma semana, o Conselho de Administração (CA) da LAM procedeu a mundanças do corpo directivo, alegando que as mesmas visam  imprimir nova dinâmica ao processo de trabalho. “Estas mudanças não são uma alteração mecânica, mas sim, um passo em frente, no sentido de conferirmos qualidade superior ao nosso trabalho”, disse Mário Sechene, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da LAM.

Ao que há registo, esta é primeira ocasião em que há uma mudança profunda, de uma só vez, no quadro directivo da empresa. Esta reestruturação tem por objectivo salvaguardar a manutenção de um ambiente salutar entre os colaboradores, melhorar a produtividade e prover melhores serviços aos clientes”, sublinha Sechene.

Poucos dias depois das mexidas, aquele CA realizou um seminário de avaliação do grau de realização do Plano Estratégico que vigora desde o ano passado e vai até ao ano 2018. Para este encontro, todos os quadros de direcção foram chamados e convidadas todas as empresas que concorrem para que os voos aconteçam.

Porque o centro de todas as operações da LAM reside nos passageiros, o administrador delegado da LAM, Iacumba Aiuba disse que “o que os nossos clientes precisam agora é sentir, de forma concreta e efectiva, as mudanças e não só ouvir falar delas. No geral, os clientes querem encontrar um profissional que os atenda convenientemente, com simpatia, cortesia, faculte informação necessária e dê uma orientação clara. Querem servir-se dos nossos voos com horário regular”.

Para que este objectivo se materialize, Aiuba aconselhou à equipa de gestores daquela empresa a ter que evidenciar as suas competências como resultado da combinação da sua atitude, conhecimentos e habilidades. Aliás, num outro momento, o PCA, Mário Sechene tinha recordado que a LAM estabeleceu como compromisso que “os clientes serão sempre os primeiros e a razão da existência da empresa”.

Sechene disse ainda que é importante que todos os trabalhadores estejam alinhados com os propósitos da empresa para assegurar o seu funcionamento e realizar o serviço de transporte aéreo que satisfaça aos clientes e eleve o estatuto de empresa ao nível nacional internacional.

PLANOS E METAS

O administrador delegado da LAM, Iacumba Aiuba disse que “ameta para este ano é de transportarmos mais de 957 mil passageiros, com um crescimento do número de voos que provirá da abertura de novas rotas, aumento de frequências nos destinos de maior procura e ainda maior uso do Aeroporto de Nacala, para onde brevemente passaremos a realizar voos bi-diários”.

Lembrou ainda que o alcance desta meta está intimamente ligado com o processo de aquisição de três aeronaves, das quais, dois de tipo Embraer 145 e um Boeing 737, ao mesmo tempo que se está a concluir o estabelecimento de mais uma plataforma de vendas, nomeadamente o MPesa, o que permitirá que os clientes adquiriram passagens em qualquer lugar onde estiverem, bastando usar um telemóvel ligado à rede Vodacom.

Porque a maior parte dos passageiros se queixa da falta de informação clara e precisa quando há atrasos nos voos, Iacumba Aiuba sublinhou que aquela  empresa está comprometida com a mudança de processos pois, estão a ser realizados investimentos significativos em sistemas de informação, entre outros. 

Porém, a decisão de investir nos referidos sistemas parece estar ferida de constrangimentos financeiros, pelo que aquele gestor da LAM alertou a todos para que encarem com seriedade o desafio de mudar de comportamento e serem rigorosos no cumprimento dos objectivos comerciais.

O ano de 2015 deve representar o início do processo de mudanças em termos de atitude, procedimentos, processos de trabalho, cultura organizacional e imagem institucional. Para tudo isto, devemos evidenciar as nossas competências”, disse.

O desejo de mudar encontra suporte no facto de, entre outros, a empresa celebrar 35 anos de existência, pelo que a Comissão Executiva assegura que está a tomar providências para que o salto qualitativo da performance dos colaboradores seja evidente.

Para o efeito, foram contratados os serviços de uma consultora externa, a KPMG, que vai implementar o processo de avaliação de competências das suas chefias intermédias para a melhoria contínua e aumento da qualidade do produto resultante do trabalho efectuado.

Por outro lado, a LAM está a beneficiar da implementação de um sistema integrado de gestão de processos na área comercial, nas operações, na manutenção, na área financeira, no aprovisionamento e nos recursos humanos, o que visa aumentar a qualidade dos serviços prestados.

No âmbito da qualidade e segurança, Aiuba disse que aquela empresa será auditada sucessivamente em Abril pela Agência Europeia de Segurança na Aviação (EASA), em Junho pela Auditora de Segurança Operacional (IOSA-IATA)e em Agosto pela Organização de Padronização Internacional (ISO).

Por isso, reiteramos para se empenharem na preparação destes eventos e na implementação das acções correctivas já calendarizadas com vista à eliminar-se as não conformidades identificadas aquando das últimas auditorias. O sucesso da auditoria da EASA é um passo importante para a saída do país da lista negra da União Europeia”, apelou.

Tráfego continua a crescer

A companhia aérea de bandeira nacional (LAM) registou, no ano passado um crescimento global de 10 por cento, no que concerne ao tráfego aéreo, pois transportou perto de 800 mil passageiros, contra cerca de 750 mil de 2013. Este crescimento resulta em grande medida do aumento do tráfego doméstico que se situou em 14 por cento, contra quatro das companhias da  região.

Ainda durante o ano passado, aquela empresa levou a cabo diversas actividades com vista a prestar melhores serviços aos seus clientes, dentre elas, destaque vai para a introdução, na frota, da aeronave Boeing 737-700, com capacidade para transportar 132 passageiros, início de voos na nova rota Maputo-Nacala-Maputo e a oficialização do contrato de compra de três aeronaves com a fabricante americana Boeing.

Por outro lado, a LAM firmou com a Boeing o acordo de financiamento para o treinamento de tripulações, nomeadamente pilotos e assistentes de bordo, despachantes de operações e 155 técnicos de manutenção.

domingo apurou que ao longo do ano passa foram formados quatro comandantes e quatro co-pilotos para o avião Boeing 737-700, para além de sete chefes de cabine, 62 navegantes de cabine que abrangeu e 15 oficiais de operações de voo, dos quais 10 para Maputo e cinco para Beira.

No âmbito da responsabilidade social consta que foram encaminhados donativos para o Orfanato de Ulóngue, em Tete, Pediatria do Hospital de Lichinga, em Niassa, e Posto de Saúde de Inchope, em Sofala.

Refira-se que naquele período também foram introduzidos voos de tarifa baixa, com a designação LETZGÔ, servindo as cidades de Maputo, Beira, Nampula, Tete e Quelimane.

Fotos de Jerónimo Muianga

Texto de Jorge Rungo

jrungo@gmail.com

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