“Circular” atrai investidores para Marracuene

O distrito de Marracuene pode ser considerado dos bem-aventurados com a construção da Estrada Circular que vai ligar Maputo e Matola. É que com esta infra-estrutura 

vários empresários, nacionais e estrangeiros, já estão a mostrar interesse em ali investir. Alguns empreendimentos estão na fase de construção, outros à espera de autorização para arrancar com as obras. Quem ganha com isso são os residentes locais que dentre vários benefícios poderão contar com postos de trabalho.

Em conversa com o domingo, o director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas em Marracuene, Joel Nhassengo, revela desde que o projecto foi anunciado, há muita corrida de investidores que se deslocam àquele distrito, interessados em erguer diversos empreendimentos nos sectores chave para o desenvolvimento local, nomeadamente, turismo, agricultura, pescas, indústria, entre outros.

Por isso, as autoridades distritais de Marracuene esperam que o projecto da Estrada Circular, cujo lançamento da primeira pedra aconteceu há mais de dois meses, melhore a ligação tanto com a província de Maputo, bem como com a cidade. Explicações colhidas pela nossa reportagem indicam que o empreendimento terá três pontos que passam pela zona, designadamente, através do Bairro Costa do Sol, atravessandoo bairro Chiango e terminandoem Marracuene; o outro troço será a ligação a partir da localidade de Montanhana que também vai passar por Chiango e desaguar na Estrada Nacional Número 1 (EN1),e o último é a ampliação da principal estrada do país, a partir da vila até à zona do Zimpeto.

Sobre os empreendimentos, a título de exemplo, está em funcionamento, desde o ano passado, uma fábrica de processamento de caranguejo – produto exportado para os Estados Unidos da América – que emprega mais de 250 indivíduos daquela parcela da província de Maputo.

Entretanto, devido à maior procura de espaço para actividade económica em Marracuene, o governo do distrito está a trabalhar juntamente com os investidores para identificar outros lugares para a prática de piscicultura. No momento, existem dois empresários do ramo que estão a praticar esta actividade nas localidades de Abel Jafar e Macaneta, zonas consideradas propícias para a piscicultura por ter muita água.

Outros dados em nosso poder indicam que poderão entrar em funcionamento naquele distrito duas fábricas: uma para a produção de sementes de arroz e outra que se vai dedicar à plantação e descasca deste cereal. As mesmas vão funcionar numa área estimada em cerca de seis mil hectares e poderá contar com um equipamento moderno.

Para além dessas infra-estruturas, na outra margem da administração de Marracuene, está sendo erguida na localidade de Macaneta, uma outra fábrica de processamento de arroz, avaliada em pouco mais de 700 mil meticais, conforme apurámos no local.

Ainda de acordo com Joel Nhassengo a Metalourem Moçambique Construções Metálicas, Lda. está a investir perto de um milhão e seiscentos mil dólares americanos para a edificação de uma fábrica de construção de moldes de armazém e outros materiais de construção.

Outro empreendimento vai arrancar no próximo mês de Fevereiro. É a fábrica que vai produzir embalagens de ráfia, papel e seus derivados, orçado cerca de 40 milhões de dólares americanos.

“Estamos na fase terminal da construção de um centro de treinamento agrário, que vai servir para treinar técnicos de extensão em várias práticas de produção e transmissão de conhecimentos e investigação para os produtores, no valor de 500 mil dólares americanos. Esperamos com esta iniciativa formar mais jovens no ramo agrário”, sublinhou.

Alguns dos empreendimentos que já existiam estão a ser recuperados. A título de exemplo, é o caso da empresa Riopele, que vai consumir uma boa mão-de-obra local e elevar o distrito ao patamar onde esteve em tempos idos. No momento, os novos donos estão a cuidar da tramitação de documentos, reabilitação das infra-estruturas e introdução de maquinaria mais moderna.

No sector do turismo está na fase conclusiva a construção do Lodge Sun Rise na zona do Macaneta, com capacidade de acomodação de 800 camas, com salas de conferências e outros serviços de apoios para eventos. Com este empreendimento, o distrito vai duplicar a sua capacidade de alojamento. Marracuene conta com mais de 48 instâncias turísticas localizadas em Macaneta, vila-sede, Michafutene, entre outros. A expectativa das autoridades locais é de que até ao próximo ano consigam ter 60 estâncias turísticas.

De referir que os investidores que procuram Marracuene vêm da Ásia, Europa e outros da região, como Índia, Inglaterra, Alemanha Austrália, Portugal, África do Sul, estes dois últimos são os que têm mais empreendimentos no distrito.