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Treinadores de atletismo contestam Shafee Sidat

Por admin

Os treinadores de atletismo de Moçambique contestam o trabalho e as intervenções públicas do presidente da federação da modalidade, Shafee Sidat, acusando-o de fugir das suas responsabilidades e ocupar-se de assuntos que não são de interesse público.

Está instalado um ambiente de crispação entre a direcção da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA) e os técnicos filiados na Associação dos Treinadores de Atletismo de Moçambique (ATAM). São os mesmos treinadores que orientam os atletas das selecções nacionais.

Recentemente, através dos meios de comunicação social, Shafee Sidat teceu críticas ao trabalho desenvolvido pelos treinadores nacionais, acusando-lhes, inclusive, de falsificar marcas dos seus atletas para participarem em competições internacionais.

No entender da classe dos treinadores, o presidente da federação de atletismo não deve fugir das suas responsabilidades, nomeadamente a formação de treinadores, agentes desportivos, juízes e cronometristas, e organização de meetings internos.

Os técnicos denunciam o facto de Shafee Sidat usurpar sistematicamente as atribuições das associações provinciais, promovendo léguas, quando essas acções cabem às associações provinciais e não propriamente à federação.

Em comunicado, os treinadores denunciam a falta de capacitações durante o mandato vigente de Shafee Sidat, daí, no entender deles, não fazer sentido o dirigente federativo acusar os técnicos de incompetência.

O documento na posse do domingo traduz o descontentamento de treinadores como Francisco Boaventura, Ângelo Mucavel, Bento Navesse, Azarias Samuel, Agostinho Tomás, Lourenço Nhaúle, Ivan Bulo, Alberto Ndimande, Fernando Lucas, Castigo Timbane e Stélio Craveirinha.

Publicamos, a seguir, os pontos de diferença entre a Associação dos Treinadores de Atletismo de Moçambique (ATAM) e o presidente da federação, Shafee Sidat.

 

·        Por ter dito que os treinadores e os juízes falsificam marcas, que existem treinadores que emitem comunicados falseando os resultados dos atletas na pista a fim de poderem viajar com os seus atletas;

·        Neste sentido exigimos ao presidente que prove essas acusações e diga o nome das pessoas implicadas;

·        Repudiamos as declarações em que o presidente da FMA acusa os técnicos moçambicanos de não terem a formação e a capacidade para treinar os atletas do alto nível, tendo citado o nome do nosso colega Stélio Craveirinha e citou que este treinador não tendo capacidade mudou a Lurdes Mutola aos Estados Unidos da América, pois, estas declarações por não serem verdadeiras feriram a reputação da nossa classe;

·        Isto provoca a insatisfação dos treinadores e a FMA durante o seu mandato não promoveu nenhuma formação de alto nível;

·        Mesmo ao nível do ajuizamento a quem ele tanto critica não promoveu nenhuma formação técnica de juízes e cronometristas;

·        O senhor presidente acusa a falsificação de marcas. Por quê não resolveu o problema do Photo Finish? Este aparelho existe em Moçambique desde que se realizaram os Jogos Africanos e verificamos que durante o seu mandato não se preocupou de o pôr a funcionar e para assim as marcas serem credíveis;

·        No âmbito dos Jogos Africanos realizados em Maputo, foram formados estes juízes que fizeram um grande trabalho tendo nessa altura sido formados dois juízes para operarem o Photo Finish nomeadamente: Moisés Francisco e Zacarias Amina;

·        Repudiamos as declarações feitas a atleta Salomé Mugabe na qual o presidente afirma primeiramente ter sido falsificada a marca e mais tarde disse que o engenho não tinha o peso certo;

·        Tirou o mérito e credibilidade aos nossos atletas ao afirmar que há atletas seleccionados que vão as competições só para tirar fotografias com outros atletas. Recordamos que o senhor presidente publicou no seu site fotografias com Dibaba, a campeã mundial da Etiópia, e lamentavelmente não vimos nenhuma foto com os atletas moçambicanos;

·        Afirmou categoricamente que o atleta Alberto Mamba no decorrer dos Jogos Africanos de Brazzaville foi usado como lebre, describilizando o trabalho do seu treinador e interferindo em aspectos técnicos que ele desconhece;

·        Lamentavelmente o presidente da FMA na entrevista mostrou  desconhecimento ao afirmar que o atleta Creve Machava se encontrava a treinar em Maputo, enquanto na realidade este atleta se encontra no Senegal há dois meses;

·        Aconselhamos ao presidente da FMA que não deve fugir das suas responsabilidades nomeadamente: A formação de treinadores, agentes desportivos, juízes e cronometristas, organização de Meetings internos e está regulamentado que as léguas provinciais e distritais são tarefas das associações e não da federação;

·        Descordamos que o Campeonato Nacional seja realizado em Maio e não concordamos que a Assembleia Geral  para a eleição do novo presidente da FMA, seja  feita numa província que não tenha nenhuma competição nessa altura.

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