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Treinador dos “Mambas” vem de Portugal ou África do Sul

Por admin

O próximo Seleccionador Nacional de Futebol de Moçambique terá naturalidade portuguesa ou sul-africana, decorrendo negociações para a sua contratação. O nome do treinador será anunciado ainda no decorrer do presente mês de Janeiro.

Depois da dupla jornada qualificativa ao “Mundial” da Rússia 2018 frente ao Gabão, a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) reiterou o fim de contrato com o técnico croata Boris Pusic, do ENH de Vilankulo, solicitado exclusivamente para aquela operação.

A despeito da eliminação dos “Mambas”, a tribo futebolística entendeu que a selecção nacional esteve a um bom nível, por isso, fazia todo sentido prolongar o vínculo com o treinador croata.

Tal não vai acontecer e domingo está em condições de assegurar que o próximo treinador dos “Mambas” será de nacionalidade portuguesa ou sul-africana e sairá duma lista extensa, sendo que, alguns candidatos mantêm contacto regular a partir dos seus países com o presidente da FMF, Alberto Simango Jr. 

O técnico Abel Xavier anunciado pelo semanário desafio integra essa lista, e o nosso jornal pode adiantar que é um nome a considerar, avaliando pelos elogios proferidos à figura daquele por Alberto Simango Jr., mesmo perante a reprovação do antigo defesa da selecção portuguesa pela tribo futebolística moçambicana (ver texto ao lado).

Na verdade, a quase nula experiência de Abel Xavier no comando duma equipa de futebol preocupa os moçambicanos, mas, a respeito, o presidente da FMF prefere transmitir a ideia de que o sucesso não resulta apenas desse requisito.

“Antes de Boris Pusic treinar os “Mambas” era apenas conhecido como técnico do ENH de Vilankulo. Nós como federação não pretendemos entrar nessa discussão. O mais importante é que vamos anunciar o novo seleccionador nos próximos dias e esperamos que todos o apoiem para obtermos bons resultados”, referiu o dirigente perante insistências do domingo.

 

CONSULTADOS CINCO

TREINADORES PORTUGUESES

Tal como o publicamos recentemente nestas páginas, Alberto Simango Jr. esteve em Portugal com o propósito de encontrar um treinador para os “Mambas”. Nesse sentido, manteve encontros de trabalho com o seu homólogo português, Fernando Gomes, sempre com o assunto de seleccionador nacional no topo da agenda.

Tal como clarificou, não se tratava de pedir um treinador a borla no âmbito da cooperação entre os dois países, mas fazer consultas. De resto, Simango Jr. frisa que com ele na federação o seleccionador nacional será sempre pago pela FMF.

– A esse nível não queremos depender de terceiros. Por isso, não anunciamos antes o nome do seleccionador porque estávamos ainda à busca de dinheiro para sustentar os seus honorários. Hoje já temos garantias financeiras para pagar o treinador.

Para além de Abel Xavier, o presidente da FMF manteve encontros demorados com os treinadores Víctor Magalhães, Daúto Faquirá e Víctor Pontes, este último que treinou em Moçambique as equipas do Clube do Chibuto e Ferroviário de Maputo.

Falhou a reunião com Paulo Bento por motivos de agenda, mas o antigo treinador do Sporting e da selecção portuguesa foi igualmente equacionado para orientar os “Mambas”.

Antes de Portugal, a FMF abordou o treinador Rogério de Sá, a trabalhar na África do Sul, o qual, manifestou indisponibilidade em abraçar o projecto moçambicano.

Mais nomes vieram à ribalta recentemente, como os de Rui Águas, antigo seleccionador Nacional do Cabo Verde, recentemente desvinculado por falta de salários, e do nigeriano Stephan Keish, vencedor do Campeonato Africano das Nações pelo seu país em 2013.

“Com esses dois treinadores não mantive qualquer contacto. Recebemos suas candidaturas através de terceiros”, afirmou o presidente da FMF.

Outro nome na mesa a ser considerado é o de Gavin Jhon Hunt, treinador sul-africano com uma carreira vistosa na Premiership Soccer League (PSL), o campeonato sul-africano.

Actualmente à frente do Bidvest Wits, actual clube do capitão moçambicano Domingues, Gavin Hunt colhe simpatias na FMF e está a ser negociado com tons de seriedade, sendo, por isso, um concorrente sério a Abel Xavier e companhia.

Gavin Hunt treina na África do Sul desde 1995 e cometeu a proeza de conquistar três títulos nacionais consecutivos (2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010) – ver texto ao lado.

 

JOGOS EM MARÇO

A FMF pretende fechar já o dossier seleccionador nacional para preparar imediatamente os jogos agendados para Março próximo frente ao Gana, referentes às eliminatórias de qualificação à fase final do Campeonato Africano das Nações agendado para o Gabão em 2017.

Com efeito, para o Grupo H, que integra também as selecções nacionais do Ruanda e Maurícias, Moçambique defronta o Gana primeiro em Acra, a 23 de Março, para quatro dias depois receber as “Estrelas Negras” para o jogo de retribuição em Maputo,

Vale lembrar que os “Mambas” estão praticamente fora do CAN do Gabão depois de perder os dois primeiros confrontos frente ao Ruanda, em Maputo, e Maurícias, fora, pelo mesmo resultado de uma bola sem resposta, o que coloca Moçambique na última posição do grupo após duas jornadas.

Segundo o regulamento da prova, apura-se para o CAN uma selecção de forma directa e as três melhores segundas classificadas no conjunto de todos os grupos.

Desde 2010, em Angola, que Moçambique não marca presença numa fase final desta prova, tendo falhado  (Gabão-Guiné Equatorial/2012; África do Sul/2013 e Guiné Equatorial/2015).

 

 

Abel Xavier: Por que matar a

criança ainda na barriga da mãe?

O nome de Abel Xavier para treinador dos “Mambas” continua a dividir os adeptos moçambicanos, não somente pelos penteados, mas, sobretudo, pela carreira ainda imberbe do antigo jogador da selecção portuguesa.

Como lhe competia, domingo transmitiu a preocupação pública ao presidente da FMF, tendo tecido o seguinte comentário:

– Estou confiante que o próximo seleccionador nacional será uma pessoa que vai fazer a diferença. Quando fomos buscar Boris Pusic poucos o conheciam. Respeito o Abel Xavier, o Boris Pusic e todos com quem falei. Seria antiético da minha parte falar dos treinadores como alguns o fazem. No caso de Abel Xavier sei que já estão a atribuir-lhe uma nota negativa. Não vou por esse caminho. Qualquer que for o seleccionador, gostaria que as pessoas esperassem, vissem o seu trabalho e depois fazerem a avaliação.

Porque não ficamos totalmente satisfeitos com a resposta, perguntamos a Alberto Simango Jr. se a fraca experiência de Abel Xavier não o preocupava. A resposta terminou com uma interrogação que julgamos de todo justo transmitir também ao leitor:

– Antecipar avaliações não ajuda, podemos ter surpresas. Por que matar a criança ainda na barriga da mãe?

 

Gavin Hunt bem colocado

O treinador sul-africano Gavin Hunt está bem colocado para ser o novo Seleccionador Nacional de Futebol de Moçambique.

De 51 anos de idade, natural de Cape Town, Gavin Hunt treina actualmente o Bidvest Wits, onde reencontrou-se com Domingues, com o qual trabalhara anteriormente no Supersport United.

Tal como Abel Xavier, Gavin Hunt foi defesa direito e interrompeu a sua carreira em 1994 quando jogava no Hellenik FC, depois de contrair uma lesão no tendão de aquiles.

Foi eleito melhor treinador do ano do campeonato sul-africano em 2002, 2008, 2009. 2010 e 2011, tendo sido campeão nacional por três vezes no comando técnico do Supersport United (2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010).

Sobre o técnico, Alberto Simango Jr. disse apenas que “confirmo as negociações com o treinador Gavin Hunt para treinar os “Mambas”. A oferta é larga, vamos decidir brevemente”.

Note-se, a seguir, o percurso resumido de um dos principais candidatos a ocupar a vaga de seleccionador nacional:

1994/1995 – Hellenic FC

1998/2011 – Hellenic FC

2001/2002 – Black Leopards

2002/2007 – Moroka Swallows

2007/2008 – Supersport United

2008/2009 – Supersport United

2009/2010 – Supersport United

2010/2011 – Supersport United

2011/2012 – Supersport United

2013/2014 – Bidvest Wits

2014/2015 – Bidvest Wits

2015/2016 – Bidvest Wits

 

CNAF vai mudar

A Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) terá nova composição nos próximos dias, conforme garantias de Alberto Simango Jr. O dirigente indicou que a organização dos árbitros é crucial para a realização do programa da federação.

Tal como referiu o presidente da FMF, a actual CNAF teve um bom desempenho no ano passado, mas há necessidade de imprimir uma nova dinâmica naquele sector do futebol nacional.

“Não estamos desiludidos com o trabalho da CNAF. Os membros da CNAF tiveram uma boa prestação na última época e não se pouparam no desenvolvimento do futebol, mas confirmo que haverá algumas mudanças”, disse Alberto Simango Jr.

Do dirigente ficamos a saber que a próxima CNAF vai integrar antigos árbitros e possivelmente um gestor de profissão. Júlio Mungói é o actual presidente daquele organismo, assistido directamente por Fernando Massave.

 

Gabinete Técnico será reforçado

O Gabinete Técnico da FMF vai sofrer uma reestruturação a todo nível, não se limitando apenas a entrada dum novo seleccionador nacional. A ideia da direcção da federação é contratar um grupo de técnicos para realizar objectivos imediatos e a médio e longo prazos.

Alberto Simango Jr. disse que a federação pretende construir selecções jovens fortes, constituídas por jogadores que possam gradualmente ser chamados para a selecção principal.

Questionado se essa nova estrutura vai implicar a saída do sector dos actuais treinadores, coordenados pelo Professor Abdul Abdulá, Alberto Simango Jr. respondeu nos seguintes termos:

 

– Reconhecemos que o Gabinete Técnico tem suas limitações e precisa ser reforçado. O Professor Abdul Abdulá é muito competente, tem larga experiência internacional e demonstra no dia-a-dia que sabe o que faz, não está a apalpar. O seu trabalho é devidamente planificado e orçamentado, portanto, é um técnico competente e importante para o nosso trabalho.

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