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Proteger interesses do Ferroviário da Beira

Por admin

O país futebolístico celebra, por estes dias, o apuramento do Ferroviário da Beira à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos, uma façanha que, como era de esperar, irrita alguns saudosistas com direito de antena em canais de televisão e rádio, sobretudo por já não encontrarem matéria para continuar a repetir os discursos de que o futebol moçambicano bateu no fundo e ninguém vai ao campo para assistir os jogos.

Dizem eles que só fora da capital do país ainda se vai aos campos de futebol alegadamente porque lá não existem outras ofertas de diversão, ignorando que o país está a crescer e não só Maputo hoje tem acesso a canais internacionais de tv, restaurantes, xitiquis, hotéis e salas de cinema ou teatro.

São os primeiros a contribuírem para o afastamento do público dos recintos desportivos, ensinando seus filhos, netos, bisnetos e enteados que o que é de cá de dentro não presta, por isso, o melhor é esticar-se no sofá e seleccionar os canais que passam o verdadeiro desporto.

Ignoram, amiúde, propositadamente, que as nações com esse desporto que tanto veneram tem também melhores estradas, hospitais, mercados, autocarros, enfermeiros, engenheiros, jornalistas, professores e outros profissionais.

Não estamos a dizer aqui que será, por si só, o Produto Interno Bruto duma nação a determinar as suas vitórias desportivas, mas persistir na tese de que cá dentro nada se produz desportivamente revela-se enfadonho.

Temos que trabalhar mais, sim, mas as vitórias pontuais que o país vai conquistando merecem ser reconhecidas porque há compatriotas que lutam por elas que merecem o nosso devido respeito e singelo obrigado.

Abrimos parênteses para dizer que as qualificações das selecções de basquetebol aos campeonatos africanos são meritórias, e não vale nos sufocarem com o discurso de que os actuais jogadores e jogadoras são baixos e coisas que tais, até porque são essas baixinhas que jogaram o único mundial da modalidade em nome de Moçambique.

Por isso, prometemos não mais nos dedicar a essa discussão com ciumentos e invejosos, que qualificam de obra do acaso o apuramento do Ferroviário da Beira.

Vamos dedicar o nosso tempo a alertar a Federação e a Liga de futebol para começarem a definir formas de defender os interesses do Ferroviário da Beira na Liga dos Campeões Africanos.

Como já tinha sido anunciado, o “Moçambola” deste ano tem um calendário apertadíssimo, com previsão de realizar dez jornadas a meio de semana. Agora Soarito e companhia complicaram ainda mais as contas da LMF, acrescentando seis jogos e longas viagens ainda não se sabe para onde.

Nesta situação, apelamos ao bom senso e criatividade da FMF e LMF para não castigarem os beirenses e encontrarem os melhores cenários possíveis para a equipa de Aleixo Fumo jogar a tempo na Taça da Liga BNI, Taça de Moçambique, Moçambola e Liga dos Campeões Africanos.

Entendemos que Abel Xavier é empregado dum patrão que pode, a bem do país, proibir o técnico de convocar os jogadores do Ferroviário da Beira para jogos amigáveis da selecção nacional e nessas datas os beirenses jogarem partidas do “Moçambola” ou das taças.

Façam-nos o favor…

Custódio Mugabe

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