A Selecção Nacional de Hóquei em Patins cumpre desde quinta-feira passada, em Portugal, um estágio pré-competitivo tendo em vista alcançar um lugar de pódio na 41ª edição do Campeonato
do Mundo a ter lugar em Angola, de 20 a 28 de Setembro próximo.
A partir de terça-feira, dia 3 de Setembro, o combinado moçambicano inicia um conjunto de nove jogos de controlo com equipas de topo do hóquei em patins português.
Com efeito, de 3 a 14 de Setembro, Moçambique vai ensaiar sucessivamente com Sporting, Benfica, HC Cintra, Paço de Arcos, Juventude Salesiana, Benfica B, Oeiras, Famalicão e Varzim.
Para além dos jogos referenciados, estão previstas sessões de treinos até o dia 17, data que a delegação moçambicana deixa Lisboa com destino para Angola.
Na capital portuguesa, a equipa técnica moçambicana pretende aprimorar os esquemas tácticos a implementar na primeira fase, onde vai enfrentar Colômbia, Estados Unidos da América e Itália.
Os primeiros três meses de preparação do “Mundial” foram suficientes para colocar os jogadores num nível físico apto, havendo garantias de que os seleccionados residentes em Portugal estão também fisicamente “au point”.
Aliás, no dizer do Seleccionador Nacional, José Querido, o físico dos atletas está suficientemente trabalhado e agora é só melhorar a filosofia do jogo.
Os aspectos físicos já estão salvaguardados, agora vamos nos concentrar na nossa filosofia de jogo considerando sempre que o hóquei em patins hoje é uma modalidade evoluída, considera o técnico.
Perguntamos-lhe em que consistirá a filosofia de jogo de Moçambique, tendo respondido que “a base é saber atacar e defender, porque uma equipa equilibrada sofre o menos possível”.
– Temos que ser equilibrados. Em Portugal vamos realizar nove jogos com equipas fortes que seguramente nos vão conferir estofo para encarar o “Mundial” com confiança.
Por outro lado, em terras lusas, os jogadores vão assimilar as novas regras da modalidade, considerando que em Angola os “árbitros serão exigentes neste pormenor”.
José Querido entende que Moçambique tem potencial para ganhar o Grupo D e transitar para os quartos-de-final, onde deverá enfrentar selecções como Portugal e Angola.
Até ao momento cumprimos com o plano de preparação e pessoalmente estou encorajado pela determinação, empenho e disponibilidade dos atletas– indica.
O treinador defende que Moçambique tem potencial para continuar entre as melhores selecções do Mundo, mesmo sabendo que defender um quarto lugar no “Mundial” não é e nunca foi tarefa fácil.
Comparou o país com Angola afirmando que o investimento que acontece naquele país se fosse cá os resultados seriam seguramente extraordinários.
FEDERAÇÃO ALMEJA O QUARTO LUGAR
A direcção da Federação Moçambicana de Patinagem, encabeçada por Nicolau Manjate, definiu dois objectivos para a participação moçambicana no “Mundial” de Angola.
O primeiro é manter ou melhorar o quarto lugar conquistado em 2011 na Argentina, e o segundo passa por representar e defender condignamente o país no evento planetário.
Para tal, Nicolau Manjate diz que as condições estão criadas, apesar de alguns percalços próprios dum país em desenvolvimento.
– Esperamos que os objectivos sejam alcançados e confiamos totalmente no treinador José Querido, cuja experiência foi importante para o contratarmos.
O dirigente diz mesmo que “vamos a Angola para cumprir uma missão histórica porque desde a independência nacional esta modalidade tem elevado o país no concerto das nações”.
Manjate considera que desta vez não será fácil porque todos olham para Moçambique com preocupação, “mas nós acreditamos na capacidade e qualidade dos nossos atletas para sustentar a actual posição”.
Corrobora com essa posição o ministro da Juventude e Desporto, Fernando Sumbana Jr, o qual, espera que uma vez mais os jogadores vinquem o seu talento em campo.
Dirigindo-se aos atletas horas antes de rumarem a Portugal, o governante fez questão de frisar que o desafio de Angola é “muito complexo” porque todas selecções nacionais querem ganhar.
“Acreditamos que mesmo com poucas capacidades podem trazer melhores resultados ao nosso país”, indica, lembrando que foi graças ao esforço de todos que Moçambique atingiu a actual posição.
– Os 23 milhões de moçambicanos estarão emocionalmente envolvidos e ligados a vós porque esperam que tragam bons resultados. Sintam a todo momento que estão com o povo moçambicano.
Reconheceu implicitamente as condições limitadas oferecidas á selecção nacional, afirmando que quando a gente se dedica, trabalha, e tem gosto pelo que faz, consegue bons resultados.
Sublinhou que a participação de Moçambique no “Mundial” é também uma forma de projectar a imagem do país porque “todo mundo” vai falar do país.
