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Nunca sonhei em ser jornalista nem director de televisão

Por admin

– confessa o antigo guarda-redes”, Alexandre Rosa (Chandó), novo “boss” da TIM 

Há indivíduos que deram muito de si jogando futebol e por fim ficaram na desgraça. Uns por não terem combinado o desporto com os estudos e outros por não terem sabido gerir bem o pouco que terão ganho como atletas ou porque conjugaram mal a fama adquirida nos campos de jogos e os vícios, com destaque para o alcoolismo.

Há quem possa dizer que teve sorte ou que teve azar. Sorte porque pode sair do futebol sem cair na desgraça e azar porque seus pais não souberam o encaminhar para a escola enquanto jovem atleta.

Entre nós há todos exemplos de antigos jogadores, uns que depois viraram alcoólicos até à morte, outros que se tornaram homens bem sucedidos. Há quem depois de reformado do futebol hoje é motorista ou guarda…

Alexandre Rosa foi guarda-redes do Desportivo de Maputo, para onde foi levado por Neves Correia, na altura vice-presidente “alvi-negro”. Em 1995, ainda juniores, sagrou-se campeão nacional, com os treinadores Miguel dos Santos e Uzaras Mahomed. A mesma proeza veio a cometer em 2006, sob comando de Uzaras Mahomed.

Nasceu no distrito de Zumbo, extremo oeste da província moçambicana de Tete, no ano de 1979. Sua mãe, Rosa Alexandre, é escriturária no Chokwè, seu pai, Caetano de Oliveira Massaca, já falecido, foi oficial de protocolo do Presidente da Republica Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel.

 No período da guerra dos 16 anos viveu refugiado Na Zâmbia. Iniciou a carreira de futebolista no Chingale de Tete, enquanto aluno na Escola Secundária Josina Machel.

 “Quando sai do Chingale de Tete para o Desportivo de Maputo tinha certeza que ia triunfar na capital do país. Felizmente, nas camadas de formação tive a orientação de Gentil Escrivão, com qual ganhei todas as competições. Devo bastante ao treinador Gentil Escrivão na minha formação como jogador de futebol, assim como pessoa”, narra Alexandra Rosa (Chandó).

Em 2007 contraiu lesão no joelho e pára de jogar. Já recuperado e para não sofrer muita pressão “refugia-se” para o Estrela Vermelha de Maputo. Hoje é director geral da Televisão Independente de Moçambique (TIM).

O despontar do jornalista

“No Estrela Vermelha de Maputo não terminei a época. Fui convidado pelo jornalista Gervásio de Jesus para integrar a equipa de comentadores desportivos da Televisão Independente de Moçambique (TIM). Larguei a prática de futebol”, explica.

No ano seguinte, 2008, de comentador desportivo passou para jornalista estagiário na mesma estação televisiva.

“Em meados de 2009, o então director geral João Ribeiro convidou-me a integrar o quadro redactorial da TIM. Fui colocado na secção desportiva como jornalista. Não tinha nenhuma formação em jornalismo. Sérgio Marcos juntou-me ao grupo de colaboradores da TVM que fizeram formação aqui em Maputo, orientada pela AUB e Canal França Internacional, nas especialidades de jornalismo, operador de câmara, apresentação e edição. Quero desde já agradecer a Sérgio Marcos pela oportunidade que me deu.”

A partir de 2010, Alexandre Rosa passou a apresentador do jornal das 13 horas e dos programas desportivos da TIM.

“Fui editor desportivo em 2011, altura em que comecei a apresentar o Jornal Nacional das 20 horas. Em 2012 fui nomeado Chefe de Redacção. Em 2013, director de informação. Em 2015, dia 7 de Outubro, os accionistas da TIM nomearam-me director geral do Canal de Televisão TIM, em substituição de João Ribeiro.”

Tornar TIM referência internacional

 O ex-guarda-redes Chandó encara o cargo de director geral da TIM com muita responsabilidade, porque entende que “ dirigir 110 funcionários não é tarefa fácil, para além da gestão da própria máquina televisiva e da carteira de negócios da empresa.”

A primeira coisa que fez quando assumiu o cargo de director geral, foi de desenhar um plano de negócios da empresa “ e iniciar a estruturação geral. É com o plano de negócios que a TIM se vai guiar para se tornar referência ao nível da CPLP e SADC, já que ao nível nacional tem sua posição demarcada no mercado, que somente precisa de ser consolidada.”

A TIM assume-se como canal de televisão no país com uma grelha virada “apenas para a informação”. Não tem entretenimento. No entanto, o novo director geral refere que “ somos flexíveis para um programa de entretenimento ambicioso e que traga valor acrescentado para os telespectadores. Não queremos programas barulhentos no nosso canal.” 

Uma das apostas da TIM referenciada por Alexandre Rosa é “ mostrar a população moçambicana e ao mundo inteiro as coisas boas que o país tem, consubstanciando a isso o alinhamento com as actividades governamentais, dos sectores publico e privado.

“ A nossa tarefa não se limita somente a informar mas também a educar e acho que estamos numa posição privilegiada para sermos parceiro do Governo na divulgação das suas actividades.

Se quando jogava futebol sonhava em vir ser jornalista, Alexandre Rosa respondeu negativamente sublinhando que “ foi força de circunstâncias.” No entanto, confessa que o jornalismo é área que mais “ me fascina.” O seu sonho da infância foi sempre de ser engenheiro mecânico. E o seu futuro passará por fazer mestrado em gestão portuária e marítima “ ou pós graduação em mercado de capitais. “

 Alexandre Rosa reconhece que o mercado “ não consegue satisfazer financeiramente os 12 canais de televisão licenciados no país. Há necessidade de cada canal agregar outros negócios. Nós estamos na fase de reestruturação e de desenho de um plano que irá tornar a curto prazo a TIM uma empresa rentável e auto – sustentável. O Governo devia olhar muito bem no regulamento de publicidade de forma a acomodar a imprensa privada.”

Manuel Meque

 

malembalemba@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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