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Nampula supera Manica e Sofala

Por admin

A cidade de Nampula, em representação da província com o mesmo nome, foi a grande vencedora do Campeonato Inter-provincial Centro-Norte, organizado pela Federação Moçambicana de Boxe (FMBoxe), de 15 a 16 de Março, no Pavilhão dos Desportos da Beira, ao amealhar três medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze, somando 12 pontos.

Nos lugares seguintes ficaram as províncias de Manica, duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, 12 pontos, e Sofala, uma de ouro, três de prata e uma de bronze. Ouro vale três pontos, prata dois, e bronze um ponto.

Apesar de ter ocupado o terceiro lugar por equipas, a Cidade da Beira demonstrou que pode voltar a ser potência do boxe nacional e ombrear com a capital do país de igual para igual, se o talento emergente for devidamente trabalhado e encaminhado, como ficou patente no certame ora terminado.

Havia receio de que a província de Sofala não participasse no “Regional”. Dizia-se que os atletas locais não se tinham preparado para a prova e não queriam sair envergonhados do ringue.

Tudo que se dizia não era mentira, mas veio a reviravolta, Sofala, ou, simplesmente, a Cidade da Beira, decidiu participar para esconder o que não faz para a modalidade evoluir naquele ponto.

Soube-se mais tarde que, afinal, os pugilistas tinham sido recrutados há três dias pelo treinador para uma preparação que não terá sido adequada, razão pela qual ao princípio não queriam participar no certame temendo socadas, já que não tinham a informação de que os pugilistas da Cidade de Maputo não estariam presentes.

 

INÍCIO ESPECTACULAR

A primeira intervenção dos beirenses encheu de medo os participantes de Manica e Nampula. E se interrogou: Afinal, o “Rei” não está morto”?!… No segundo combate do primeiro dia, 15 de Março, Jorge Frank (Sofala), derrotou por 3-0 (pontuação de três juízes) Baizene Celestino de Nampula, na categoria de 56 kg; proeza repetida por Jean Filipe (Sofala), na mesma categoria, diante de Nelito Mateus (Manica) e por Alex Luísa (Sofala), nos 64 kg, perante Vasco Tobias (Manica).  

A mesma sorte não teve Anderson Olívio (Sofala), nos 64 kg, que foi obrigado a abandonar o ringue por não aguentar com socos de Reagan José (Manica). Noutros combates do dia Alberto Tomás (Manica), nos 49 kg, perdeu diante de Carlos Naina (Nampula) por 1-2, e Japucheco Salvar (Nampula), nos 69kg, fez fugir do ringue Abel António (Manica).

Com três convincentes vitórias no primeiro dia, os beirenses deixaram o aviso de “ aqui quem manda somos nós”, o que não estava nas previsões dos visitantes.

Esse facto bastou para que no dia seguinte viesse mais gente assistir aos combates. Era noite dos campeões, no Pavilhão dos Desportos da Beira.

Por pouco se solicitaria barco ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), já que junto ao portão principal do Pavilhão de Desportos da Beira nascera uma lagoa das chuvas que caíram na cidade.

Era quase impossível entrar por aquele local, como é difícil andar pelas estradas, avenidas, jardins e quintais da Cidade da Beira, por causa da multiplicação de buracos e buracões.

Na verdade, Beira concorre para cidade mais esburacada do país. A mesma não fica atrás no que diz a erosão marítima.

 

NOITE DE NAMPULA

No dia dos combates finais a supremacia pertenceu à província de Nampula, que na noite anterior obtivera duas vitórias. No primeiro combate, Baizene (Nampula), nos 56kg, bateu Nelito Mateus (Manica) por 2-1. Seguiram-se os combates: 64 kg – Vasco Tobias (Manica) x Anderson Olívio (Sofala), 0-3; 49kg – Anastácio Francisco (Manica) x Carlos Naina (Nampula), 2-1; Jorge Frank (Sofala), 56 kg, venceu Jean Filipe (Nampula, por abandono; Aníbal Luís (Nampula) derrotou Asten Alfredo (Manica) por abandono; Alex Luísa (Sofala) não se aguentou diante do poderoso Reagan José (Manica), 0 -3; Japucheco Salvador (Nampula) ganhou diante de Jossias Fernando (Manica), por desclassificação deste.

A jornada terminou com o grande combate, na categoria de 75 kg, em que José António (Nampula) derrotou o lesionado Matias Basílio (Sofala) por 3-0.

A nossa reportagem assistiu a um episódio bastante triste em que o treinador de Sofala, Mandela, se chateou quando durante o aquecimento, fora do pavilhão, o seu pupilo Matias Basílio se queixava de dores no braço ora lesionado. O pugilista teve que obedecer as ordens do treinador, subiu para o ringue, fez o que esteve ao seu alcance e, mesmo perdendo, demonstrou ser grande promessa do boxe nacional. Mesmo lesionado, fez delirar o público beirense que soube apoiar os seus pugilistas de princípio ao fim de cada combate.

A prova foi ajuizada por Jorge Archer (Sofala), Dionísio Isack (Sofala), Ernesto Marcos (Cidade de Maputo), Manuel Figueiredo (Sofala), Carlos Gonzaga (Sofala) e Jorge Armando (Manica).

Curiosamente, a melhor actuação da arbitragem aconteceu no primeiro dia, protagonizada por um árbitro (omitimos o nome) que se apresentou no ringue em estado de embriaguez comprovada pelos seus colegas e mais tarde por ele próprio.

Mas ninguém presente no pavilhão notou alguma irregularidade no seu trabalho. No dia seguinte teve que ser “policiado” para que não voltasse a embriagar-se e não teve boa actuação como no dia anterior. Perdeu o título de melhor árbitro do torneio! 

 

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