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NAÇÃO DESPORTISTA É…“BORLISTA”?

Por admin

Tomando como referência a maior prova do calendário futebolístico, aí vai a primeira pergunta: quem paga o Moçambola?

A resposta: os patrocinadores!

E quem sustenta os patrocinadores que são, maioritariamente, empresas públicas?

Resposta: o Estado!

E quem sustenta o Estado?

Resposta: o Povo ou, se quisermos, os contribuintes!

Resumindo: o Moçambola,que tem o seu espaço e os seus “fãs”, tem que recorrer através do Estado, ao bolso de todos os cidadãos, mesmo daqueles que não gostam de futebol, para sobreviver.

DOR-DE-CABEÇA ANUAL

O Moçambola terminou e vai (re)começar a romaria da Liga Moçambicana, para “sensibilizar” os tradicionais patrocinadores e tentar angariar novos, para que a próxima edição possa vir a rolar. E a entrada de uma representação de Vilanculos e outra de Quelimane, constituem (mais) uma dor de cabeça.

Quando este figurino foi aprovado, o pressuposto era de que, anualmente, as despesas da prova que actualmente recaem em mais de 80 por cento na Liga, iriam passando progressivamente para os clubes. Isso não está a acontecer.

A explicação: os clubes estão descapitalizados. E o cenário é cada vez mais sombrio pois patrocinadores, carolas ou mecenas, são cada vez mais raros na “selva” em que se vai transformando a nossa sociedade.

QUEM PAGA PARA VER…

Em dia de jogo grande da Selecção Nacional, segundo dados que a Federação já publicou, a maioria dos espectadores que esgotam o Estádio do Zimpeto, é “borlista”. E que não se pense que estamos a falar só dos que vão para a bancada sol e topos. Nada disso. É nas centrais e camarotes que se acomodam aqueles que anteriormente mandam listas com os seus nomes para a FMF; que reivindicam cartões e estatutos de toda a ordem; que se fazem acompanhar da família e motorista e que até se sentem ofendidos quando o porteiro lhes cobra o pagamento do bilhete de entrada.

Nas jornadas do Moçambola, o cenário é bem pior. Há cartões, cartõezinhos, cunhas e outras formas para entrar de borla.

VÍRUS DO BORLIU?

Quotização nos clubes? Consultem as direcções e verão que mesmo nos mais cotados, não chega a meia centena o número de sócios que se predispõem a pagar as quotas.

Perante este cenário, as explicações são mais que muitas: a má qualidade do espectáculo, o período do mês e outras prioridades… algumas das quais se podem constatar no intervalo ou mesmo no final dos jogos, na “batalha pelas médias” que é travada mesmo à saída do estádio.

Como desenvolver o desporto nacional, sem que os desportistas que dele usufruem contribuam, efectivamente, para manter e melhorar o espectáculo?

Contra ventos e marés, perdendo horas do seu convívio para dar vida a uma actividade em que o nosso país já produziu super-estrelas, alguns carolas lá vão mantendo em pé este “edifício” que tantas glórias e alegrias já nos proporcionou. Hoje as perspectivas já não são tão risonhas como dantes, porque a Nação desportiva, infelizmente, habituou-se a não cumprir o mais elementar dever de um adepto, que é pagar, com entusiasmo, o seu ingresso aos campos.

E quando acompanhamos a realidade de outras latitudes, em que grande parte dos bilhetes para toda uma prova são adquiridos por todo o ano, mesmo antes do pontapé-de-saída, mais se adensa esta nossa dor. E até há quem durma, com o dinheiro na mão, noites a fio numa bicha, para ter acesso ao papelinho mágico.

Que estranho “vírios da borliu” terá mordido os nossos adeptos?

 

RENATO CALDEIRA

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1 comment

slwactive 28 de Janeiro, 2024 - 7:59

Greetings! Very helpful advice in this particular post! It’s the little changes that will make the most important changes. Many thanks for sharing!

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