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Mais quatro anos para Marcelino Macome

Por admin

Marcelino Macome foi reconduzido para mais um mandato de quatro anos à frente do Comité Olímpico de Moçambique (COM), no culminar duma Assembleia-Geral ordinária realizada quinta-feira 

última.

 

Para quem conhece os meandros do desporto olímpico em Moçambique e não só, a recondução de Marcelino Macome é mais do que natural, pois, tradicionalmente, não se registam mudanças bruscas neste domínio.

Daí que foi consensualmente qualificado de “estranho” o surgimento, à última hora, duma Lista B encabeçada por um ilustre economista desconhecido no sector desportivo, que dá pelo nome de Armando Jeque.

Armando Jeque liderava uma Lista B que integra algumas figuras desportivas, com destaque para Ilídio Caifaz, antigo presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol, que era proposto para o cargo de Vice-presidente.

Armando Jeque sustentava a sua candidatura dizendo que constituía uma alternativa credível de continuidade e mudança na liderança do COM, tendo já acumulado experiência suficiente para o desafio.

O objectivo supremo de Armando Jeque era qualificar o maior número de atletas e modalidades aos Jogos Olímpicos.

 

LISTA CHUMBADA

 

Um olhar desarmado á Lista B permitia constatar, de longe, que a sua composição não era genuinamente desportiva, e, até, que foi constituída às pressas sem o devido TPC para concorrer a uma organização da dimensão do Comité Olímpico de Moçambique.

Armando Jeque era o líder do grupo e os Vice-presidentes propostos seriam Ilídio Caifaz, Raulo Khan e Externaldo Muhate, sendo Omar Omar proposto para o cargo de Secretário – Geral. Eufrásia Capitene seria Tesoureira e Manuel Massingue 1º Vogal.

Logo, na composição da direcção do COM faltariam mais de cinco vagas por preencher, facto demonstrativo da falta de conhecimento desportivo deste grupo.

Mas essas insuficiências seriam quase nada comparativamente ao que o presidente do Conselho Nacional do Desporto, Eugénio Chongo, viria a anunciar logo a seguir.

Chongo foi confiado a missão de dirigir o processo eleitoral e, ao seu estilo militar, tratou de eliminar a Lista B antes do processo de votação, apontando as irregularidades que se seguem:

– A Lista B não tem suporte da sua candidatura;

– a Lista B não apresenta os propósitos da sua candidatura, portanto, não sabemos por que razões querem dirigir o Comité Olímpico de Moçambique;

– a Lista B tem problema dum membro acusado de falta de idoneidade pela própria instituição a que pertence.

Tratava-se de Omar Omar, Secretário – Geral da Federação Moçambicana de Judo, acusado pela direcção da própria federação de desvio de fundos e falsificação de documentos.

Eugénio Chongo procedeu a leitura de duas cartas da direcção da federação de judo endereçadas ao COM e ao Fundo de Promoção de Desportiva, alertando para a necessidade de proibir Omar Omar de qualquer intenção de pular para o Comité Olímpico porque tem contas por justificar.

A federação diz que Omar Omar está proibido de tramitar qualquer expediente de judo, excepto se for relativo a justificação de fundos. Ajunta que em momento oportuno vai apresentar o novo Secretário – Geral da federação de judo.

– Esta lista não é aprovada para uma candidatura, para nós esta lista não é legítima. Só uma lista pode ser candidata– rematou Eugénio Chongo.

Caía assim por terra a Lista B, com os membros da mesma a solicitarem em seguida a retirada da sala de sessões.

Seguiu-se o momento da votação, ou, se quisermos, da confirmação do óbvio: eleição de Marcelino Macome, com 16 votos a favor, sendo 11 de federações e cinco dos membros directivos do COM, os quais, segundo os estatutos, têm direito a voto.

As últimas palavras de Eugénio Chongo foram as seguintes:

– Foi um processo livre, justo, transparente e democrático. Está de parabéns a Lista A, nós a proclamamos vencedora.

 

MACOME QUER REALIZAR UM SONHO

 

Marcelino Macome apresentou um manifesto ambicioso, no qual se destaca a construção da nova sede do COM, num investimento orçado em 40 milhões de dólares.

Será a Casa dos Desportistas, na qual, qualquer federação pode receber visitantes de forma condigna, por isso, agradeço que me tenham proporcionado a oportunidade de acompanhar este trabalho até ao fim – disse.

Indicou que outra prioridade será a implementação do Plano Estratégico Rio 2016, o qual, visa garantir uma representação com maior número de atletas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ou fazemos como os outros, ou não temos resultados. Os outros trabalham com base em programas e planos, sentamos e elaboramos o plano, agora estamos satisfeitos, o futuro promete. A pessoa principal é o atleta e vamos investir nele– fundamentou.

Macome não deixou de comentar o surgimento da Lista B, indicando que “infelizmente começam a aparecer pessoas que não têm a ver com o desporto, não para promover, mas muitas vezes para destruir o que existe”.

Adiantou que o trabalho é muito, por isso, é necessária a entrega de todos e serão criadas comissões de trabalho para a realização das actividades programadas.

Transpirou confiança no futuro afirmando que “não tenho dúvidas que daqui a quatro anos o Comité Olímpico de Moçambique será um dos maiores de África”.

 

O novo elenco do COM

 

PRESIDENTE – Marcelino Macome

1º VICE-PRESIDENTE – João Carlos da Conceição

2º VICE-PRESIDENTE – Ludovina de Oliveira

3º VICE-PRESIDENTE – a indicar pelo MJD

SECRETÁRIO-GERAL – Aníbal Manave

TESOUREIRO – António Maria da Conceição

VOGAL – Palmira Francisco

VOGAL – Luís Santos

VOGAL – Camilo Antão

VOGAL – Valige Tauabo

VOGAL – Odete Simeão

VOGAL – Francisco Mabjaia

ACADEMIA OLÍMPICA – Carla Massunda

MEMBRO HONORÁRIO – Maria de Lurdes Mutola

MEMBROS SUPLENTES

Sarifa Magide

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