Estamos a sensivelmente cinco meses de completar dois anos sem que a única piscina olímpica (50 metros) de competições existente na capital do país esteja disponível para acolher provas.
Apesar de várias correspondências entre o empreiteiro, Ministério da Juventude e Desporto e entidades gestoras da natação em Maputo, continua sem data provável a reabertura da piscina olímpica.
Todavia, foi possível garantir a operacionalidade da piscina secundária, que tem vindo a acolher sessões de aulas de natação num projecto coordenado pela ANCM. Caetano Rúben não esconde a insatisfação da sua agremiação:
– Não estamos satisfeitos com a forma como a piscina olímpica está a nos ser cedida. Aquela piscina podia fazer mais, se calhar agora funciona a cinco porcento. Continuamos à rasca dum local para competir porque a piscina principal do Zimpeto continua encerrada depois daquele acidente. A disponível não tem dimensões para as competições internacionais.
O dirigente sublinhou que “é altura de recuperar a piscina. Se queremos desenvolver a natação, o tempo urge. É demasiado o tempo que ficamos sem a piscina. O equipamento está a danificar-se. O que está a danificar-se vai custar mais caro que o valor da obra da vedação do muro, e julgo que devíamos tomar isso em consideração. Amanhã vamos gastar muito mais dinheiro para recuperar a piscina do que construir um murro”.
Todavia, o nosso entrevistado manifestou-se confiante relativamente à recuperação de piscinas na cidade de Maputo, nomeadamente da Escola Secundária Estrela Vermelha e o projecto de recuperação dos recintos das escolas secundárias Noroeste 1 e da Polana.
Estamos a interagir com o empresariado para depois da conclusão da reabilitação da piscina do Estrela Vermelha, avançarmos para as piscinas da Noroeste 1 e da Polana. Pensamos que até 2019 uma dessas piscinas estará a funcionar em pleno, à semelhança da Escola Secundária Estrela Vermelha.
Segundo o projectado, cada clube filiado na Associação de Natação da Cidade de Maputo deve ter a responsabilidade de na área onde está inserido fazer a ligação escola-comunidade, mobilizando alunos e vizinhos do clube a praticarem a natação sem custos elevados.
Este ano, a ANCM decidiu encurtar o período das férias, iniciando a época desportiva mais cedo, em Setembro passado, para encerrar apenas em Julho e não Abril, como sucedeu nas últimas edições.
Por conseguinte, serão promovidos mais torneios entre escolas visando captar talentos para os clubes federados. A ideia é alargar ainda mais o número de clubes filiados e respectivos praticantes, para da quantidade seleccionar a qualidade.
– Também queremos que os atletas treinem mais, tenham mais contacto com a água para melhor encarar as competições internacionais. Nosso inverno acontece numa altura que muitos países estão em competição.
Caetano Rúben explicou que “neste ciclo olímpico queremos inscrever mais atletas. Maputo é que alimenta a selecção nacional. Para atingirmos esses objectivos introduzimos torneios de escolas, já não fazíamos isso há sete anos. Cada piscina de filiado deve acolher um torneio mensal. O controlo já não se cinge apenas ao cronómetro, criamos um comitê com missão de avaliar os atletas, sua técnica e o tempo. Antes era so o tempo. Dos torneios escolares vamos aumentar atletas federados”.