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“Há melhoria na formação”

Por admin

Havia um tema bastante aguardado pelos participantes da II Conferência Nacional de Futebol, designadamente “detecção, formação e desenvolvimento de talentos”, cuja apresentação cabia ao técnico Augusto Matine, homem do futebol sobejamente conhecido, que em tempos jogou brilhantemente pelo Benfica e outros clubes de Portugal, ex-seleccionador nacional dos Mambas e actual director técnico das camadas jovens e futebol feminino na FMF.

Matine não quis dar aula de como se descobre talentos de futebol, preferindo aprender dos outros fazedores da modalidade presentes, dentre atletas, dirigentes, técnicos, árbitros, jornalistas…

Talento é encontrado na escola, no bairro e no clube. Que todo o país faça formação. Há clubes que fazem formação e bem. O nosso país já está a melhorar na formação. Estou satisfeito por aquilo que vejo em todo o país. Se calhar, é naqueles campos pelados que temos de continuar a formar”, disse Augusto Matine.

Seguiram-se outras opiniões, como de Mauro, do quadro técnico do Estrela Vermelha de Maputo, que questionou se não está havendo “uma formação distorcida no nosso futebol”.

Estamos a massificar o quê? Federados? Dizemos que cada clube deve-se apresentar no mínimo com dois escalões de formação. Quais são esses escalões? Há clubes que apresentam juniores. Eu pergunto: donde trazem esses juniores se nunca tiveram iniciados, infantis e juvenis? No Bebec usa-se corda para determinar a idade de um jogador. Se o miúdo fôr alto dizem que é velho, é dispensado. Que futebol é este que não forma jogadores altos?”, questionou Mauro.

Alcides Chambal, treinador do Matchedje de Maputo, começou por dizer que “todos podemos jogar futebol, mas há quem pode jogar bem. O grande problema é cada um chamar somente à sua responsabilidade, dizendo que eu formei o jogador fulano, mas esse jogador por si formado chumba no estrangeiro. Será que temos gabinete de metodologia para detecção e desenvolvimento de talento? Eu acho que não.”

Ângelo Matinene, ex-jogador, resumiu sua intervenção em “deve-se melhorar a remuneração dos técnicos de formação.”

Também recomendou-se que havendo muitos treinadores formados pela FMF, os clubes devem apostar neles para as camadas juvenis. Porém, é sabido por todos que os clubes nacionais preferem trabalhar com curiosos a quem quase não se paga nada. Esses que não podem reclamar melhores condições de trabalho.

Amir Gafur, dirigente desportivo, aconselhou para que a formação comece na escola onde se deve identificar “o que um aluno de seis anos aprende nas aulas de educação física.”

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