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É um atentado à dignidade humana

Por admin

“´É um atentado à dignidade humana. Quando já não há valores as pessoas são tratadas assim”, quem o diz é Cremildo Gonçalves, gestor desportivo, actualmente director da Escola Superior de Ciências de Desporto (ESCIDE) da Universidade Eduardo Mondlane.

“Os órgãos que tutelam o desporto têm de desencorajar essa tomada precipitada de decisão por parte das direcções dos clubes, usando os instrumentos de controlo que se dispõem.”

Cremildo chega a concluir que “ com este andar não sabemos onde vamos parar.”

De olhos postos aos dirigentes dos clubes, este estudioso do desporto questiona qual é o ambiente que se cria no futebol quando se manda embora um pai de família só por ter perdido um ou dois jogos.

“Em um mês se expulsa um treinador, pai de família. Onde está a tranquilidade do treinador moçambicano? Qual é o ambiente psicológico que se cria nele? Quer dizer, o nosso treinador vive com as calças nas mãos. Mesmo para um funcionário do Estado há período prorrogativo.”

O nosso entrevistado vai mais longe ao afirmar que “nos contratos de treinadores deve-se prever multas elevadas aos clubes que não cumprirem com o acordado. Isso deve envolver o próprio Ministério do Trabalho, o mesmo que me julga quando mando a minha empregada embora sem justa causa.”  

 Ele sugere que “ o despedimento de um treinador deve ser matéria dos juristas, dos que velam pelos Direitos Humanos, porque a própria família dele entra em pânico.”

 E termina dizendo que “o que está acontecer com os treinadores do nosso futebol dá má imagem ao nosso desporto. Para já, são os estrangeiros que começam a nos achar de pessoas não sérias, que contratam alguém hoje e lhe mandam embora amanhã.”  

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