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Clubes contra bolsas desportivas

Por admin

Os clubes da cidade de Maputo estão de costas voltados com a Federação Moçambicana de Natação (FMN), por causa dos critérios de competição adoptados pelo maior órgão da modalidade no

 país, e defendem ainda a revisão de bolsas desportivas porque os nadadores beneficiários não evoluem no estrangeiro.

 

Quando tudo parecia estar já ultrapassado, os dados na mesa indicam que o relacionamento entre os clubes da capital do país e a federação de natação está a deteriorar-se cada vez mais.

O ambiente de crispação começou quando a federação decidiu, a contragosto dos clubes, introduzir tempos mínimos para o Campeonato Nacional de Inverno – Piscina Longa.

A federação defendeu a introdução dos tempos mínimos com a necessidade de puxar pelos atletas para fazerem melhor, e, por aí, alcançarem melhores marcas que lhes permitam atacar com confiança as competições internacionais.

 

“DECISÃO RÍDICULA”

 

Perante a posição do elenco dirigido por Gilberto Mendes, os clubes reuniram-se e concordaram qualificar a introdução dos mínimos de “ridícula e insustentável”.

Na verdade, os clubes entendem que a federação pode até introduzir tempos mínimos para os campeonatos nacionais, mas que devem ser tempos realísticos, isto é, coordenados com o estado actual da modalidade.

Numa carta assinada pelos clubes de Maputo (à excepção dos Golfinhos e Banco de Moçambique), a associação de natação manifesta  preocupação por estar a ser ignorada pela federação.

Os clubes são de opinião de que a federação continua a ignorar a opinião da maioria dos fazedores da natação moçambicana no que se refere ao estágio actual da nossa modalidade e das opiniões que vos são canalizadas, através da ANCM; opiniões essas que poderiam reverter esta fase crítica que a nossa modalidade atravessa – protestam.

Lamentam, igualmente, o facto de a federação tomar decisões unilaterais sem consultar as associações filiadas, algo que não acontecia com os anteriores elencos.

Para os clubes, não faz sentido a federação não proclamar os campeões nacionais dos escalões de pré-iniciados e iniciados, porque no passado foram certificados no quadro duma deliberação da Assembleia Geral e não houve outra reunião para alterar os regulamentos.

 Ao marginalizar os pré-iniciados e iniciados, a FMN está a penalizar os clubes que apostam na formação e a hipotecar o futuro da própria modalidade que dirige. A federação está a afugentar os praticantes da modalidade– defende a associação.

 

BOLSEIROS SEM RESULTADOS

 

A associação de natação tem uma apreciação desfavorável do desempenho dos nadadores que nos últimos anos beneficiaram-se de bolsas olímpicas no exterior.

Leonel e Gerúsio Matonse estiveram na África do Sul, Miriam Corsini está na Itália, Jéssica Vieira treina-se no Estrela da Amadora, de Portugal, e Shakil Camal acaba de regressar da Austrália. Os dois últimos representaram o país nos Jogos Olímpicos de Londres. 

Para a associação, “neste momento não faz sentido gastar-se avultadas verbas em Campeonatos do Mundo e em Bolsas Desportivas, uma vez que os resultados alcançados pelas nossas representações nacionais nessas competições e as marcas dos nossos atletas bolseiros não justificam tamanho investimento e não dignificam a nossa pátria amada e a nossa natação moçambicana”. 

No entender dos clubes de Maputo, se a federação pretender levar avante a política de bolseiros, “que os beneficiários das bolsas, para além de irem desfilar nos campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos, deveriam ser obrigados a representar e competir por Moçambique nas competições africanas”.

Acrescenta a associação que nas provas africanas os nadadores moçambicanos teriam mais possibilidades de alcançarem resultados de mérito, como acontece com os nadadores que treinam em território moçambicano num trabalho 100 porcento Made in Moçambique, e que tem trazido muitas medalhas e alegrias aos moçambicanos.

 

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