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Carência de pistas condiciona atletismo

Por admin

O esforço do presidente da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA), Shafee Sidat, de proporcionar às associações sedes condignas para o seu funcionamento, tem merecido elogios pelos associados e pela parte governamental que gere o desporto nas províncias, porém, tal é contrariado pela carência de pistas condignas, o que compromete o futuro da modalidade no país, pois os campeões não se formam de qualquer maneira, nem em qualquer piso.

Na conversa que mantivemos com o vice-presidente da Associação Provincial de Atletismo de Manica, Fernando João, nos apercebemos que a problemática de falta de pista em condições aceitáveis é preocupante, situação que se agrava com a imperatividade de realização de jogos do torneio Coca Cola no período programado para provas de atletismo.

O atletismo não anda bem aqui em Manica porque falta de clubes. Temos movimentado esta modalidade graças aos núcleos escolares. Este ano só se filiou à associação o Sport Clube de Chimoio”, referiu Fernando João.

“Paramos de competir nos meses de Março e Abril porque o campo onde se situa a única pista aqui existente tem estado ocupado pela Copa Coca-Cola, de manhã e de tarde”, sublinhou a nossa fonte.

Porém, o que não falta em Manica é talento, pois, no dizer de Fernando João, nas escolas aparecem muitas crianças talentosas, “mas porque não se compete com regularidade esse talento desaparece.”

E a situação da falta de infraestruturas para o atletismo no país é gritante. Em Inhambane, onde no dia 5 de Outubro, presenciámos a inauguração da sede da Associação provincial de Atletismo de Inhambane, se ainda se chama pista de atletismo àquilo que existe no campo 7 de Setembro, é porque não há outra coisa que se possa chamar como tal naquela província.

Em Sofala, também não há mais nada melhor que aquilo que se chama de pista de atletismo do campo do Ferroviário da Beira, embora se reconheça que tem mais garantias para a pratica de atletismo que em outras províncias, onde as crianças consideram pistas de atletismo as estradas ou ruas esburacadas que as elevam às escolas, nas quais por vezes se realizam léguas. 

Shafee admite sair

mas pode ser impedido

Manuel Meque 

Shafee Sidat tem vindo admitir abandonar a presidência da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA) quando terminar o seu primeiro mandato e ter cumprido as promessas contidas no seu manifesto eleitoral. Nega estar de volta ao futebol, onde já foi dirigente no Ferroviário de Maputo e no Maxaquene, em ambos na liderança do departamento da modalidade.

Na hora de campanha agente promete. E cabe ao candidato, já eleito, cumprir com o prometido. Eu estou a cumprir com o que prometi: apoiar as associações provinciais financeiramente, pô-las a funcionarem em sedes condignas e organizar campeonatos verdadeiramente nacionais”. Esta tem sido a tónica dos discursos de Shafee Sidat, desde o ano passado quando levou o campeonato nacional de atletismo para um distrito, no caso concreto Moatize, na província de Tete, onde desfilaram atletas de todas as províncias, alguns saídos de zonas recônditas.

Nas cerimónias de inauguração das sedes das associações provinciais, umas depois de reabilitadas e outras construídas de raiz, Shafee Sidat faz sempre questão de dizer “não me vou recandidatar para o segundo mandato. Vou cumprir com o que prometi em quatro anos e depois me vou embora.”

Há quem pense que se trata de estratégia para ganhar simpatias de modo a manter-se no lugar e há quem acha que ele teme não conseguir a satisfazer a gula dos moçambicanos de tão rapidamente ver a correr nas pistas internacionais alguém que se pareça com Lurdes Mutola, que para ele não foi “ produto de trabalho de uma federação, mas do acaso.”

Porque tem conseguido, graças aos seus bolsos, satisfazer financeira e materialmente as associações (em mesas, cadeiras, computadores e equipamento desportivo), Shafee Sidat corre o risco de ser “preso” para mais quatro anos de mandato, período no qual se julga que pode ser capaz de atacar o problema de pistas de atletismo que faltam nas províncias.

Talvez por isso que os seus detractores não se cansam de afirmar que ele está a fazer campanha eleitoral de continuidade ao andar a reabilitar e construir sedes das associações provinciais. Pode não estar a fazer campanha. Porém, o que temos vindo a testemunhar no terreno é que o que faz é o que as associações provinciais vinham precisando, precisam e precisarão para o seu bom funcionamento.

Não estou em campanha nenhuma! Se para ser eleito para este mandato, só precisei de três dias de campanha, porque motivo precisaria de anos de campanha para continuar?, questiona Sidat.

Neste momento já foram reabilitadas e inauguradas três sedes de associações provinciais, Inhambane (Outubro) Manica (30 de Outubro) e Sofala (1 de Novembro). Brevemente será inaugurada a de Gaza, em Xai-Xai, e dia 4 de Dezembro a da Zambézia, em Quelimane. Provavelmente as de Tete e Niassa, ainda este ano. 

Vamos todos praticar desporto

– Amade Chababe Amade, esposo da governadora de Sofala

Amade Chababe Amade, esposo da Governadora de Sofala, que discursava na cerimónia de inauguração da sede da Associação Provincial de Atletismo de Sofala (APAS), dia 1 de Novembro, na cidade da Beira, apelou a toda população moçambicana a praticar o desporto para preservação da saúde individual.

 “Hoje é dia especial para o atletismo de Sofala”, assim começou o discurso do esposo da Governadora de Sofala, logo depois de ter cortado a fita de inauguração da sede da APAS.

Desta forma, a associação passa a dispor de sede condigna. O atletismo é modalidade pai por ser uma actividade transversal para o desporto”, sublinhou. E, talvez, por isso merece bom acolhimento nas províncias e no país unido.  

Com a Independência Nacional, em 1975, o nosso desporto conheceu nova página, ao que não é por acaso que temos Lurdes Mutola, campeã mundial e olímpica”, disse Chababe.

Porque o desporto faz bem ao corpo humano, o esposo da governadora Maria Helena Taipo, disse o seguinte: “encorajamos toda a população a praticar o desporto, em particular o atletismo”, já que assunto do dia versava sobre esta modalidade que se faz presente em tudo o que é desportivo, pois em treinos e/ou em competições se corre ou se salta.

Amade Chababe Amade foi dos futebolistas mais brilhantes dos anos que seguiram à Independência Nacional, quer ao representar clubes, como Desportivo de Maputo e Matchedje de Maputo, quer na representação de Moçambique quando integrado na Selecção Nacional, com Calton, Gil, Nico, Cossa, Almeida, Ferreira, Nuro Americano, Zé Luís e muitos outros.

Manuel Meque
malembalemba@gmail.com

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