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Cambaco deve aprender mais sobre o futebol!-Chiquinho Conde

Por admin

O Desportivo – Maxaquene da segunda volta do “Moçambola” ainda não acabou, não obstante a homologação do resultado de um a zero a favor dos “tricolores” pela Liga Moçambicana de Futebol. Depois do técnico principal dos “alvi-negros”, Antero Cambaco, queixar-se duma alegada postura ultra-defensiva do adversário, agora é Chiquinho Conde a aconselhar o jovem técnico dos “ventoinhas” a aprender mais sobre o que é o futebol.

domingo entendeu oportuno ouvir do maquinista do “comboio” do Maxaquene com quantas carruagens actuava e a que propósito temia tanto o vizinho rival, tal como fez perceber o treinador Antero Cambaco.

A princípio, Chiquinho Conde não acedeu a nossa abordagem justificando apenas que respeitava as opiniões dos técnicos adversários. Foi depois duma insistência da nossa parte que o antigo capitão dos “Mambas” aceitou o desafio de contribuir para o debate dos aludidos comboios que se montam no campeonato nacional.

Na sua alocução, Chiquinho Conde foi irónico referindo-se, por exemplo, que o treinador do Ferroviário de Maputo, Victor Pontes, afirma que a sua equipa pratica o melhor futebol do campeonato, entretanto, está ainda a lutar por um lugar no “Moçambola” do próximo ano.

VAI UM CD PARA CAMBACO?

Chiquinho Conde revelou-nos ter recebido uma chamada telefónica de Antero Cambaco para desculpar-se e até distanciar-se do discurso publicado pelo semanário desafio. O treinador do Maxaquene diz que ouviu mas não gostou.

– Ele teve a amabilidade de me ligar a pedir desculpas pelas declarações que proferiu, dizendo inclusive que não era aquilo que tinha dito. Eu o respeito porque até foi meu adjunto e no fundo somos colegas, cada um tem a sua opinião, vê o jogo da maneira que vê e fala aquilo que entende que deve falar, mas é preciso muitas das vezes assumir aquilo que dizemos. Não acredito que o César Langa tenha escrito coisas que ele não tenha dito, conheço o César Langa, é um excelentíssimo profissional, já me fez várias entrevistas e é coerente nas entrevistas que faz, ai denota-se a personalidade de que cada pessoa.

Chiquinho Conde entende que “não é bonito porque de facto ele faltou ao respeito a um colega de profissão e também a uma instituição com a história do Maxaquene”.

Porque o treinador do Maxaquene tem outra visão do aludido jogo, equaciona oferecer uma gravação de vídeo ao jovem treinador vizinho. “Se calhar faria um compêndio do jogo e oferecer-lhe um CD para ver quem teve as melhores oportunidades de golo”!

– As pessoas têm de perceber que no futebol há dois momentos, há quem diz que são quatro. Que é atacar quando temos a bola e defendermos quando não temos a bola. Há uns que interpretam que são quatro momentos, que é recuperar a bola, a transição defesa/ataque, atacar, e depois a transição ataque/defesa, eu resumo fundamentalmente em dois, foi aquilo que eu aprendi.

Prossegue explicando que “no futebol moderno vemos tantos jogos a nível internacional que podemos defender alto na primeira fase de construção de ataque da equipa adversária, podemos defender na segunda fase de construção e podemos defender no último terço do campo, basicamente foi aquilo que nós fizemos. Jogamos duma maneira completamente diferente do que temos jogado, jogamos num 4-2- 3- 1, normalmente jogamos num 3- 5- 2 e ao longo do jogo fiz alterações e voltamos a jogar em 3-5-2, que é um dos sistemas mais ofensivos e mais defensivos, porque temos sempre superioridade quando defendemos com quase cinco homens e mais dois ficam sete e podemos atacar também com sete homens, as transições é que são feitas mais lentas ou mais rápidas”.

Ao treinado do Desportivo, Chiquinho Conde aconselha a dedicar mais tempo a estudar os adversários do que a reclamar de suas opções tácticas:

– Tem a ver com o nosso modelo de jogo, aquilo que nós trabalhamos. O Cambaco deveria estudar melhor a equipa do Maxaquene e no campo tentar contrariar aquilo que seriam os nossos pontos fortes. E não vir pelo jornal dizer que não é digno; não é digno é ele vir nos jornais a falar da forma como falou duma colectividade do tamanho do Maxaquene.

Porque se multiplicam situações de treinadores que se queixam de abordagens exageradamente defensivas, desafiamos Chiquinho Conde a analisar a situação sem fixar-se no seu Maxaquene. Debalde.

– Os jogos são para serem ganhos, jogando bem ou jogando mal, o importante é que o nosso objectivo para aquele jogo foi conquistado. Não acredito que tenhamos jogado tão mal assim como ele tentou fazer ver, porque as melhores oportunidades foram nossas. E quando assim é, ele tem que reflectir um pouco o que é o futebol se quer ser treinador tem que pensar, perceber e estudar melhor os adversários para criar antídotos para que possa obter seus intentos. Se ele regozija-se por circular a bola da esquerda para a direita, em dar xipawanas que de facto é um grande espectáculo, ele tem uma visão totalmente diferente daquilo que entendo que é o futebol.

Perguntamos ao treinador do Maxaquene se a equipa tem jogado à altura dum grande e eterno candidato ao título, tendo respondido nos seguintes termos:

– O Maxaquene tem jogado à altura daquilo que é a predisposição dos jogadores que temos. As camisolas não ganham jogos. Veja que o treinador do Ferroviário diz que está a praticar o melhor futebol e está a lutar para não descer de divisão, então nós não estamos a pensar na beleza porque isto é alta competição, não é querer fazer bonito. Se eu puder aliar a beleza e o resultado dos jogos melhor ainda. Obviamente que não peço aos meus jogadores para jogarem mal.

O nosso entrevistado recorda que nos primeiros doze jogos o Maxaquene praticou um futebol mais espectacular e as pessoas já se esqueceram.

Fizemos no primeiro terço do campeonato bons resultados aliados a bons espectáculos, as pessoas no futebol infelizmente tem memória curta, a última imagem é que fica. Já esqueceram aquilo que o Maxaquene fez nos primeiros doze jogos. Apraz -me dizer que de facto o Maxaquene tem jogado à altura da sua valia, obviamente queríamos jogar melhor, ganhar todos os jogos, mas não conseguimos porque o adversário foi mais forte, futebol é isso mesmo, são duas equipas que querem ganhar, e, às vezes, o espectáculo fica aquém do desejado. Quem vir a dizer que todos os jogos do Moçambola são um grande espectáculo não estará a dizer a verdade porque os jogos do nosso campeonato oscilam muito.

Indagamos ao técnico se estava satisfeito pela classificação actual da equipa, tendo argumentado que “acredito que podíamos ter feito melhor do que fizemos até aqui. A determinada altura a equipa oscilou muito nas suas exibições e resultados”.

– Tínhamos condições de fazer melhor mesmo reconhecendo que fizemos 14 aquisições com alguns jogadores sem experiência do campeonato, é difícil criar uma harmonia muito grande, mas pelas vicissitudes que o Moçambola tem acho que podíamos ter feito melhor, as coisas não correram bem por coisas alheias à nossa vontade, são circunstâncias do próprio futebol, fundamentou.

Afinal o que disse

o treinador do Desportivo?

“Para aquilo que é a dimensão do Maxaquene e quando joga com o Desportivo, que é um clássico, sinceramente, esperava por uma outra postura. Esperava ver um Maxaquene mais aberto. É claro que numa e noutra vez foi lá para a frente, mas passou quase 90 minutos em cima da área de grande penalidade, fazendo aquilo que muitos chamam comboio. Montou ali uma parede! É claro que nós devíamos ter encontrado um antídoto para conseguir transpor aquele obstáculo que o Maxaquene montou, mas devo confessar que não me agradou aquilo que foi a sua organização. Logo no princípio do jogo, notou-se que o Maxaquene estava com receio de perder com o Desportivo, o que não é salutar. O Maxaquene tem de estar aberto quando joga com o Desportivo. Tem de pensar que pode ganhar, ou pode perder, da mesma maneira que o Desportivo jogou a pensar nisso. Tínhamos de agradar aquela massa associativa que foi ao campo para ver o jogo. Não fomos felizes na finalização, porque o guarda-redes deles, o Guirrugo, esteve à altura de tirar tudo o que fosse à sua baliza, e há que reconhecer mérito nisso. Agora, no resto…valha-me Deus!!!”   

Custódio Mugabe

 

 

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