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Solo lunar no lugar da EN 1

Por Idnórcio Muchanga

Na escola primária, aprendemos a “cantar” os nomes dos planetas do sistema solar. A lua, nessas aulas, sempre teve um lugar privilegiado, não só pela proximidade com o nosso planeta, mas, sobretudo, porque as crónicas rezam que o Homem lá colocou os pés. A frase “este é um pequeno passo para um Homem, mas um grande passo para a humanidade”, de Neil Armstrong, ecoa ainda nos ouvidos de quem andou na escola nessa época.

Bula-bula recorda-se de se falar que o solo lunar fazia lembrar o queijo suíço, aquele cheio de furinhos. E as imagens que o professor mostrava davam mesmo essa impressão. Coisas que ficam na memória…

Ora, passados muitos anos, Bula-bula recordou-se do solo lunar ao cruzar, há dias, alguns quilómetros de estrada, fazendo o troço Inchope-Rio Save. Aquilo é um martírio e nem o facto de se anunciar a plenos pulmões a reabilitação da Estrada Nacional Número Um, a que devia ligar o país de Norte a Sul, serve de paliativo.

A quantidade de buracos, crateras, valas e valetas é assombrosa.

Precisa-se de uma coluna de aço e uma paciência que vai daqui até Marte; aquilo é de deitar lágrimas. Os solavancos são de lembrar uma vara ao vento. Dói “maningue” aquilo. O esqueleto sofre. As juntas parece que se vão separar…

Ao fim de alguns quilómetros de ex-estrada nacional, um Homem deseja uma intervenção divina. Algo que caia do céu e faça as dores irem para o espaço. Alguém ponha a mão naquilo que dói só de ver…

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