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Quando uma cerimónia se transmuta em ceromínia

Por Idnórcio Muchanga

Há erros fossilizados na língua que já não causam tanta estranheza assim; fazem rir apenas e, quase sempre, são levados na desportiva. É certo que são erros mas – por assim dizer – recebem uma colher de chá de todo o mundo; às vezes finge-se que nem se percebeu a asneira… é o caso de mas e mais. Só Deus na causa, como se costuma dizer. Mas há outros que são de bradar aos céus. Não que haja erros menores e maiores, mas há uns que apavoram. São medonhos. Gigantescos. Revelam coisas que Bula-Bula não se atreve a dizer… é que, como diria um amigo, Nu’Vale pena. São verdadeiros achados capazes de fazer um certo Camões revolver-se na tumba de tão aterrorizantes.

Mas (e não mais) um instituto SUPERIOR (o sublinhado é propositado) Politécnico de Manica decidiu pontapear tudo o que havia de regras e procedimentos e brindou-nos com uma nova palavra: CEROMÍNIA… deve ser mesmo para fazer jus ao lema do tal instituto que é precisamente “ISPM, Fazemos as coisas acontecer”. E acontecem mesmo.

A nova e inventive palavra foi grafada em letras gigantescas num enorme banner alusivo à cerimónia de graduação. O que espanta não é o erro em si, mas o facto de que aquele texto deve ter passado por uma dúzia de mãos até à aprovação final e consequente impressão. Ninguém percebeu aquilo ou foi mais do tipo “eles que se aguentem”…

De qualquer modo, BulaBula nem foi convidado para a tal CEROMÍNIA que deve ter corrido às mil maravilhas com os graduados felizes da vida… afinal era uma Ceromínia de Graduação e não uma Cerimónia de Graduação.

Se calhar a proximidade com o equador esteja a fazer efeitos em Manica…

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