A nossa Polícia veio esta semana dar um aviso a todos os cidadãos. Cuidado! Este mês, não joguem “mole”. Protejam-se. Os bolsos andam furados por causa das festas, por isso anda aí tanto meliante quanto baste à espera de melhor ocasião. O alerta de nível nacional foi feito pelo porta-voz do Comando-Geral.
Lá saberá a Polícia as razões do alerta. O Bula Bulaadivinha que deve ter compulsado as estatísticas e comparado números anteriores para depois poder dizer que: “tenham maior atenção com os vossos bolsos, bens e propriedades”, pelo facto de o mês de Janeiro ser período de escassez por excelência (bolsos literalmente furados devido à farra da quadra festiva) e, por isso, propenso à acção dos malfeitores. Nós pensávamos que devíamos ter atenção com o amigo do alheio em toda a ocasião…porque a ocasião faz o ladrão. A Polícia diz que não é bem assim, lá saberá os motivos…
O porta-voz policial chamou também atenção para os burladores nos seguintes modos: este tem sido o período fértil para os burladores desenharem esquemas ardilosos para subtraírem valores monetários dos cidadãos incautos e menos precavidos. Não é que aqui o homem acertou em cheio. É que neste mês de Janeiro, um amigo do Bula Bula diz ter caído nas malhas destes.
Ele contou que nesse dia de Janeiro, tinha que ser Janeiro, cerca das 11:00 horas o seu número de telemóvel ficou sem rede. Ele pensou que
fosse daqueles problemas normais das nossas empresas de telefonia. “No entanto, às 18:00 horas, usando outra operadora, recebo uma mensagem (sms) de uma senhora amiga e cliente minha a perguntar-me se eu estava de facto a pedir-lhe cinco mil meticais. Eu lhe disse que “não”, não tinha enviado nenhuma mensagem com esse teor”.
A senhora amiga do amigo do Bula Bulaestranhou o facto e acabou por contar que teria recebido uma mensagem pelo número habitual do nosso amigo e que nela este solicitava o referido valor. A senhora informou o nosso amigo de que não tinha efectuado a transferência do dinheiro pedido, porque quando telefonou para o número através do qual tinha sido enviada a mensagem, atendera alguém com modos diferentes dos habituais do dono do telefone.
O burlador era verboso e tratou a senhora por tu, várias vezes, coisa que não era habitual no nosso amigo, um homem de linguagem polida e prolixa.
O nosso amigo contou ainda que, quinze minutos depois de falar com a senhora sua cliente, recebeu uma outra ligação, desta vez de um amigo, que lhe informou que havia já feito a transferência dos cinco mil meticais solicitados e se o nosso amigo já teria recebido tal valor, tendo em conta a urgência contida na mensagem.
O amigo do Bula Bulaficou aterrado. Desfez o equívoco. Ele não estava à rasca de coisa alguma. Não enviara nenhuma mensagem. Não pedira nenhum dinheiro, porém, tinha ficado sem rede por volta das 11 horas e até àquela hora o seu telefone não estava activo, por isso usava o alternativo.
Afinal não era tudo. Dez minutos depois da última chamada, recebe uma terceira chamada de outra amiga, também em linha alternativa, a informar-lhe que já tinha feito a transferência do valor para a conta indicada, mas que estava preocupada, porque ligava para o número habitual e ninguém atendia. Queria saber também o que tinha afligido tanto o amigo do Bula Bulapara pedir o dinheiro com aquela urgência toda. Alguma tragédia?
O nosso amigo teve que esclarecer de novo que não tinha sido ele a fazer tal mensagem e tal peditório e que o telefone tinha ficado estranhamente mudo a partir das 11 horas…
O nosso amigo contou que zonzo com tudo o que lhe estava a acontecer, ligou para a linha do cliente da operadora móvel do número em referência, é quando lhe informaram que alguém se tinha dirigida a uma determinada loja da operadora e pedido uma segunda via do cartão, tendo apresentado para o efeito a cópia do BI do nosso amigo. Daí que lhe tinha sido passada a segunda via do cartão do tal número, pelo qual, o meliante andava a burlar as pessoas dos contactos do amigo do Bula Bula, sob falsa identidade.