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Timbila Muzimba prepara novo disco

Por admin

Vevulaé o título escolhido para o novo CD da banda Timbila Muzimba a ser apresentado em breve aos amantes da música e dança de Moçambique. O novo disco, por sinal o terceiro 3 da banda, depois de Conta Própria e Warethwa, reúne 10 temas musicais, interpretados essencialmente em chope e português e conta com a participação de músicos convidados.

Do novo projecto discográfico dos Timbila Muzimba, avultam dois temas – entretanto divulgados pelas estações radiofónicas – nomeadamente Vevula que na língua chope significa soltar-se, e é uma exaltação que convida toda sociedade a usufruir do Som das Timbilas, tema este que se junta aDjembulane (esbanjar). Este tema retracta o clamor e solidariedade da crise internacional. Os referidos temas estão a ser usados pela banda para angariação de fundos para  a edição final do disco.  

Actualmente constituída por 8 elementos, nomeadamente Lucas Macuácua, Tinoca Zimba, Celso Durão, Osório Mahule, Alex Pedro, Matchume Zango, Arlindo Chissano e Cheny Wa Gune, a banda surge nos arredores do bairro de Jardim, Unidade 7, o trabalho da banda Timbila Muzimba visa manter a harmonia entre a parte estética e temática das suas composições, atravessando as vias da inovação que liga várias gerações.

Timbila Muzimbasurgiu em 1997 quando um grupo de jovens músicos e bailarinos que cresceram no bairro “Unidade 7” nos arredores da cidade de Maputo conhecido pelas suas Orquestras de Timbila, decidiu juntar-se.

Esses jovens aprenderam o canto e dança na sua comunidade que é basicamente formada por artistas de grande talento. Timbileiros de Inhambane. Timbila, (singular m'bila) são os xilofones do povo Vachopi, que habita o sudeste de Moçambique, nas províncias de Gaza e Inhambane, e com o seu som único, poliritmos; melodias complexas e mágicas, são o orgulho de Moçambique. A Timbila foi considerada património mundial da humanidade pela UNESCO em 2004.

Ao grupo do Bairro “Unidade 7” juntaram-se outros jovens músicos da capital com raízes culturais de várias províncias no norte e no centro do país. Todos eles partilharam a mesma paixão pelos ritmos, instrumentos e danças da sua terra.

Sendo um grupo de música e dança o nome Timbila Muzimba reflecte os dois elementos do espectâculo; o som da“Timbila” e o movimento do “Muzimba”,palavra chopi que significa corpo. Há uma estreita ligação entre movimento e som em toda música Moçambicana. Isso é presente durante todo o espectáculo de Timbila Muzimba. Havendo sempre uma comunicação entre os solistas da música com os solistas da dança.

Mas este grupo de jovens cresceu com influências e gostos pela música e dança contemporânea africana como também pelo jazz, reggae rock, rap hip-hop, etc. Assim eles têm vindo a trabalhar na combinação de instrumentos musicais, ritmos, movimentos e melodias tradicionais com os sons contemporâneos com objectivo de dar uma nova dinâmica a música tradicional. Esperam nesse sentido garantir um acesso mais alargado e maior envolvimento do público moçambicano e do mundo.

Embora uma boa parte do reportório do grupo seja baseado em timbila, o grande desafio do grupo, é de criar uma identidade nova da sua geração e representar a sua realidade no novo milénio. Os velhos que detêm conhecimentos profundos e constituem a ponte entre as gerações estão a morrer.

Eles contribuem muito criticando certas mudanças e dão as suas propostas de forma a manter as raízes culturais. Moçambique é um país vasto e é habitado por povos com cultura, língua e hábitos diversos, mas nos últimos anos, tal como o mundo inteiro, tornou-se mais pequeno. Com os meios de comunicação sempre desenvolvendo, a possibilidade de intercâmbio cultural é cada vez maior. A música, dança e o trabalho da orquestra Timbila Muzimba reflecte essa nova realidade.

Belmiro Adamugy

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