Início » Siyabonga Dludlu!

Siyabonga Dludlu!

Por admin

Perto da uma hora de madrugada, o MC anunciou com uma estrondosa voz “Ladies and gentlemen, i am honored to announce Jimmy Dludlu.” E o moçambicano abriu as hostilidades para o gáudio de seis moçambicanos que não se cansavam de fazer demonstrações de moçambicanidade, com bandeiras e cachecóis. Mais uma vez Jimmy deixou créditos por mãos certas.

  Antes de das orgíacas performances de Dludlu perfilaram pelo Marburg Sports Ground na nona edição do Ugu Jazz festival de Port Shesptone, a beira do refrescante Umzinkulu River. Perto de trinta mil pessoas lotaram o recinto de futebol para uma jornada de jazz que se esperava de grandes euforias. O trio Beatenberg tentou espevitar os ânimos que às primeiras horas da tarde ainda estavam encolhidos nos 14 graus de um frio desesperador. Judith Sephuma reagiu ao frio e rebuscou do guarda-fatos hits que já fizeram furor.

 “A Cry, a Smile, a Dance”,  “Le Tshepile Mang” e “Mme Motswadi” espevitaram os zulus que estavam estranhamente apáticos. A versatilidade de Sibongile Khumalo foi chamada a contrapor as fortes  rajadas de vento. “Untold Story”, “Thula Mama” e “Theta wa Thula” foram reclamados pelo público e depois  aclamados, iniciando-se uma histeria colectiva com a fulgurante entrada de Kunle Ayo e o desmedido quanto mítico “Sondela” de Ringo Mandlingozi.  Lira, Vusi Mahlasela, Selaelo Selota, Thandiswa Mazwai “levantaram poeira” e encarnaram espíritos zulus para uma perfomance de todo aceitável. Estava confirmado o selo de qualidade, a partir de um autêntico e poderoso line up de performances de lendas do jazz. Da Tunísia, Nabil Khemir trouxe um agradável elixir, com sons melancólicos tocados com uma destreza ímpar. Foi uma agradável surpresa a perfomance de Khemir, depois de algum franzir de testa quanto à sua qualidade. Nomalanga e KZN Jazz Band foram iguais a si mesmos, ainda que este ano se tenha notado alguma apatia.

A segunda parte da noite abriu que um estrepitoso Zakes Bantwini, que quebrou com totas as formalidades líricas. Enfim, Zakes é um verdadeiro “showman”.  Afro Soul e Dj Syanda perfumaram os ares com um rigor rítmico a roçar à perfeição. Aliás, a diversidade no line up foi notável, perfilando pelo palco divas do jazz sul-africano numa clara homenagem às mulheres. Nessa linha Zamajobe, com uma ginga impressionante, recordou-nos o sweety liric em “Ndawo  Yami”, entremeando com “coisa quente” personificada em “Hot Stuff” e chamou o público com “Hei, Hei, Hei”,  para reclamar créditos financiados pelo sucesso.

ORGANIZAÇÃO

Os sul-africanos primam por uma organização gizada até ao pormenor. Os preços dos ingressos variavam entre os R350 para Golden Circle e os R900 para pacote VIP, que aliás só tinha 200 ingressos disponíveis. O VIP incluía o acesso  a um “lounge” exclusivo, três refeições, bebidas de cortesia e acesso limitado aos camarins das estrelas.

A gestão do tráfego foi feita a partir de um gigantesco Service Park & ​​Ride, com a interrupção do Marine Drive, tendo sido disponibilizadas viaturas para transportar, de borla, os espectadores até ao local do espectáculo. Impressionante.

PRE PARTY NA ARENA DE BACKLINE

O pré party é uma espécie de “aquecimento” para a noite seguinte.  O clube nocturno Backline, mesmo defronte do famoso Kag, um famoso restaurante adjacente ao Marine Drive Avenue, foi mais uma vez escolhido para “hospedar” uma noite de “hot music”.  Alidesfilaram Dj´s de nomeada internacional e levaram ao gáudio perto de quatro mil almas que lotavam por completo o Backline. Professor, como sempre, fez desabar o cenário com hits antigos mas também alguma refinação de novas propostas. 

Sem dúvida  que Professor é bastante popular por terras de Shaka Zulu. Os Durban Finest detonaram com “Uyosholo Weni” e Big Nuz mais uma vez decidiu varrer com todos os preconceitos líricos com uma estrondosa actuação. O rapaz é bom. E depois o mundo desabou. Entraram em palco um rapazes lingrinhas  e proclamaram-se os reis da noite: Durban Nyt. Arrebatadores. Triunfantes. Colossos. Os rapazes do momento na República da África do Sul. Entoaram o hino do momento, “Shumaya”, e a histeria tomou conta das quatro mil almas. Como que a convocar o Deus do Trovão começou a chover copiosamente. Se “Shumaya” foi aclamada rainha da noite pela ruidosa falange de admiradores que formava o júri improvisado, eis que uma DJ sul-africana fez ressoar  sons cadenciados de Euphonik e Shota com um antigo “Seng´Khathele”. O resultado não podia ser outro: derrapagem emocional.

Leonel Magaia

leoabranches@yahoo.com.br

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana