A segunda parte da noite abriu que um estrepitoso Zakes Bantwini, que quebrou com totas as formalidades líricas. Enfim, Zakes é um verdadeiro “showman”. Afro Soul e Dj Syanda perfumaram os ares com um rigor rítmico a roçar à perfeição. Aliás, a diversidade no line up foi notável, perfilando pelo palco divas do jazz sul-africano numa clara homenagem às mulheres. Nessa linha Zamajobe, com uma ginga impressionante, recordou-nos o sweety liric em “Ndawo Yami”, entremeando com “coisa quente” personificada em “Hot Stuff” e chamou o público com “Hei, Hei, Hei”, para reclamar créditos financiados pelo sucesso.
ORGANIZAÇÃO
Os sul-africanos primam por uma organização gizada até ao pormenor. Os preços dos ingressos variavam entre os R350 para Golden Circle e os R900 para pacote VIP, que aliás só tinha 200 ingressos disponíveis. O VIP incluía o acesso a um “lounge” exclusivo, três refeições, bebidas de cortesia e acesso limitado aos camarins das estrelas.
A gestão do tráfego foi feita a partir de um gigantesco Service Park & Ride, com a interrupção do Marine Drive, tendo sido disponibilizadas viaturas para transportar, de borla, os espectadores até ao local do espectáculo. Impressionante.
PRE PARTY NA ARENA DE BACKLINE
O pré party é uma espécie de “aquecimento” para a noite seguinte. O clube nocturno Backline, mesmo defronte do famoso Kag, um famoso restaurante adjacente ao Marine Drive Avenue, foi mais uma vez escolhido para “hospedar” uma noite de “hot music”. Alidesfilaram Dj´s de nomeada internacional e levaram ao gáudio perto de quatro mil almas que lotavam por completo o Backline. Professor, como sempre, fez desabar o cenário com hits antigos mas também alguma refinação de novas propostas.
Sem dúvida que Professor é bastante popular por terras de Shaka Zulu. Os Durban Finest detonaram com “Uyosholo Weni” e Big Nuz mais uma vez decidiu varrer com todos os preconceitos líricos com uma estrondosa actuação. O rapaz é bom. E depois o mundo desabou. Entraram em palco um rapazes lingrinhas e proclamaram-se os reis da noite: Durban Nyt. Arrebatadores. Triunfantes. Colossos. Os rapazes do momento na República da África do Sul. Entoaram o hino do momento, “Shumaya”, e a histeria tomou conta das quatro mil almas. Como que a convocar o Deus do Trovão começou a chover copiosamente. Se “Shumaya” foi aclamada rainha da noite pela ruidosa falange de admiradores que formava o júri improvisado, eis que uma DJ sul-africana fez ressoar sons cadenciados de Euphonik e Shota com um antigo “Seng´Khathele”. O resultado não podia ser outro: derrapagem emocional.
Leonel Magaia