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Mia couto felicitado pela conquista do prémio Camões

Por admin

O escritor moçambicano, Mia Couto, que foi anunciado semana última como vencedor do prémio Camões, um reconhecimento e premiação feita aos escritores de língua portuguesa, tem estado

 a ser felicitado por várias organizações, assim como individuais.

 

Cem mil Euros é o valor do prémio que é pela segunda vez atribuído a um escritor moçambicano. O primeiro a receber o prémio Camões foi o poeta-mor, José Craveirinha, em 1991.

Falando sobre o prémio, Mia Couto disse estar feliz e afirmou pretender prestar apoio aos jovens escritores.

“Há muita gente que escreve mas que não têm onde partilhar suas ideias. Por isso, penso em intervir nessa área, por forma a criar essas oportunidades.”

Sustentando que na Literatura não há melhores escritores, Mia  defende que  “ a língua não pode ser olhada de forma fenomenal. Não é um brinquedo. A marca individual é constituída com uma identidade própria. O exemplo disso é a palavra desconseguir que não foi inventada pelos escritores, mas pela sociedade. Se está certo ou errado, ninguém quer saber isso. Por isso, gostaria de dizer aos jovens para que usem a língua porque é fascinante.”

Questionado se ambicionava a atribuição do prémio Nobel da Literatura, Mia disse: “ Não tenho essa ambição. Os prémios Nobel têm critérios que não são apenas literários. O júri é quem sabe do segredo.”

 

 

PRÉMIO CAMÕES

O Prémio Camões foi criado em 1988 por Portugal e pelo Brasil para distinguir um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum.

Em 2012 foi atribuído ao escritor brasileiro Dalton Trevisan e no ano anterior ao escritor português Manuel António Pina.

Ferreira Gullar (2010), Arménio Vieira (2009), António Lobo Antunes (2007), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Pepetela (1997), José Saramago (1995) e Jorge Amado (1994) também já foram distinguidos com o Prémio Camões que, na primeira edição, reconheceu a obra de Miguel Torga.

 

O júri que atribuiu o prémio da edição  2013  integrou os escritores José Eduardo Agualusa e João Paulo Borges Coelho, o jornalista José Carlos Vasconcelos, a catedrática Clara Crabbé Rocha, o crítico Alcir Pécora e o Embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras Alberto da Costa e Silva.

José Carlos Vasconcelos disse : “foi ponderado tudo o que significa a obra de Mia Couto nas literaturas de Língua Portuguesa e na de Moçambique. Ao longo de 30 anos de publicação, ele construiu uma vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e profunda humanidade, o que tem sabido renovar na sua produção”, acrescentou o jurado.

A obra de Mia Couto, “inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade”, disse Vasconcelos explicando que o júri considera que a obra de Mia Couto conseguiu passar do local para o global.
 

O PRÉMIO É UM TRIBUTO À LITERATURA MOÇAMBICANA

– Governo moçambicano

 

O escritor moçambicano Mia Couto pela atribuição do Prémio Camões. Com a atribuição deste galardão ao nosso compatriota, Moçambique sente-se duplamente honrado, ao lembrar que em 1991 regozijámo-nos pela atribuição do mesmo ao nosso Poeta-mor José Craveirinha. É por isso mesmo que o governo de Moçambique considera este prémio um tributo à literatura moçambicana, porquanto esta se evidenciar no panorama da CPLP.

Do alcance do escritor Mia Couto, a Cultura Moçambicana, em geral, e, em particular, a Literatura Nacional, saem mais valorizadas com a inscrição do nosso Romance na galeria dos géneros distinguidos. Queremos por isso felicitar e endereçar o nosso reconhecimento ao escritor Mia Couto, fazendo votos para que a sua lavra intelectual venha a atingir outros e novos feitos, para o gáudio dos amantes da literatura moçambicana.

 

 

MIA É UM POETA E ROMANCISTA DE DIMENSÃO INTERNACIONAL 

– Secretariado da AEMO

Foi com extraordinária satisfação que a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) tomou conhecimento da atribuição do prémio Camões ao escritor moçambicano, Mia Couto. O prémio vem, pela segunda vez, honrara a Literatura moçambicana, depois de inscrever, em 1991, o poeta nacional, José Craveirinha, na galeria dos ilustres da Literatura escrita em língua portuguesa com o prémio. A Literatura moçambicana granjeou então a merecida respeitabilidade internacional; Hoje, passados vinte e dois anos, Moçambique é de novo o País merecedor deste galardão na pessoa de um poeta e romancista de dimensão internacional. Os escritores moçambicanos congratulam o colega Mia Couto por esta merecida distinção.

 

QUEM É MIA COUTO?

 

Mia Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Foi jornalista e professor e é, actualmente biólogo e escritor. As suas obras estão traduzidas em mais de vinte línguas. Entre outros prémios e distinções de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela feira Internacional do Livro do Zimbabue, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do Século XX. Venceu a primeira edição do prémio José Craveirinha, o maior galardão da Literatura moçambicana. Foi galardoado pelo conjunto da sua vasta obra, com o prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União latina de Literaturas Românicas, 2007. Ainda em 2007, foi distinguido com prémio Passo Fundo Zaffari / Bourbon de Literatura, pelo seu romance  O outro pé da sereia. O seu livro Jesus além  foi considerado um dos vinte livros de ficção mais importantes da rentrée literária francesa por um júri da estação radiofónica France Culture e da revista Télérama. Foi igualmente galardoado, em 2011 com o prémio Eduardo Lourença, pela sua contribuição para o desenvolvimento da Língua Portuguesa.

 

LIVROS PUBLICADOS POR MIA COUTO

·        Raiz de Orvalho(poesia) – 1983;

·        Vozes Anoitecidas(contos) – 1987;

·        Cronicando(crónicas) – 1989;

·        Cada Homem é Uma Raça(contos) – 1990;

·        Terra Sonâmbula (romance) – 1992;

·        Estórias Abensonhadas(contos) – 1994;

·        A Varanda doFrangipani (romance) – 1996;

·        Contos do Nascer da Terra(contos) – 1997;

·        Mar Me Quer(novela) – 1998;

·        Raiz de Orvalho e Outros Poemas(poesia) – 1999;

·        Vinte e Zinco (novela) – 1999;

·        O Último Voo do Flamingo(romance) – 2000;

·         Na Berma de Nenhuma Estrada (contos) – 2001;

·        O Gato e o Escuro(conto infantil) – 2001;

 

 

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