Início » Joy of Jazz celebra 50 anos de carreira de Sipho Mabuse

Joy of Jazz celebra 50 anos de carreira de Sipho Mabuse

Por admin

Sipho Hotstix Mabuse foi a figura de cartaz do Standard Bank Joy of Jazz, decorrido entre os dias 15 e 17, em Sandton, na África do Sul, em homenagem aos cinquenta anos de carreira.

Um reconhecimento, uma homenagem a um dos melhores e respeitado artista da África do Sul.  Sipho ultrapassa a dimensão de músico. É uma lenda. Ao longo dos cinquenta dedicados a música, Sipho cantou, dançou e influenciou a indústria musical sul-africana.

Sou um músico privilegiado e abençoado. Pelos cinquenta anos de carreira e tudo que tenho feito, agradeço ao público, a minha família e amigos”, afirma Sipho Mabuse.

A nossa Reportagem apurou que, para além da música, Sipho tem estado a implementar novas actividades ligadas à arte, trabalhando com camadas mais jovens. Faz palestras e troca experiências sem fronteira. “Em qualquer parte do mundo onde vou, primeiro procuro saber da música local. Na Etiópia, por exemplo, ouvi música diferente que nunca imaginei existir. Uma relíquia. Ao ouvirmos a música que outros fazem, isso enche-nos a alma e nos torna outras pessoas, com dinamismo, força e vontade de fazer mais”.

Sobre a sua aposta nas camadas jovens afirma que a mudança está na juventude, uma vez que é a partir deles que se pode trazer o diferente e avançar. “Só assim teremos futuro nas artes”, explica Mabuse.

Espero que tenha contribuído para o desenvolvimento da música. Aliás, um dia gostaria que se lembrassem de mim dizendo aqui está o homem que viveu intensamente a música.

Suas canções são sobejamente conhecidas pela plateia moçambicana. Casos de Jive Soweto; Burn out. Aliás, Sipho Mabuse ficou na memória de muitos moçambicanos quando, nos meados da década oitenta, veio a Moçambique, Estádio da Machava, partilhar o palco com Brenda Fassie, Eric Clapton, PJ Power, entre outros músicos. Fez igualmente várias actuações nos palcos de Maputo.

Sinto saudades de Moçambique e gostaria de lá voltar para cantar ou de férias. Como vai Wazimbo, Aurélio Le bon?”,recorda Sipho Hotstix, Mabuse.

SIPHO MABUSE

É UM SÍMBOLO

O saxofonista moçambicano, Moreira Chonguiça, actuou no Joy Of Jazz e segredou-nos que tem estado a privar com Sipho Mabuse em conferências, transmitindo conhecimentos aos mais novos.

“Sipho Mabuse é uma estrela da música não só sul-africana. Ele celebra cinquenta anos de carreira com estrutura, discos gravados. Ele é um símbolo e a cidade de Joanesburgo está a homenageá-lo com mérito”,afirma Moreira.

A propósito do exemplo, Moreira diz:Nós temos que observar essas situações e aplicá-las dentro do possível no nosso país”.

Sobre a sua participação no Joy of Jazz , seis anos depois, afirma: “sinto-me honrado por estar aqui. O facto de ser moçambicano é um privilégio porque há muitos moçambicanos com qualidades para estar aqui”. 

O Município de Joanesburgo ofereceu a Moreira, um disco vinil de simbologia elevada. “ O disco de vinil que recebi do município deixa-me sem palavras. Esse tipo de reconhecimento só se dá aos grandes músicos e eu fui oferecido. É gratificante para mim”.

Quero tanto ir a maputo

-Bob James, pianista

É uma das figuras presentes no Joy of Jazz. A ele coube fazer as honras do evento ao actuar na quinta-feira, em noite especial. No mesmo palco passaram Jonathan Butler e Gerald Albright que, de forma alternada, ou por vezes, em dueto, proporcionaram um show agradável.

Bob James, ao conversar o nosso jornal, começou por dizer: “Maputo!!!!! Quero voltar para lá, comer camarão e beber laurentina. Há uma canção chamada Maputo composta por mim, Marcus Miller e David Samborn. A música resultou do facto de Marcus ter uma namorada cuja mãe vivia em Maputo”, explica Bob James.

Elogiou o Joy of jazz dizendo que é uma plataforma necessária para o crescimento da indústria criativa. “Gosto de vir para África, onde vejo jovens dinâmicos com música intensiva, revelando que há futuro”.

A propósito da juventude, Bob está a tocar com jovens e diz: “ Gosto de trocar e passar a minha experiência para os jovens porque acredito que trazendo o jazz para os mais novos estaremos a impulsioná-los a gostar e a tocar este tipo de música”.

Joy of jazz que decorreu sob o lema: Eleve a sua mente, corpo e alma, fez desfilar nos palcos Dinaledi, Diphala, Conga, Mbira, músicos provenientes de vários países. Foram os casos de Deborah J Carter & Paul Van Kessel, McCoy Mrubata,  José James, Barney Rachabane,  Housten Person,  Kendrick Scott, Ester Rada, Maxhoba, Lira,  Sounds of Love, Sibonguile Khumalo,  Kahil El’Zabar Trio,  Alune Wade, Billy Monama, Ringo, Ntjam Rosie, entre outros. Esta foi a décima nona edição.

Texto de Frederico Jamisse, em Sandton – África do Sul

Foto de Sérgio Costa

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana