Mulher moçambicana abandona cozinha para fazer negocio com mulheres e homens da África do Sul
As coisas mudam a olhos vistos e ninguém imagina ao certo o futuro nos próximos 100 anos.
As negociações com Deus para me ressuscitar nos próximos 100 anos para testemunhar a realidade do Mundo nessa altura estão num impasse, porque ELE exige garantias de que depois de me ressuscitar devo evitar morrer no mesmo dia, porque o Mundo estará de pernas para o ar, mostrando vergonha da humanidade
por causa da maldição que terá passado a ser vida normal.
O processo de mudança já começou com a geração de viragem.
Segundo a profecia do ultimo discurso de Ngungunyane sonhado por Ungulani ka Khosa na sua obra Ualalapi, na ilusão da vitória da viragem “mudarão a ordem das coisas, passando a cagar onde deviam comer e a comer onde deviam cagar.”
A minha mãe viveu cerca de 85 anos, trabalhando na agricultura com enxada de cabo curto e na cozinha para alimentar os filhos.
O marido faleceu aos 82 anos, metade dos quais passada trabalhando nas minas de carvão e de ouro na África do Sul.
A velha não conheceu o local de trabalho do marido e nem questionava. O respeito pela divisão natural do trabalho e pelo marido era palavra de ordem na sociedade.
O trabalho de cozinha era quase exclusivo para mulher vestida de capulana e com lanço na cabeça.
Trabalho nas minas, construção civil ou caça estava reservado para homem vestido de calças ou calcões.
Entretanto, Josina Muthemba e companhia deixaram capulanas, vestiram-se de calças e foram a caça de colonialistas ao lado dos homens, marcando o inicio da mudança da ordem das coisas.
No final de Setembro deste ano, uma delegação de mulheres moçambicanas abandonou a cozinha para estabelecer parcerias formais de negócios com mulheres e homens sul-africanos.
A história das duas mulheres e quase diferente.
Na África do Sul, as mulheres lideraram marcha de protesto contra a lei de Pass ou BI na década de 1950.
O patrono da iniciativa de empoderamento da Mulher na região, Kenneth Kaunda, considera que Deus que fez homem e o mesmo que fez mulher com o mesmo tecido.
A mudança e considerada radical para muitos conservadores, como eu, no meio de estatísticas que mostram que na África do Sul 30 porcento das crianças vivem somente com suas mães e igual percentagem dos homens rejeita seus filhos.
Em Moçambique ainda não há dados oficiais de mulheres solteiras e de homens que rejeitam paternidade.
Com as mulheres a apostarem em negócios, ocupando lugares dos homens e abandonando agricultura com enxada de cabo curto e cozinha, a educação familiar das flores que nunca murcham torna-se desafio para sociedade em profunda crise de valores morais. (x)