Dez anos após a sua fundação, a Confederação Empresarial da Comunidade de Língua Portuguesa (CE-CPLP) abriu o seu escritório na capital portuguesa, Lisboa. De referir que Moçambique assumiu à liderança da organização a 17 de Julho de 2013.
Membros do corpo diplomático, do Governo Português, de direcção das associações empresárias e entidades filiadas à Confederação empresarial da CPLP, nomeadamente de Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São-Tomé e Príncipe, Angola, Timor-Leste e Guiné-Bissau testemunharam na passada segunda-feira a inauguração do escritório do Secretariado-Geral da organização, por sinal um apartamento vistoso, numa cerimónia que foi presidida pelo respectivo presidente de direcção, o moçambicano Salimo Abdula.
Falando na ocasião, Salimo Abdula disse que para os filiados à confederação empresarial e a lusofonia em geral tinha e tem um sabor especial fazer negócio sem necessitar de intérpretes, porque todos nos entendemos em língua portuguesa, com mais de 250 milhões de falantes em todo o mundo.
Segundo referiu Salimo Abdula, a língua é menos um empecilho no caminho rumo ao desenvolvimento para os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa sobretudo nesta época em que são tidos como países da moda devido a descoberta de recursos naturais em grande escala.
Em Moçambique, por exemplo, são mais do que tentadoras as reservas de carvão, gás e ferro; a variedade de pedras preciosas e semi-preciosas, além do petróleo que acredita-se poder existir em grandes quantidades, além das areias pesadas, sendo as de Moma as mais conhecidas.
Timor-Leste, detentor de grandes reservas de petróleo, é outro dos países modelo da lusofonia e que em menos de década e meia após a celebração da sua independência deu um salto qualitativo em direcção ao desenvolvimento graças a renda obtida do petróleo.
Angola, também ele grande produtor de petróleo e com grandes reservas de diamantes mostra sinais claros de desenvolvimento.
Guiné-Equatorial, que já se juntou a família empresarial da CPLP, não obstante não suceder o mesmo no quadro político, onde ainda batalha para sua entrada como membro de pleno direito nesta organização lusófona – espanhol é a língua oficial – também possui reservas enormíssimas de petróleo.
São-Tomé e Cabo Verde são conhecidos pelo potencial turístico que tem. Aliás, as projecções para o ano de 2014 apontam São Tomé e Príncipe como destino turístico preferencial e recomendável aos que queiram descobrir novos espaços.
Acreditamos que em resultado da nossa sinergia conseguiremos penetrar em outros mercados. Pretendemos e conseguiremos fazer negócios com a Índia, da mesma maneira que já temos parcerias no Senegal, Maurícias e Marrocos, sublinhou Salimo Abdula.
Luís Campos Ferreira, Secretário de Estado de Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, enfatizou que a bitola da organização deverá continuar a ser a de facilitação do fluxo crescente das iniciativas empresárias dos PALOPs e não o de levantar barreiras ou/e dificuldades para os empresários que pretendam investir nos vários sectores.
Para que nos possamos unir ainda mais tanto os empresários como os nossos povos seria interessante se soubessem falar um pouco das línguas nacionais de cada país,observou.
Rogério Manuel, Presidente das Confederações Económicas de Moçambique (CTA), sublinhou que a Confederação Empresarial da CPLP tem capacidade de geral uma economia de escala devido a competitividade e recursos que todos os países-membros oferecem.
Entretanto Rogério Manuel sublinhou que a escolha de Salimo Abdula para presidir a organização, e em função dos primeiros sinais que a sua liderança evidencia, nomeadamente inauguração do escritório, realização da reunião de direcção, realização da Assembleia-Geral ordinária da Confederação, assinatura de acordos de parceria e entrega de cartões, diplomas, pinos e bandeiras da CE-CPLP aos membros e associados, não foi um erro.
Aliás, aquando da sua tomada de posse, a 17 de Julho do ano transacto, em Maputo, Salimo defendia e defende uma CE-CPLP forte, dinâmica e participativa nas diferentes matérias dos países membros, sobretudo em matérias que concorram para a valorização das economias, a livre circulação de pessoas, bens e mercadoria, e que convergissem igualmente para um progresso cada vez mais acentuado do diálogo público-privado em prol do desenvolvimento económico.
É com este espírito que perspectivamos fazer da CE-CPLP um instrumento cada vez mais sólido e coeso que reduza as distâncias geográficas e estabeleça a aproximação eficaz e efectiva dos governos e da classe empresarial dos países-membros, traduzindo-se e se consolidando em um modelo de qualidade e excelência a nível internacional,diria na ocasião.
FUNDADA A 4 DE JULHO
A Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) fundada a 4 de Julho de 2004, é uma organização que tem por desígnio o desenvolvimento da cooperação entre as estruturas de representação associativa dos países membros, de forma a criar as condições para o desenvolvimento de negócios no quadro dos espaços económicos onde estão inseridos os países da comunidade.
A CE-CPLP desenvolve as suas actividades nos vários sectores empresariais, nomeadamente Agricultura e Pesca, Indústria, Comércio e Serviços, sendo à génese desta organização a criação de novas oportunidades de negócio.
A Confederação tem como visão a criação de uma aliança estratégica forte que visa ampliar, aprofundar e facilitar a cooperação económica empresarial no espaço lusófono.
Salimo Abdula galardoado
pelo World Finance 100
O empresário Salimo Abdula, Presidente do Conselho de Administração da Intelec Holdings (PCA) foi galardoado pela World Finance 100, na primeira semana do mês de janeiro corrente, na capital do Reino Unido, Londres, por ter sido uma das figuras que a nível mundial mais se destacaram no crescimento das economias dos seus países no ano de 2013.
Ainda na capital do Reino Unido, Salimo Abdula concedeu uma entrevista a London Stock Exchange, simplesmente a bolsa de valores mais antiga do planeta.
SECTORES PRIORITÁRIOS DA CE-CPLP
Agricultura e Pesca
Foram definidos como prioritários cereais, açúcar de cana, café, frutos e legumes, especiarias e carnes, pescado e mariscos;
Indústria
– Sector de construção civil, petroquímico, mineração, ambiental, alimentar e vinícola
Comércio
Na área da importação, exportação e comercialização foram definidos como prioritários bens de consumo não duráveis (alimentares); bens de consumo semi-duráveis(vestuário/calcado); semi-duraveis (automóveis, mobiliário e equipamentos).
André Matola, nosso enviado a Lisboa
