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Tribunal ouve agentes da PIC e pede ajuda a Vodacom

Por admin

Vezes sem conta, nas audiências de julgamento, os réus negam todas as declarações prestadas na fase anterior ao julgamento, alegando que as mesmas foram sacadas por meio sedição, tortura física ou psicológica. Outros dizem que os depoimentos já estavam previamente feitos, apenas foi lhes entregue para assinar assumindo tudo o que vem lá escrito.

Foi por essa razão que a juíza da 6ª Sessão do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, Moila Chelene, pretendia ouvir os agentes envolvidos na instrução do processo que conduziu à detenção dos réus Arlindo Timane, Manoa Valoi, Inácio Mirasse e Alfeu Penicela acusados de dois raptos em 2012 na cidade de Maputo.

Trata-se dos raptos de Gulbano Rawajee e Salim Mussa ocorridos nas esquinas das avenidas Mão-Tsé Tung e Amílcar Cabral e na avenida Josina Machel, todas na capital do país.

O Ministério Público (MP), representado pelo procurador Marcelino Vilanculos, protestou alegando que se tal viesse a acontecer estaria-se a colocar em causa o trabalho dos agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) na instrução do processo que na verdade estão em nome do MP.

Mesmo assim, o Tribunal mandou notificar outros agentes da PIC para que ajudem no esclarecimento de alguns pontos na busca da verdade material.

Assim, a juíza da causa, Moila Chelene mandou notificar os agentes Pires Miguel e Ivan Muiambo, que levaram os réus Arlindo Timane e Manoa Valoi a procederem ao reconhecimento da residência na Matola Rio, pertença da cidadã, Márcia Langa, que serviu de cativeiro para uma das vítimas.

 A juíza solicitou ainda a audição do agente Jerónimo Nhantumbo que procedeu a apreensão da arma alegadamente usada nos raptos. Arma está exibida no julgamento decorrido na província de Maputo em Agosto último.

 A pedido do advogado de defesa, Jeremias Mondlane, foi solicitada a audição do agente Carlos Macaganhane que supostamente apreendeu e ficou com a viatura da marca Toyota Chaser com a chapa de inscrição ABR-824-MP pertença do réu Inácio Mirasse.

O Tribunal solicitou igualmente os bons ofícios da empresa de telefonia móvel, Vodacom o envio dos extractos das chamadas emitidas entre os dias 03 a 21 de Fevereiro do ano transacto, por diversos números desta operadora para o pedido de resgate, um dos quais pertença do réu Alfeu Penicela.

A juíza quer ser fornecida os EMEI,se saber em nome de quem estão registados os respectivos números usados no pedido de resgate a troco de dinheiro.

Na sequência do pedido feito pelo Tribunal, o procurador, Marcelino Vilanculos coadjuvado pelo advogado assistente de uma das vítimas, pediu que a Vodacom envie um perito especializado para decifrar os dados que vierem a ser apurados nas solicitações feitas pelo tribunal. Também que se extraia todas informações detalhadas do telemóvel da marca Nokia na posse da PIC Cidade, pertença do réu Alfeu Penicela, do qual se fez a primeira chamada para os familiares da vítima Gulbano Rawajee, às 23:30 minutos do dia 8 de Fevereiro.

O julgamento iniciado na passada segunda-feira, onde o MP na qualidade de acusador disse que os réus acima mencionados protagonizaram dois raptos usando arma de fogo, encarceraram as suas vítimas e libertaram-nas mediante pagamento de resgate. Foram pagos 10 milhões de meticais para Gulbano Rawajee e três milhões de dólares por Salim Mussa.

Todos os réus negam o seu envolvimento nos sequestros contrariando os depoimentos prestados na fase anterior ao julgamento, onde inclusive foram reconhecer as casa que serviram de cativeiro.

Crianças novos alvos

A onda de sequestros seguida de cárcere retornou nas cidades de Maputo e Matola, agora com crianças como novos alvos. O primeiro caso deu-se no passado mês de Setembro na capital do país, sucedido de outros tantos nas duas cidades aqui referidas.

Trata-se na opinião da Polícia da República de Moçambique (PRM) de um novo modus operandi dos sequestradores, que começa a ganhar forma, tendo as crianças como o principal alvo.

A polícia apelou a todos, pais, encarregados de educação e sobretudo os motoristas de carrinhas escolares e não só a serem mais cuidadosos em situações do género. Contudo, a corporação garantiu que continua a trabalhar com vista a esclarecer todos os casos.

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